Técnicas modernas para tratar o aumento
benigno da próstata oferecem poucos riscos de perda de ereção e de diminuição
da ejaculação
Tratamentos
para próstata costumam ser motivo de pânico para homens. Medo de problemas de
ereção, da diminuição da ejaculação e da incontinência urinária são alguns dos
motivos que fazem com que muitos adiem a procura por um médico, o que pode
acabar provocando problemas ainda mais sérios de saúde. O que grande parte dos
pacientes não sabe, porém, é que tratamentos modernos para um dos problemas
mais recorrentes, a hiperplasia prostática benigna (HPB) trazem baixos riscos e
poucos efeitos colaterais.
O
urologista Fernando Leão, especialista em doenças da próstata, explica que a
HPB afeta praticamente todos os homens nas faixas dos 50 e 60 anos. “Cada um
vai ter essa doença em intensidade diferente. Alguns vão ter sintomas leves ou
moderados, enquanto em outros as ocorrências são mais graves”, diz.
Entre
os sintomas mais associados à HPB estão o aumento da frequência miccional
noturna (vontade de urinar durante a noite), redução da força do jato de urina
e sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga. Alguns ainda
sentem ardência ao urinar, o que é conhecido como disúria. Outros também podem
ter hesitância miccional – quando precisam esperar até 30 segundos para começar
a urinar.
De
acordo com Fernando, mesmo sofrendo com esses sintomas, é comum que homens
evitem procurar um médico por medo das possíveis consequências dos tratamentos
de próstata. “A resistência maior em procurar um médico logo no início é porque
tudo que se fala relacionado à próstata, os pacientes já entendem que qualquer
tratamento vai ter um risco elevado de impotência sexual e de incontinência
urinária. Mas não é bem assim mais. Isso já mudou. O tratamento da HPB
raramente vai levar a essas sequelas, ao contrário do que acontece com o câncer
de próstata, que é a doença maligna”, explica.
O
especialista diz que, de fato, o tratamento cirúrgico para o câncer traz risco
de impotência e de incontinência urinária. Porém, mesmo estes hoje em dia são
menores do que os tratamentos utilizados há alguns anos, o que muitos ainda não
levam em conta. “Essa desinformação faz com que o paciente demore ou postergue
sua ida a um urologista para se tratar de forma correta”, comenta.
O
atraso na busca por reabilitação pode trazer consequências sérias, como quadros
de insuficiência renal aguda, formação de pedras na bexiga e infecções
urinárias de repetição, que podem levar à morte. Tudo isso sem contar a piora
na qualidade de vida, que se manifesta por meio das noites mal dormidas devido
às idas repetidas ao banheiro, acarretando indisposição e irritabilidade no dia
a dia.
Dentro
as diversas técnicas para o tratamento da HPB, como a cirurgia a laser e a
ressecção transuretral, uma tem se destacado por ser menos complexa,
proporcionar recuperação mais rápida e, ainda, trazer menos riscos à vida
sexual.
Com
uso aprovado no Brasil em 2023, a tecnologia Rezum está disponível no exterior
desde 2015. A técnica, considerada minimamente invasiva, consiste na liberação
de doses controladas de vapor d’água na próstata por meio de um catéter
inserido na próstata. O resultado é a destruição térmica do tecido prostático
e, consequentemente, a melhora no fluxo urinário.
Fernando
destaca que, assim como os demais tratamentos, o Rezum não traz riscos de
impotência sexual ou de incontinência urinária, mas apresenta vantagens
relevantes. “O Rezum tem dois diferenciais importantes. É uma cirurgia, mas é
feita a nível ambulatorial, com sedação a porte anestésico menor. Não há
necessidade de internação. A segunda vantagem é poder preservar a ejaculação em
cerca de 80% dos casos. As demais técnicas têm índices de no máximo 40 a 50%”,
explica.
Desta
forma, o tempo em que as terapias para problemas da próstata provocavam pavor
nos homens pode estar perto de acabar. “As técnicas modernas, como o Rezum, têm
oferecido uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes e
apresentado resultados excelentes. A perspectiva é que, com o passar dos anos,
os homens ganhem mais confiança e percebam que esses tratamentos não são nenhum
bicho de sete cabeças”, conclui.
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