Pesquisar no Blog

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Mitos e verdades: a alimentação da mãe influencia na amamentação?

As especialistas no assunto: Aline Becker, nutricionista e personal trainer e  Dra Kelly Oliveira, pediatra especialista em amamentação, respondem às principais dúvidas do aleitamento materno

 

Muitos são os mitos que cercam a amamentação, principalmente se tratando da alimentação materna. Há quem diga que determinados alimentos podem aumentar a produção de leite, já outros podem diminuí-la. Há quem afirme que, durante este período, a alimentação da mulher deve ser super restritiva e rigorosa. Chocolate, café e brócolis já foram os grandes vilões, sendo evitados por boa parte das mães durante o aleitamento.  

Por ser um dos momentos mais importantes e desafiadores da maternidade é cercado de opiniões e crendices que nem sempre condizem com a realidade. Para desmistificar o assunto, as especialistas Aline Becker, nutricionista e personal trainer e Dra Kelly Oliveira, pediatra especialista em amamentação, respondem quais os mitos e verdades sobre amamentação: 

 

A alimentação da mãe influencia na amamentação?

Verdade. Existe a necessidade da mãe se alimentar adequadamente de forma saudável e equilibrada: “A alimentação da mãe colabora para a amamentação, principalmente no teor de vitaminas e minerais, mas isso não significa que ela tem que seguir uma dieta limitante, abrindo mão de diversos alimentos. Mas sim, uma dieta responsável e equilibrada ”, diz Aline Becker, nutricionista, personal trainer e mãe do pequeno Kalu, de 2 anos. 



Canjica aumenta a produção de leite? 

Mito. Nenhum alimento aumenta a produção de leite: “Antigamente muitas pessoas existiam esse conhecimento popular a respeito de alimentos que aumentavam a produção de leite. Mas ao contrário do que as pessoas pensam, a canjica não é indicada, pois contém leite de vaca e pode fazer com que o bebê tenha colicas”, explica Aline.



Quem amamenta consome mais água e calorias? 

Verdade. A produção de leite exige um consumo maior de água e calorias: “A amamentação é um período de alta demanda nutricional, não é aconselhável fazer dietas restritivas. A alimentação da mulher deve ser equilibrada e variada para manter a saúde e a nutrição que são essenciais para  produzir o leite materno. Além disso, a mulher deve aumentar entre 200 a 500 calorias na dieta. Também é importante beber bastante água ao longo do dia, para repor o líquido que está sendo usado na produção do leite”, diz a especialista em nutrição.

 

Algumas mães produzem “leite fraco” para o bebê?

Mito. Não existe leite fraco. O leite materno é o alimento mais completo que o bebê pode receber:  “Toda mãe é capaz de produzir o leite com os nutrientes necessários para suprir todas as necessidades nutricionais do bebê. O que acontece em alguns casos é que a produção de leite pode estar baixa, mas isso não está relacionado com a qualidade do leite e pode ser facilmente resolvido”, comenta Dra Kelly Oliveira, pediatra especialista em amamentação, responsável pelo perfil Pediatria Descomplicada no Instagram, que orienta pais sobre cuidados com os filhos sem neura. 

 

Mulheres que amamentam não podem tomar café?

Mito. Bebidas estimulantes, como café, chá preto, chá mate, chocolate e chimarrão podem ser consumidas com moderação, pois podem causar insônia ou hiperatividade nos lactantes. 


 

O leite materno pode provocar cólicas ou alergias no bebê? 

Verdade. O sabor de alguns alimentos é passado para o leite da mãe, incluindo substâncias que podem ser alérgicas e gerar cólicas no bebê, como alimentos à base de derivados de leite. Por isso, recomenda-se que a alimentação da mãe durante a amamentação contenha preferencialmente alimentos in natura e minimamente processados.  
 

Amamentar emagrece? 

Verdade. Neste período também há um grande gasto energético e micronutrientes, fazendo com que a mãe possa perder de 1 a 2kg por  mês, portanto a quantidade de carboidrato, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais consumidos devem ser proporcionais a esse gasto: “O mais importante é estar atento à quantidade de refeições diárias. O recomendado é comer de forma fracionada, ou seja, de 4 a 5 refeições ao longo do dia. Essas refeições podem ser: café da manhã, almoço, jantar e duas pausas para o lanche entre as refeições principais”, afirma a pediatra.  

A alimentação materna inadequada com ausência ou deficiência no consumo de alimentos fontes de nutrientes pode resultar em deficiências nutricionais no leite materno. Comer com regularidade, devagar, em ambientes apropriados e beber água sempre que sentir sede são práticas alimentares recomendadas às mulheres em fase de amamentação. Segundo o Ministério da Saúde, pode-se comer, sim, alimentos que antes eram proibidos, mas com moderação, hoje em dia o que vale é o bom senso na hora de escolher os alimentos de cada refeição. 



Aline Becker - Formada em Educação Física (CREF 055512-G/RJ) e Nutrição (CRN 23101433/P) pela IBMR do Rio de Janeiro e Cosmetologia e Estética pela Unisul de Santa Catarina. Casada com o ator e empresário Rafael Zulu, é natural de Santa Catarina, há nove anos ela se apaixonou por esportes e decidiu agregar treinos e uma alimentação saudável a sua rotina. Aline iniciou sua trajetória profissional como personal trainer cuidando do treino personalizado de mulheres. Decidiu agregar à sua carreira os conhecimentos e benefícios da nutrição porque acredita que, por meio da alimentação saudável, é possível ter mais equilíbrio, qualidade de vida e longevidade.
Site | Instagram


Kelly Oliveira - médica pediatra formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, com residência na Universidade de São Paulo (USP) (CRM 145039). Especialista em amamentação pelo International Breastfeeding Centre Toronto, possui o título de Consultora Internacional de Amamentação – International Board Certified Lactation Consultant (IBCLC). Realizou residência médica em Alergia e Imunologia pela Unifesp, e obteve o título de Alergista e Imunologista pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Inspirada pela história de sua primeira filha, que teve suspeita de autismo ainda bebê, atualmente é pós graduanda em autismo pela CBI of Miami e certificada em autismo e em transtornos do neurodesenvolvimento. Fundou a Evoluas, uma clínica multidisciplinar localizada em São Paulo para terapias integradas e transdisciplinares no tratamento do transtorno do espectro autista, juntamente com mais de 70 profissionais de diferentes especialidades. Criadora do curso “BreastFeeding Experts”, uma metodologia única de ensino sobre amamentação que já atingiu mais de 1.500 profissionais. Além disso, ela é empreendedora, palestrante e mentora e está à frente dos perfis @pediatriadescomplicada, onde empodera e transforma famílias, oferecendo dicas e orientações sobre o universo da saúde infantil.E também do @drakellyoliveiram, onde além de desenvolver conteúdo médicos, compartilhar com seus colegas de profissão estratégias de marketing digital e formas de captar e fidelizar pacientes para obter mais consultas e muito mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados