Entenda o que é
essa condição que pode ser fatal se não diagnosticada precocemente47 a 50 milhões de casos de septicemia ocorrem
anualmente, sendo cerca de 80% deles fora do
ambiente hospitalar
Créditos: Envato
A septicemia, também conhecida como sepse, é uma
doença que volta aos holofotes por ser uma das principais causas de morte em
todo o mundo. O Ministério da Saúde estima que ocorram de 47 a 50 milhões de
casos de septicemia anualmente, sendo que cerca de 80% deles ocorrem fora
do ambiente hospitalar. Recentemente, personalidades como o ator Stênio Garcia
e as cantoras Preta Gil e Madonna chamaram a atenção ao apresentarem estágios
diferentes dessa infecção.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e realizado por 24 pesquisadores de universidades de seis países
baseado em registros médicos de 195 nações, revelou uma estatística alarmante:
11 milhões de pessoas morrem todos os anos com septicemia, ou seja, 1 a cada 5
óbitos mundo, mais do que as mortes causadas pelo câncer. Apesar de assustador,
o estudo traz uma boa notícia: o número de casos e mortes relacionadas à doença
tem diminuído nas últimas duas décadas, registrando uma redução de 50% desde
1990.
Entenda a doença
"A sepse é um estado inflamatório que ocorre
em consequência de um quadro infeccioso no organismo. Essa infecção pode ser
causada por diferentes micro-organismos, como vírus, fungos, parasitas,
protozoários e, principalmente, bactérias”, explica o médico infectologista do
Hospital São Marcelino Champagnat, Bernardo Montesanti.
Quando a infecção avança, o sistema imunológico
reage lançando uma resposta inflamatória sistêmica na tentativa de controlá-la.
No entanto, em alguns casos, essa resposta exagerada pode levar ao colapso do
sistema imunológico, que passa a atacar outras partes do próprio corpo. Esse
processo inflamatório pode levar a alterações no funcionamento de órgãos vitais
e, se não diagnosticado rapidamente, pode levar à morte.
Como identificar a sepse ?
O Ministério da Saúde alerta que qualquer tipo de
infecção, seja leve ou grave, pode evoluir para septicemia. No entanto, é mais
comum que ocorra em casos de pneumonia, infecções abdominais e infecções
urinárias. Embora não existam sintomas específicos, é importante que todas as
pessoas que estejam enfrentando uma infecção e apresentem febre, taquicardia,
aceleração dos batimentos cardíacos, respiração acelerada, fraqueza intensa e
tontura devem procurar imediatamente um serviço de emergência ou um médico.
Segundo o médico infectologista, a prevenção é o
melhor caminho, tanto para evitar que a doença ocorra quanto para o cuidado da
sepse. “No primeiro caso, práticas de higiene geral, como lavar as mãos
com água e sabão, além de usar álcool em gel, diminuem as chances de
transmissão de micro-organismos presentes em ambientes, como botões de
elevadores, corrimãos e trincos de portas, para o organismo humano. Outra forma
de prevenção é por meio da vacinação em todas as idades. Então, é importante
conferir se a carteira vacinal está em dia, porque existem vários
micro-organismos causadores de sepse que podem ser prevenidos dessa forma”,
reforça o especialista.
Qual é a população mais
vulnerável a adquirir a doença?
Qualquer pessoa pode desenvolver septicemia, porém,
existem alguns grupos que apresentam maior risco. Isso inclui prematuros,
crianças com menos de um ano, idosos com mais de 65 anos, pacientes com
câncer, AIDS ou que tenham passado por quimioterapia ou outros tratamentos que
afetam o sistema imunológico. Além desses, pacientes com doenças crônicas como
insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes, usuários de álcool e
drogas, assim como pacientes hospitalizados que fazem uso de antibióticos,
cateteres ou sondas.
O tratamento
Existem duas abordagens no tratamento da
septicemia: o de suporte e o específico. “O primeiro consiste em medidas para
otimizar a troca gasosa através de ventilação mecânica, medidas para controlar
a pressão arterial e outras terapias que visam minimizar o impacto desse
estado inflamatório sistêmico nos casos mais graves, que pode levar a
complicações como o choque séptico. Já o tratamento específico é realizado de
acordo com o agente causador da infecção. No caso de infecções bacterianas,
tratamos com antibióticos específicos. Se a causa for um vírus, usamos
medicamentos com antivirais adequados para combater o micro-organismo
responsável”, finaliza.
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