Consultora de negócios Luciana Locchi, especialista em varejo e no setor de Casa e Decoração, destaca a importância de montar uma boa vitrine, fazer gestão de estoque, criar promoções, caprichar no pós-venda e combinar estratégias para vender mais
O segundo semestre está cheio de datas
comemorativas importantes para o varejo: é o Dia dos Pais, Dia das Crianças, a
Black Friday e até o Natal. E as expectativas são positivas: 71% dos
brasileiros pretendem comprar mais neste período em comparação aos primeiros
meses do ano, segundo levantamento da Trigg. Embora as prioridades não sejam
exatamente supérfluas, por estarem concentradas em alimentação (66%), saúde
(39,8%) e eletrodomésticos (34%), ainda é possível montar uma estratégia de
vendas interessante e proporcionar uma experiência de compra atraente para os
consumidores. A consultora de negócios Luciana Locchi, especialista em varejo e
no setor de Casa e Decoração, mostra como fazer isso e turbinar as
vendas.
Segundo ela, o início de tudo é os lojistas
entenderem as mudanças na forma de consumo das pessoas desde o fim da pandemia
do coronavírus. Com o isolamento social, muitas pessoas se adaptaram a fazer
compras online, mas agora é natural esperar o retorno às lojas físicas. “Nada
se compara à experiência de explorar uma loja, tocar os produtos,
experimentá-los e receber atendimento pessoal. Ao criar experiências de compra
atraentes e personalizadas em lojas físicas, os lojistas podem cativar os
consumidores e fazer com que eles se sintam bem-vindos. Mesmo assim, manter uma
forte presença online continua sendo essencial, pois muitas pessoas ainda
preferem a conveniência das compras online”, explica a especialista. Dessa
forma, é preciso entender como preparar uma loja para receber clientes e
fidelizá-los, cumprindo todas as etapas da estratégia de vendas.
Destaque os produtos
prioritários
“Identifique os produtos relacionados à
alimentação, saúde e eletrodomésticos em sua loja e destaque-os em exibições
atraentes e chamativas. É possível criar visualizações agradáveis usando cores,
iluminação e materiais destacados, como os produtos-chave. Além disso, planeje
o layout da loja e vitrine de forma estratégica, considerando a jornada do
cliente”, explica a consultora de negócios Luciana Locchi.
Outra estratégia na montagem e organização dos
produtos que faz a diferença é dividi-los em categorias ou temas, para
facilitar a busca dos clientes e manter a rotatividade dos itens. “Isso ajuda a
manter a oferta atualizada e atrair os clientes com novidades. Nós vendemos
desejo, experiências. Se o decorcliente reparar que toda semana os
produtos estão no mesmo lugar, da mesma forma, o lojista não gera interesse de
venda”, destaca Luciana.
Organize promoções e
descontos, inclusive com parceiros
“Crie promoções especiais ou descontos exclusivos
para os produtos prioritários mencionados, como os de saúde, alimentação e
eletrodomésticos. Isso pode atrair a atenção dos clientes e incentivá-los a
fazer compras”, indica Luciana. Segundo ela, também é interessante combinar
esses itens essenciais com outros complementares e inseri-los em um contexto,
para potencializar a experiência e o desejo de compra. “Considere ainda criar
pacotes promocionais, ofertas do tipo ‘leve 2, pague 1’ ou descontos
progressivos para aumentar o apelo dos produtos.”, indica a especialista.
“Outra dica é estabelecer parcerias com negócios
locais, como lojas de alimentos orgânicos, clínicas de saúde ou academias.
Dessa forma, busque promover eventos conjuntos, sorteios ou descontos mútuos
para incentivar o tráfego de clientes entre os estabelecimentos e criar uma
experiência mais completa para os consumidores”, indica a especialista.
Crie experiências interativas
Para aumentar as vendas no segundo semestre,
Luciana Locchi também indica a criação de espaços interativos na loja. Dessa
forma, os clientes têm a chance de experimentar os produtos, quase que
vivenciá-los. “Monte uma área de demonstração de utensílios de cozinha para que
os clientes possam testá-los, ou crie um espaço de relaxamento com almofadas e
velas aromáticas, visando mostrar o potencial de bem-estar dos produtos”,
indica. As experiências interativas acabam como uma forma de conectar a marca
ou loja com a potencial clientela e podem servir para aumentar o engajamento e
fidelizar o cliente.
Aposte nos programas de
fidelidade e no marketing digital
Ainda pensando em fidelização, outra estratégia que
Luciana indica para potencializar as vendas é implementar um programa de
fidelidade para incentivar os clientes a retornarem à loja. “Ofereça benefícios
exclusivos, como descontos especiais, brindes ou acesso antecipado a novos
produtos, para recompensar a fidelidade dos clientes”. Neste caso, até cashback
funciona: é possível pensar em um voucher para oferecer aos clientes do tipo
‘ganhe R$30 na sua próxima compra na loja’.
Luciana também considera importante utilizar as
redes sociais e o e-mail marketing para se comunicar com os clientes.
“Compartilhe imagens atraentes dos produtos, ofereça dicas relacionadas à
alimentação saudável ou bem-estar e envie lembretes sobre promoções ou eventos
especiais”, sugere.
Planeje a gestão do estoque
com antecedência
“O lojista que irá se diferenciar será aquele que
criar uma estratégia, que conseguir olhar para dentro da empresa, ajustar os
custos e abastecer a loja com produtos assertivos. Isto é, que impulsione a
venda do que existe em estoque, mas também trazendo sempre um ar de novidade
para dentro da loja”, aposta Luciana Locchi. Segundo a especialista, é preciso
que o estabelecimento se prepare às datas comemorativas. “O maior erro que vejo
é o lojista esperar a demanda chegar para comprar e perder o timing
de vendas. Por isso a importância de se olhar para dentro e ajustar o estoque,
tirar o que está parado há muito tempo e trazer o novo”, indica.
Para estes casos, uma estratégia que a especialista
sugere é, se possível, fazer análise do histórico de vendas, de quais são os
itens que performam melhor na loja e quais são aqueles que têm pouca saída.
“Para produtos que não vendem, a solução é fazer promoções. Se você percebe que
um item é carro-chefe, nunca deixe sua loja desabastecida. De maneira geral,
costumamos falar muito do quanto vendemos, mas não mensuramos o que deixamos de
vender, e isso está atrelado a falta de estratégia, abastecimento [de estoque]
no tempo certo e análise do mercado”, expõe Luciana.
Não se esqueça do pós-venda e
esteja aberto a feedbacks
“Vejo que muitas empresas negligenciam o pós-venda,
mas ele pode representar uma oportunidade para fidelizar clientes e obter
recomendações positivas. Então, ao invés de associá-lo a apenas as reclamações
ou problemas, é importante reverter essa percepção e encantar o cliente em uma
etapa pró-ativa para construir relacionamentos duradouros e gerar lealdade”,
opina a especialista Luciana Locchi.
Segundo ela, é importante que as organizações
priorizem o pós-venda e invistam recursos nele, pois aqui é possível colher feedbacks,
ou seja, a opinião dos clientes sobre o produto ou a loja. Essas informações
devem ser usadas para aprimorar os produtos e serviços já existentes e a
experiência de compra. “Realize pesquisas de satisfação, incentive avaliações e
comentários nas redes sociais e esteja sempre atento às necessidades e
preferências de cada cliente. Agradeça a clientela pela compra, realize
acompanhamento após a venda para garantir que o produto ou serviço atendeu às
expectativas dela. Ofereça também suporte adicional com informações sobre o uso
correto do produto, dicas úteis ou assistência técnica”, finaliza a consultora
de negócios.
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