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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Médicos estrangeiros poderão trabalhar nos EUA sem fazer residência a partir de 2024

Salário pode facilmente passar dos R$ 100 mil por mês


Os EUA enfrentam uma escassez de mão de obra em todos os setores da economia, sendo que uma das situações mais agudas é na área médica. Um estudo da Associação Americana de Faculdades de Medicina (AAMC, na sigla em inglês) revelou que a escassez de médicos no país pode chegar a 124 mil profissionais em 2034.

Foi por isso que, em maio deste ano, o governador do Tennessee, Bill Lee, assinou uma lei que possibilitará médicos estrangeiros a trabalhar no estado americano sem passar pelo custoso e longo processo de obtenção da licença profissional, que geralmente envolve a conclusão da residência em uma universidade dos EUA e uma série de exames práticos e teóricos.

uma pós-graduação de três anos em seu país de origem ou que exerceram a prática médica em pelo menos três dos últimos cinco anos poderão trabalhar no Tennessee com uma licença temporária. Após dois anos, ele receberá uma licença permanente e irrestrita.

“A grande maioria dos médicos que ajudamos a vir para os EUA utilizam os vistos EB-2 NIW ou EB-3, que concedem o green card. A grande vantagem do EB-2 NIW é que ele dispensa a oferta de emprego, ou seja, o próprio profissional pode solicitá-lo, sem que um hospital ou clínica comprometa-se a contratá-lo. Mas a falta de mão de obra é tão grande que não é difícil receber essas propostas. O entrave era justamente a grande burocracia envolvida para a certificação”, explica Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration.


Salário de médico nos EUA

Um estudo da Associação Médica Americana (AMA) mostrou que, em 2021, um em cada cinco médicos nos EUA nasceu e graduou-se no exterior. Com a nova lei do Tennessee, é possível que essa proporção aumente no estado ao longo dos próximos anos, uma vez que agora esses profissionais não precisarão mais fazer a residência em uma universidade americana, o que em geral demora de três a sete anos, dependendo da especialidade. “É uma legislação que atende a um problema de saúde grave, que é a falta de médicos, ao que mesmo tempo facilita e torna mais acessível a imigração de profissionais qualificados”, explica Costa.

Dados do Departamento de Trabalho dos EUA (DOL) levantados pela AG Immigration mostram que, das 20 profissões com os maiores salários nos EUA, 17 são da área da saúde, com os cardiologistas liderando a lista, tendo um salário médio no país equivalente a R$ 143 mil por mês na cotação atual de 4,88 reais para cada dólar. Anestesiologistas, cirurgiões ortopédicos, dermatologistas, radiologistas, psiquiatras, oftalmologistas e obstetras também se destacam.

Para o advogado de imigração Felipe Alexandre, sócio-fundador da AG Immigration, a nova legislação do Tennessee beneficia os profissionais brasileiros. “As faculdades de medicina do Brasil são reconhecidas internacionalmente pela sua qualidade, enquanto os médicos também são valorizados pelo atendimento mais carinhoso com os pacientes. Além disso, existe um intercâmbio muito forte entre os dois países na área da saúde. É comum, por exemplo, que médicos brasileiros venham fazer treinamentos e pós-graduações aqui”, explica o advogado. “É possível que legislações similares surjam em outros estados, visto que a escassez de profissionais é generalizada”.

Em junho, durante a edição de 2023 do Encontro Anual da AMA, a entidade já havia reconhecido a importância de facilitar o processo de verificação de credenciais de médicos estrangeiros. Atualmente, esse processo se inicia junto à faculdade onde o profissional se formou. No entanto, durante a pandemia, em razão das restrições de ida e vinda das pessoas, a AMA começou a estudar alternativas e agora quer encorajar os conselhos estaduais a aceitarem formas de verificação mais simples.



AG Immigration
https://agimmigration.law/


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