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sábado, 8 de julho de 2023

Crianças que fazem uso demasiado de telas apresentam problemas oculares mais cedo

No dia 10 de julho, em que chamamos a atenção para a saúde ocular, oftalmologista explica como cuidar da visão de crianças e adolescentes

 

 

Comemorado no dia 10 de julho, o Dia da Saúde Ocular tem como objetivo alertar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças oculares que, se não tratadas de maneira correta, podem levar à perda da visão de longo prazo.

 

Um estudo recentemente publicado aponta que metade da população mundial será míope em 2050 e desta, um a cada 10 serão de alto grau, e, portanto, predispostas a complicações oculares bem como pelo risco de perda progressiva e irreversível da visão. Nos últimos dois anos estudos na população de crianças asiáticas mostraram cerca de 40 % de crescimento de miopia. Esse fator foi atribuído ao excesso de uso de telas e falta de atividades outdoor trazidos durante a pandemia do Covid 19.

 

De acordo com Dra. Patrícia Ferraz Mendes, oftalmologista e chefe da equipe de Oftalmologia do Sabará Hospital Infantil, além do surgimento da miopia, essa exposição às telas em excesso de atividades pode trazer outros danos à saúde ocular. “Crianças que ficam muito tempo em celulares, tablets ou atividades indoor estão em constante exposição ao fator de risco para o desenvolvimento da miopia patológica. Além do fato do uso de telas sem descanso também desencadearem sintomas como fadiga e sinais de olho seco severo pela falta do piscar”, explica a médica.

 

“Estima se que as taxas de desenvolvimento de miopia diminuam cerca de 2% cada hora adicional em atividades ao ar livre por semana em crianças que ainda não sejam míopes. Além disso, recomenda se que, a cada 40 minutos de uso de tela, haja uma pausa de 10 minutos” , complementa Dra. Patrícia.

 

Embora o uso faça parte da rotina, pais e responsáveis não devem fornecer telas as crianças com idade inferior a dois anos. Segundo a Academia Americana de Pediatria, entre dois e cinco anos, o uso destes dispositivos deve ser restringido a uma hora por dia, pois desenhos e jogos causam irritabilidade, agitação e outros prejuízos no desenvolvimento cognitivo e da linguagem.

 

A especialista explica que o ideal é a criança ser levada ao oftalmologista ainda no primeiro ano de vida. Com isso, caso seja identificada alguma alteração ocular, o tratamento é realizado de forma precoce, uma vez que, os primeiros sete anos de vida, são os mais importantes no desenvolvimento visual.

 

O primeiro teste ocular é feito ainda na maternidade. Chamado de Teste do Olhinho, esse exame mostra se há alguma dificuldade para que a luz passe pela retina e chegue ao cérebro. No entanto, o acompanhamento clínico deve ser realizado em todas as fases da vida:

 

•           Entre 3 e 6 meses: para identificar possíveis dificuldades no desenvolvimento da visão e do olho ou problemas de má-formação;


•           1 ano de idade: essa consulta servirá para avaliar todo o primeiro ano de desenvolvimento da visão do bebê;


•           Entre 2 e 3 anos de idade: também para identificar problemas de formação e desenvolvimento como estrabismo (conhecido como visão dupla, olho torto ou “vesguice”) e anisometropia (foco desigual entre os olhos);


•           Entre 5 e 7 anos de idade: nesse período, o oftalmologista avaliará a existência dos problemas mais comuns como miopia, astigmatismo, hipermetropia, que podem ser uma barreira no desempenho escolar e na alfabetização;


•           Entre 12 e 15 anos de idade: nessa idade é comum que a miopia, por exemplo, comece a dar sinais, se não houver se manifestado antes.

 

As principais doenças oculares entre crianças e adolescentes são os erros refracionais (miopia, astigmatismo, hipermetropia); ambliopia (olho preguiçoso); estrabismos (desvio ocular) e alergias oculares. Porém, o exame é importante também para exclusão de doenças mais raras como retinoblastoma e outros tumores, glaucomas e cataratas congênitos e da infância.

 

Os sinais que devem servir de alerta aos pais para abreviarem a ida à consulta oftalmológica são desde olhos vermelhos, prurido ocular, desvios oculares (estrabismo), fotossensibilidade ou “tiques” à luz, lacrimejamento excessivo, dificuldade para enxergar ou queixas de dores de cabeça. 

 

O Departamento de Oftalmologia do Sabará Hospital Infantil reúne uma equipe de profissionais de retaguarda para realizar as avaliações e alguns procedimentos voltados para a saúde ocular infantil.

 

 

Sabará Hospital Infantil


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