O tema volta ser
debatido após anúncio de produção de um "último disco dos Beatles"
Nas últimas semanas vimos um rebuliço no mundo da
música por conta do anúncio do ex-Beatle Paul McCartney sobre ter usado
Inteligência Artificial (IA) para ajudar a criar uma "gravação final dos
Beatles". O assunto não é novo e sempre esbarra nas potencialidades e
ilegalidades dentro da indústria fonográfica. Mas apesar das implicações éticas
e legais, os benefícios do uso de IA no universo musical são enormes, é o que
afirma Marcus Mendes, hoster do Podcast Bolha Dev da Alura.
“IAs podem oferecer recomendações ainda mais
certeiras de acordo com as preferências de cada assinante, além disso, para
gravadoras e artistas, IA pode ajudar na descoberta de tendências de uma forma
mais eficiente, incluindo agilidade para analisar e cruzar dados, trazendo à
tona tendências de mercado que poderiam passar despercebidas, por exemplo”,
explica.
Ainda segundo o especialista, as IAs darão à
indústria musical ainda mais ferramentas para entender cenários dentro de cada
estilo musical (ou entre estilos), e assim saber exatamente quais artistas
promover no momento certo.
Outro ponto levantado por Marcus é que, atualmente,
não há uma experiência verdadeiramente pessoal para a descoberta e o consumo de
música e IA com certeza oferecer formas inteligentes de fazer a mixagem do som
levando em conta as preferências pessoais de quem está escutando. Já para
artistas, o uso de IAs abre infinitas possibilidades criativas, desde elementos
inteligentes que reagem em tempo real às composições e improvisos de
instrumentos, até a possibilidade de interagir com versões digitais de grandes
compositores, por exemplo.
“Existe ainda a possibilidade de interação com fãs.
Já há plataformas se preparando para oferecer um serviço de réplica de vozes ou
instrumentos de artistas famosos para que isso seja usado como base para
composições autorais de fãs. A artista Grimes é um exemplo recente desta
tendência, tendo proposto dividir os lucros dos direitos autorais de quem fizer
sucesso compondo músicas para uma versão digital da sua própria voz”,
exemplifica.
Ainda que com muitos benefícios, implicações éticas
e legais – como por exemplo sobre direitos de composição – precisarão ser
estudadas e definidas. “O uso de IAs, especialmente na área de criação, irá
desafiar a questão de acordos, contratos e outras convenções assinadas entre
artistas e gravadoras. Se até hoje a indústria parece estar se acertando com o
mercado de streaming, a chegada de novas formas de criar, distribuir e consumir
música certamente implicará em questões legais que até bem recentemente sequer
eram uma possibilidade técnica”, comenta.
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