Quanto antes for
identificada e corrigida a ametropia - miopia, astigmatismo ou hipermetropia -,
melhor será a visão no futuro Número de crianças em idade escolar que precisam
de óculos está aumentando, mas ainda é comum o bullying entre os colegas
Assim que nascem, os bebês precisam passar por
exames diagnósticos importantes, entre eles os testes da orelhinha, pezinho e
olhinho – este último avalia a percepção do reflexo vermelho nos olhos do
recém-nascido e é capaz de identificar diversos problemas oculares graves, como
a catarata congênita e o retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular. No
entanto, o teste não verifica um possível erro refrativo, como miopia,
astigmatismo ou hipermetropia, que pode acontecer antes mesmo da criança
completar um ano, e acaba sendo detectado já na idade escolar, quando o pequeno
começa a demonstrar dificuldades de aprendizado e concentração.
Segundo especialistas, a primeira consulta das
crianças ao oftalmologista não deve demorar a acontecer. Isso porque, mesmo com
alguns meses de vida, já pode ser necessário o uso de óculos em bebês com alto
grau de miopia ou hipermetropia, por exemplo. Também é importante estar atento
ao material utilizado no acessório. Hoje, graças ao avanço da tecnologia, já é
possível encontrar itens cada vez mais anatômicos e que atendam às
particularidades do usuário. No caso das crianças, recomenda-se, por exemplo, o
uso de lentes de resina, mais resistentes que as de vidro ou cristal, que são
relativamente comuns para adultos que têm alto grau.
É importante observar se há alguma queixa e,
principalmente, qualquer mudança comportamental da criança – que ainda não sabe
explicar exatamente o que sente ou como é ter dificuldade em enxergar com
precisão. Isso porque seu sistema visual cresce e se desenvolve junto com ela,
em especial entre os primeiros cinco e seis anos de vida – quando os óculos
podem desempenhar um papel importante para garantir o desenvolvimento normal da
visão. Algo que nem todo mundo sabe é que, se a criança possui, por exemplo, um
alto grau de miopia ou hipermetropia e a visão não é corrigida a tempo, seu
cérebro não será exposto a uma experiência visual plena, com imagens
nítidas.
A descoberta dos óculos e o
bullying dos colegas
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde),
aproximadamente 23 milhões de crianças são portadoras de miopia, astigmatismo e
hipermetropia, somente na América Latina. Já, no Brasil, o Conselho Brasileiro
de Oftalmologia (CBO) estima que 30% do público infantil em idade escolar tenha
problemas refrativos – sendo mais comum a miopia – e 10% das crianças, entre
sete e dez anos, precisem usar óculos.
Mesmo com esses números elevados, e aumentando,
ainda é muito comum que as crianças que usam óculos sofram bullying
dos colegas, que criam apelidos e acabam tornando qualquer possível desconforto
com o acessório novo um incômodo ainda maior. A situação é tão comum que
apareceu de forma expressiva entre os resultados de um estudo sobre bullying, realizado
por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Entre os achados,
descobriu-se por exemplo que crianças pré-adolescentes que usam óculos têm mais
de um terço de probabilidade de sofrer a prática do que crianças que não usam
óculos. Os resultados mostraram ainda que, das crianças que usavam óculos, de
35% a 37% eram mais propensas a serem alvos de bullying.
Como encorajar o uso dos
óculos pelos pequenos?
Ainda que haja outros coleguinhas na escola que
também usem óculos, a criança pode se sentir desconfortável, principalmente nos
primeiros dias da novidade. Para isso, há dicas que podem ajudar os pais a
motivá-la: “antes de tudo, é essencial que os próprios cuidadores reconheçam os
benefícios do uso dos óculos corretivos, que proporcionarão melhor percepção
visual e auxiliarão no desenvolvimento global das crianças ”, explica Makoto
Ikegame, CEO da Lenscope.
De acordo com ele, outras dicas que podem ajudar
são:
- dar
exemplo de outras pessoas que as crianças conhecem e gostam, e que usem
óculos;
- estimular
o pequeno e o envolver no processo de adaptação de forma positiva;
- explicar
à criança o quanto é importante que ela utilize os óculos do jeito
correto, para poder enxergar tudo o que gosta da melhor forma, a inserindo
como participante dos cuidados consigo;
- levá-la
para escolher o item ou, ainda, apresentar os óculos a ela de forma
divertida.
É fundamental se manter presente na rotina da
criança, a fim de acompanhar sua adaptação física e psicológica aos óculos. Um
ponto importante também é a escolha correta das lentes dos óculos dos pequenos:
“as lentes de resina modernas, além de mais resistentes, mitigam efeitos comuns
e indesejados, como o conhecido ‘fundo de garrafa’, principalmente nos óculos
daqueles com alto grau de ametropias, trazendo mais conforto, qualidade de vida
e leveza”. finaliza o executivo.
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