Nos últimos anos as empresas passaram a enxergar a educação corporativa como parte importante da estratégia de crescimento e expansão de seus negócios. Segundo o último relatório do Fórum Econômico Mundial (FEM), 55,4% dos empregadores entrevistados dizem encontrar lacunas de competências nos profissionais em seus respectivos mercados, o que é uma grande barreira no investimento em novas tecnologias que podem trazer inovações para os produtos e serviços de uma marca.
Eu sempre digo que aprender é o elixir da juventude
e se formos fazer um paralelo para as organizações, para que uma empresa seja
perpétua, cresça e conquiste seu propósito e ambição, precisa aprender a toda
hora, em qualquer momento. Mais do que investir em treinamento e
desenvolvimento, empresas, colaboradores e líderes devem abraçar uma cultura de
aprendizagem corporativa e introduzir metodologias eficazes, que ofereçam alto
poder de transformação para o próprio colaborador e, consequentemente, para a
companhia. Neste contexto, é primordial estar atento às novas formas de
aprender, que acelerem a aquisição das soft e das hard skills e se adequem à
realidade da cada empresa.
Um exemplo disso, que dá força ao argumento central
da nossa discussão, é a meteórica ascensão do ChatGPT. A ferramenta levantou
discussões sobre o futuro do trabalho, das escolas e de suas infinitas
possibilidades de uso. O que quero dizer é que a tecnologia, além de estar se
desenvolvendo rapidamente, está a um dedo de distância de ser acessada por
qualquer pessoa que tenha internet. Dessa maneira, estar conectado com as
tendências e facilidades que os recursos tecnológicos nos proporcionam
pode ser uma enorme oportunidade de cobrir esses gaps, que separa uma
organização entre onde ela está hoje e o lugar que merece estar.
Algumas dessas soluções já se tornaram verdadeiras
tendências para o mercado de T&D (Treinamento e Desenvolvimento) e prometem
ser cada vez mais comentadas no ecossistema corporativo este ano. As principais
delas são:
1. Microlearning e
Nanolearning
Com duração rápida, normalmente de 1 a 5 minutos, o
método reúne informações relevantes, com linguagem simples e direta que, em
muitos casos, oferecem uma solução imediata para um desafio pontual, on time. O
investimento na metodologia vem ganhando popularidade não só por promover o
desenvolvimento dos colaboradores, mas também por garantir um custo otimizado
para produção e manutenção.
Ou seja, é um direcionamento prático, rápido e
barato, que traz um suporte alinhado às atividades do dia a dia de uma empresa,
dispensando teorias que não serão úteis para as funções dos times. Assim, as
companhias conseguem fidelizar seus aprendizes por meio da percepção de valor
das ações propostas, o que, em um período de constantes atualizações de mercado
como o atual, tende a ser essencial para o crescimento dos negócios.
2. Aprendizagem Phygital
Fusão entre a palavra “físico”, em inglês, com
“digital”, a aprendizagem phygital é muito mais do que um termo bonito. Com a
digitalização de processos na imensa maioria das empresas, muitas estão
entendendo o seu potencial de oferecer soluções que expandem a experiência de
compra e de interação entre marcas e clientes. Por essa razão, uma educação
corporativa omnichannel, que leve em consideração diversos canais, facilitando
acessos e aumentando o engajamento, tem ganhado espaço justamente por
compreender que os colaboradores também são consumidores e fazem parte dessa
jornada.
Portanto, é um formato excelente para iniciativas
imersivas, como experiências virtuais e games, por exemplo. A transparência e a
comunicação, também são pontos-chave dessa estratégia, afinal, são estruturas
baseadas em um profundo conhecimento sobre o público - no caso, os aprendizes
-, suas reais necessidades, dificuldades e anseios.
3. Aprendizagem autodirigida e
social
Na aprendizagem autodirigida, como seu nome já nos
diz, você é capaz de organizar e desenhar a sua própria jornada de
aprendizagem, isto é, você é o protagonista do seu conhecimento. Logo, para
impulsionar mais esse aprendizado, o profissional pode procurar por soluções
que o auxiliem nesse processo.
Já a aprendizagem social significa aprender a
partir de um conjunto de relações sociais do indivíduo, através da manifestação
grupal e social a que pertence. Somos seres sociais, portanto, essa metodologia
é caracterizada pela troca de experiências, interações e relações da vida
coletiva.
4. Learning in the Flow of Work
O LIFOW, tem se destacado pela utilização eficiente
de recursos digitais, ancorada na rotina dos colaboradores. Como o próprio nome
diz, ela envolve a aprendizagem feita no fluxo de trabalho; não é necessário
parar e, literalmente, dizer como os times devem agir, uma vez que, muito
provavelmente, precisarão ouvir mais uma vez novas orientações no momento da
prática.
Logo, com tecnologias de realidade aumentada ou
virtual, plataformas inteligentes, chatbots ou mesmo de inteligência
artificial, entre outros recursos otimiza o aprendizado aumentando a capacidade
de atuação dos indivíduos e equipes, mesmo que tenham sido formadas
recentemente ou por profissionais menos experientes. Em suma, é um método que
acelera a adaptação pessoal dos entrantes e potencializa a sua relação com o
trabalho.
5. Reskilling
Essa metodologia significa aprender novas
habilidades, a fim de que o profissional possa se requalificar para o mercado
de trabalho e adquirir novas competências através de treinamentos. Com as
constantes mudanças que acontecem no meio corporativo, é preciso estar sempre
se atualizando e acompanhando essas demandas que surgem para que o trabalhador
possa estar bem capacitado. Desse modo, é uma modalidade recorrente, que
fomenta uma aprendizagem contínua, impulsiona o engajamento e possibilita a
retenção de talentos.
Constanza Hummel -
empreendedora e possui mais de 23 anos de carreira na área de treinamento e
desenvolvimento. Fundou em 2012 a Building
8 com o propósito de apoiar empresas e profissionais a alcançarem todo o
seu potencial, por meio de estratégias e experiência de aprendizagem.
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