Especialista da Rede de Hospitais São Camilo de SP fala sobre como o auxílio da odontologia é de extrema importância para o diagnóstico precoce e para amenizar sintomas decorrentes do tratamento
O câncer de boca pode atingir não só os lábios, mas
também regiões como gengivas, bochechas, céu da boca e língua. O tumor é um dos
tipos mais frequentes entre os brasileiros e pode se dar de diferentes formas.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o
Brasil tenha mais de 15 mil casos novos da doença até o final de 2022. Entre os
mais atingidos estão os homens, com mais de 40 anos de idade. Só no ano de
2020, o instituto constatou que mais de 70% dos diagnosticados eram do sexo
masculino.
Por ser um câncer que não é tão comentado entre a
população, muitos ainda sentem dúvidas de como buscar ajuda, o que muitas vezes
colabora para que o diagnóstico da doença seja feito de forma tardia, em
estágio avançado.
“Muitas pessoas evitam ir ao dentista e não sabem
que, a partir deste atendimento, é possível descobrir um câncer de boca. Por
isso, é importante o acompanhamento periódico com um profissional. A visita
odontológica está além de uma obturação ou de uma limpeza dental. Muitas vezes,
é a partir deste atendimento que o diagnóstico acontece, possibilitando maiores
chances de cura para o paciente”, afirma Dra. Sumatra Melo da Costa Pereira
Jales, cirurgiã-dentista e especialista em odontologia hospitalar da Rede de
Hospitais São Camilo de São Paulo.
Mesmo com o diagnóstico realizado pelo dentista,
nem todo o tratamento é desenvolvido por esse profissional e exige também
assistência do médico oncologista e dos especialistas em cabeça e pescoço. Por
isso, a importância de hospitais que possam auxiliar em distintas
especialidades, a fim de facilitar os diferentes cuidados.
A Rede São Camilo de São Paulo, por exemplo, dispõe
do Serviço de Odontologia nas unidades Pompeia, Santana, Ipiranga e Mooca, com
atendimento e realização de procedimentos em ambientes de enfermaria, Unidade
de Terapia Intensiva (UTI) e centros cirúrgico e ambulatorial, oferecendo procedimentos
eletivos, de urgência e tratamentos especializados.
“Além de todo o tratamento para combater o câncer,
muitas vezes torna-se necessário o acompanhamento odontológico em três
momentos: na fase pré-tratamento oncológico, durante e após. Na primeira fase,
preparamos a boca para receber o tratamento de combate ao câncer. Já durante o
tratamento, lidamos com efeitos adversos agudos como mucosite oral (feridas na
boca), além de infecções oportunistas virais, fúngicas e bacterianas. E
nos pós, fazemos o seguimento e controle das complicações tardias”, relata a
cirurgiã-dentista.
Normalmente, sinais como manchas vermelhas ou
esbranquiçadas na língua, nas gengivas, no céu da boca ou nas bochechas; lesões
na boca ou nos lábios que demoram mais de 15 dias para cicatrizar; dificuldade
de mastigação, deglutição ou fala; caroços no pescoço e rouquidão persistente
podem indicar a presença de câncer de boca.
Além disso, outra característica é que esse câncer
evolui de forma silenciosa e indolor. Com isso, a atenção para a região da boca
deve ser dobrada. “Ao perceber qualquer sinal diferente na boca, o indicado é
buscar ajuda e orientação profissional. Assim como existe o incentivo do auto
toque para casos de câncer de mama, o autoexame da boca também deve ser incentivado
para o diagnóstico precoce do câncer de boca”, ressalta Dra. Sumatra.
E, assim como outros tipos de câncer, fatores como
tabagismo e ingestão de bebida alcoólica colaboram para o desenvolvimento do
tumor. O Inca alega que os dois hábitos são responsáveis por 70% dos casos de
câncer que aparecem na cabeça e pescoço.
Fatores como exposição ao sol sem a proteção
adequada, infecção pelo vírus HPV, má alimentação e má higiene oral também
contribuem fortemente para o desenvolvimento da doença.
Hospital São Camilo
@hospitalsaocamilosp
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