O ano de 2022 iniciou trazendo paras as montadoras de veículos pesados a obrigatoriedade de implementar alterações relacionadas aos novos requisitos impostos pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do AR por Veículos Automotores), cuja fase P8 entra em vigor em janeiro de 2023 e aborda de forma mais rigorosa o limite de emissões.
Mesmo que as
alterações não impliquem em descontinuidade na produção dos veículos, há a
possibilidade de alguns motores serem aposentados para serem substituídos por
outros mais modernos e eficientes. Isso porque no universo de veículos pesados
a análise de emissões é tratada por motor e não por veículo (com exceção da
emissão de ruídos).
Mudam os limites máximos
Os fabricantes de
veículos pesados para transporte de carga e passageiros devem se preparar para
implantação definitiva do Proconve P8, que também estipula novos limites
máximos de emissão dos gases de escapamento, partículas e ruído. A P8 também
determina novos padrões de requisitos de durabilidade, sistemas de diagnóstico
de bordo (OBD) e testes em uso.
Cada modelo de veículo
pesado será submetido ao chamado In-service Conformity (IsC), ou conformidade
em serviço. Nesse programa, a montadora deverá submeter o veículo a um teste de
tráfego real chamado Real Driving Emissions (RDE), com o intuito de saber se
ele está dentro dos requisitos do combate às emissões do Ibama. A aplicação
desse teste se tornou obrigatória graças ao caso “Diesel Gate”, quando várias
fábricas burlaram testes de emissões, com falsos resultados no laboratório, que
eram até 40 vezes superiores na prática.
A exigência da redução
de gases por veículos pesados demanda um sistema de pós-tratamento dos gases
ainda mais tecnológico. Além disso, a durabilidade exigida é muito maior, ou
seja, o veículo deve manter os mesmos níveis de emissões por um período maior
de tempo. O uso de ARLA 32 por veículos pesados já é bastante comum para
atender os atuais requisitos de emissões e continuará sendo necessário. Além
disso é de extrema importância utilizar um Diesel de qualidade e manter o plano
de manutenção do veículo em dia.
Veículos leves já estão sujeitos à nova
legislação
Para os motores de
veículos leves, o Proconve L7, implementado em janeiro de 2022, exige a redução
dos limites de gases emitidos pelo escape, e passa a considerar as emissões de
hidrocarbonetos, aldeídos e do etanol, que serão adicionadas aos valores de NOx
(Óxido de Nitrogênio). Além disso, os catalisadores deverão ter o dobro da vida
útil, passando de 80 mil para 160 mil quilômetros. Outras mudanças afetam o
valor das emissões evaporativas, que consideram o vapor tóxico liberado pelo tanque de
combustível. O limite vai baixar de 1,5 grama (obtida em teste em laboratório)
para 0,5 g por dia. Assim, o filtro de carvão (cânister) precisará ter
capacidade maior.
E as montadoras também
já colocaram no radar a fase L8 do Proconve, prevista para entrar em vigor em
2025, com limites que inviabilizarão o uso dos motores atuais, o que deve
impulsionar a adoção de carros elétricos e híbridos.
Para
as montadoras, é essencial manter as linhas de produção alinhadas aos novos
requisitos, com a entrega de veículos leves e pesados que atendam a todas as
regras, contando com a expertise de empresas especializadas em testes e
certificações.
Stela Kos - Diretora de Mobilidade América do Sul e Guilherme
Porazza Dias, Coordenador de Mobilidade - TÜV Rheinland
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