O diagnóstico correto e precoce é fundamental para
controlar a neuromielite óptica (NMO) e prevenir danos permanentes
O Mês da Conscientização da Saúde Visual, conhecido
como Março Verde, alerta sobre a importância dos cuidados com os olhos. No
mesmo período, a NMO Brasil, principal associação de pacientes com neuromielite
óptica (NMO), em parceria com Amigos da Esclerose Múltipla e Crônicos do Dia
Dia (AME/CDD), realiza uma campanha com o mesmo nome para falar sobre a
situação de pessoas que tem NMO, que, entre outros sintomas, afeta a capacidade
de enxergar. O movimento também conta com o apoio da Horizon Therapeutics
Ltda., empresa de biotecnologia focada no tratamento de doenças inflamatórias
raras, autoimunes e graves.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), a situação do país é preocupante. No total, 18,8% da
população relatou ter problemas de visão, sendo que 15,31% disseram ter alguma
dificuldade, 3,18% tiveram muita dificuldade e 0,27% não conseguia enxergar.
No Brasil, está em andamento um projeto de lei apresentado pelo senador Romário
(PL -- RJ) que pretende criar o Dia Nacional da Neuromielite Óptica. O dia
escolhido foi 27 de março, mesma data selecionada em outros países, para dar
visibilidade aos pacientes e a luta por protocolos clínicos e diretrizes
terapêuticas para a NMO.
“O Março Verde surgiu com o objetivo de informar,
conscientizar e educar a sociedade sobre a neuromielite óptica e suas sequelas
visíveis e invisíveis. Os sintomas da NMO são muitas vezes confundidos com os
da esclerose múltipla (EM), por isso, divulgar esse tipo de informação traz
qualidade de vida aos pacientes, pois a identificação dos primeiros sinais e o
diagnóstico precoce podem evitar maiores sequelas e até salvar vidas”, explica
Daniele Americano, coordenadora da NMO Brasil.
A NMO é uma doença autoimune rara e grave na qual
as células de defesa do corpo começam a atacar o nervo óptico, a medula
espinhal e o tronco cerebral. Historicamente, a prevalência de NMO foi estimada
em aproximadamente 1-4 por 100.000 habitantes. Hoje, devido à maior
conscientização e avanços no diagnóstico clínico, dados de pesquisas estimam
que afete até 10 por 100.000 pessoas, sendo mais comum em mulheres do que em
homens, com proporção de até 7:1, e mais prevalente em indivíduos de origem
africana, asiáticos, ilhéus do Pacífico, descendentes de polinésios ou
caribenhos.
De acordo com Edson Arakaki, Diretor Regional de
Assuntos Médicos LATAM da Horizon, a NMO pode ser difícil de diagnosticar, pois
apresenta manifestações muitas vezes semelhantes às de outras doenças. “Mais de
40% dos pacientes relataram um diagnóstico inicial incorreto de EM. Isso ocorre
porque os primeiros sinais e sintomas são semelhantes. Entre os principais
estão a perda temporária da visão, inchaço do disco óptico e dor ocular, que
geralmente piora com o movimento, além de sensações alteradas, como
sensibilidade à temperatura, dormência, formigamento e sensação de frio ou
queimação, fraqueza nos membros e pesado, às vezes levando à paralisia total e alterações
nos padrões de micção e defecação”, revela.
Quando não detectada e tratada corretamente,
danifica principalmente o nervo óptico e a medula espinhal, causando cegueira
permanente, fraqueza muscular e paralisia. “Para o diagnóstico, podem ser solicitados
exames de sangue, com testes para o anticorpo anti-aquaporina 4 -- IgG
(anti-AQP4-IgG), anteriormente conhecido como teste NMO-IgG; a punção lombar
não é estritamente recomendada, mas é usada para diferenciar da EM e indicará
níveis elevados de leucócitos e a presença de proteínas específicas ligadas à
doença e/ou ressonância magnética, que mostrará alterações associadas à neurite
óptica, com lesões em três ou mais segmentos da medula espinhal”, explica
Arakaki.
Graças aos novos métodos diagnósticos, exames
laboratoriais e de imagem, os estudos atuais indicam que a incidência (número
de casos novos) e prevalência (número total de casos ativos conhecidos) da NMO
são significativamente maiores do que as inicialmente estimadas. “Os critérios
para definir o diagnóstico foram revisados apenas em 2015, e o estabelecimento do
anti-AQP4-IgG como biomarcador para neuromielite óptica foi em 2004. Portanto,
as estimativas atuais da NMO quase certamente não refletem a real incidência e
prevalência da doença em todo o mundo”, enfatiza o diretor regional.
“O diagnóstico precoce de doenças desmielinizantes
é difícil, e muitas vezes a pessoa vai ao médico por causa do primeiro surto.
Por isso, é necessário estar atento e procurar um neurologista ou
oftalmologista assim que os primeiros sintomas aparecerem. E o mais importante,
evite recaídas, que podem levar à perda de visão ou paraplegia. Assim, é
possível intervir precocemente e preservar a saúde ocular e a qualidade de vida
das pessoas”, conclui Arakaki.
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