Países em guerra, homens se despedindo de suas famílias, filhos mandando mensagens para os pais em meio ao campo de batalha, crianças morrendo, civis pegando armas, preparando bombas, tentando conter tanques de guerra com as próprias mãos.
E nós aqui, assistindo a tudo isso, em tempo real, com a sensação de impotência e com a difícil decisão entre acompanhar tudo para tentar entender a surrealidade do momento e se manter informado, causando danos para nossa saúde mental, versus evitar as notícias e parecer alienado - e até egoísta - enquanto existe toda uma nação em profundo sofrimento.
Mas será que existem somente esses dois extremos? Exposição excessiva versus alienação? Será que é possível nos mantermos informados sem nos entregarmos demasiadamente ao momento? É sabido que consumir esse tipo de notícia pode ativar nosso sistema nervoso simpático, fazendo com que o corpo libere cortisol e adrenalina, aumentando o estresse e podendo até gerar sintomas físicos, como ansiedade, fadiga, tristeza e depressão.
Dessa forma, e como quase tudo na vida, o grande caminho seria a
moderação e o equilíbrio: moderação no tempo de exposição às más notícias e
equilíbrio entre temas pesados e temas leves; entre o pessimismo e o otimismo.
Algumas sugestões importantes para o momento:
LIMITE O TEMPO PARA NOTÍCIAS RUINS
Por mais que a gente queira saber o que está acontecendo, precisamos nos policiar para achar o equilíbrio entre a informação e a intoxicação.
Separe momentos do dia para se informar, mas evite acompanhar os
acontecimentos o tempo todo, a todo momento. Se a ansiedade costuma atrapalhar
o seu sono, evite ler notícias no final do dia, antes de dormir.
EQUILIBRE SEU DIA COM BOAS NOTÍCIAS
Tente arrastar sua atenção também para boas notícias e bons acontecimentos. Mude o foco: leia livros e assista filmes com temas mais leves, converse com amigos… tudo isso pode ser um alento nesse momento. Difícil eu não pensar, aqui, em Viktor Frankl e Edith Eger, mundialmente conhecidos por terem dividido suas experiências e aprendizados em campos de concentração, alertando para a importância de fortalecermos nossas mentes para passarmos por esses momentos mais difíceis.
Algumas das frases que têm rodeado minha mente nesse momento
são: "A vontade de humor - a tentativa de enxergar as coisas numa
perspectiva engraçada - constitui um truque útil para a arte de viver!"
(Viktor Frankl) “Sofrer é inevitável e universal, mas a maneira como reagimos
ao sofrimento varia” (Edith Eger)
IDENTIFIQUE PEQUENOS MOMENTOS DE FELICIDADE
Busque, ao longo do dia, criar e degustar pequenos momentos de alegria, fazendo algo para se acolher e se agradar. Exercite olhar para o lado cheio do copo - tente se lembrar, todas as noites antes de dormir, de 3 momentos do seu dia para os quais você deve sorrir e agradecer. Com a prática, esses momentos começarão a ser identificados ao longo do dia e você poderá aproveitá-los de maneira mais presente e consciente.
E não se esqueça: se mesmo tentando buscar o equilíbrio, algo dentro de você estiver impactando muito sua forma de enxergar o mundo nesse momento, ponha para fora. Busque ajuda. Lembre-se que reprimir os sentimentos apenas os torna ainda mais difíceis de serem resolvidos. E mais uma vez citando Edith Eger, “a expressão é o oposto da depressão”
Mônica Camargo Tracanella -
psicóloga especialista em desenvolvimento humano, atuou por mais de 20 anos na
área de Recursos Humanos de conceituadas empresas, como Grupo Pão de Açúcar,
Pepsico e Sul América Seguros. É estrategista em Branding, está à frente da
Brand4U e é Mentora da Aladas, plataforma voltada à união, apoio e capacitação
de mulheres que querem empreender ou melhorar sua capacidade de gestão e da
B2MAMMY, empresa que capacita e conecta mães ao ecossistema de inovação e
tecnologia. Também é Professora de Personal Branding, Autoconhecimento e
Carreira na CRIA SCHOOL.
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