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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Slow travel: colecionar experiências e não destinos é a tendência em viagens

Especialistas afirmam que menos quantidade e mais qualidade são as novas prioridades ao viajar e podem auxiliar na saúde mental


Quase dois anos após o início da pandemia, pessoas ao redor de todo o mundo optaram por viver de uma nova forma, que é menos acelerada, com menos aglomeração e valorizando mais os detalhes e momentos. Essas mudanças se estendem também na hora de viajar e a popularização do “slow travel” é prova disso. O estilo de viagem voltado para relaxamento e autoconhecimento é tendência e pode, inclusive, auxiliar na saúde mental. 

De acordo com a psicóloga Bettina Corrêa, da Iron Telemedicina, após quase dois anos de tantas restrições de contato e de possibilidades de sair, as pessoas estão buscando viver uma rotina próxima à que tinha antes da pandemia, mas é possível perceber mudanças. 

“A Covid-19 tirou de nós a capacidade de planejamento e de controle da rotina e muitos adoeceram psiquicamente nesse período. Ao ter a mínima liberação, recupera-se a sensação de que estamos no controle das nossas vidas e há um movimento para retomar as atividades, como viajar, mas muitos já não buscam mais por aglomeração ou ir a tantos eventos”, afirma. 

A influenciadora e especialista em viagens, Ana Stier, explica que o “slow travel” é tendência justamente porque acompanha essa mudança da sociedade. O estilo de viagem é ideal para quem busca momentos mais calmos e desacelerados e que, consequentemente, ofereçam uma verdadeira imersão cultural.

“Muitos jovens têm desenvolvido a síndrome de FOMO, que é uma abreviação de fear of missing out, ou seja, medo de estar perdendo algo. Ela gera ansiedade, angústia e depressão e pode estar ligada a este costume de querer viajar a muitos destinos, já que a internet está cheia de locais turísticos que ‘não podemos perder’. O ‘slow travel’ vai na contramão disto”, conta.

Ana fala ainda sobre o sentimento de “precisar tirar férias das férias” e como é possível se livrar dele. 

“A resposta está sempre no como viajamos… Menos destinos para cumprir um protocolo (ou uma foto), menos Wi-Fi, e mais conexões reais, humanas. O conceito de slow travel é um convite para uma nova mentalidade de experiência. É se questionar: ‘isso faz mesmo sentido pra mim?’ Seja na tomada de decisão de um restaurante, seja para um passeio turístico”. 

Por fim, a especialista relata que acredita que esta forma de aproveitar viagens é uma oportunidade para autoconhecimento e autocuidado. 

“É claro que ainda iremos conhecer pontos turísticos. É natural ir à Paris e querer visitar a Torre Eiffel, mas esse estilo de viagem é também sobre passear na cidade, fazer um piquenique, olhar à volta, andar de bicicleta... Um passeio em que nós aproveitamos menos destinos, mas com mais profundidade, acaba se tornando mais gostoso e enriquecedor”, finaliza.


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