Levantamento, realizado no 4º trimestre de 2021, ouviu 500 empresários dos setores de serviços, comércio e da indústria
Um levantamento
realizado ao longo do 4º trimestre de 2021 pela empresa de inteligência
analítica Boa Vista revelou que 61% dos empresários dos setores de serviços,
comércio e da indústria demonstravam otimismo para realizar investimentos em
2022. Segundo a pesquisa, entre os entrevistados que declararam querer investir
em seu próprio negócio ao longo deste ano, 62% disseram que irão apostar no
aprimoramento de seus produtos e serviços, contra os 54% registrados no mesmo
período de 2020. Na sequência, 60% dos empresários apontaram a tecnologia como
foco dos investimentos e 57% disseram que pretendem investir na capacitação e
no desenvolvimento de suas equipes. A pesquisa permitia mais de uma resposta
sobre o destino das aplicações planejadas.
“É notável o aumento da
confiança dos empresários que pretendem investir no crescimento de seus
negócios. O otimismo identificado no final do ano passado se deu muito por
conta da ampla aderência da população à vacinação e o fim das restrições de
acesso para o comércio e serviços. Apesar de se tratar de um cenário totalmente
oposto ao do final de 2020, é importante fazer a ressalva de que fatores
recentes como o aumento dos casos de Covid-19 e de gripe, além de novas
restrições, tais como o cancelamento do carnaval de rua em diversas cidades e
estados, suspensão de voos e de operações de cruzeiros, por exemplo, podem voltar
a frear o ânimo dos empresários neste início de ano”, explica Flávio Calife,
economista da Boa Vista.
Entre os entrevistados,
68% declararam ter a expectativa de alavancar seu faturamento em relação ao
último trimestre de 2020, período em que 49% dos empresários afirmavam ter
certeza de crescimento. “As empresas irão direcionar seus investimentos para
buscar o crescimento e compensar o desempenho dos dois últimos anos, que foi
severamente prejudicado”, comenta Calife.
O otimismo dos
empresários não se limita aos investimentos. Pouco mais da metade dos
entrevistados, 51%, espera uma diminuição no índice de endividamento das
empresas. Em 2020, no mesmo período, apenas 34% tinham essa expectativa. A
diminuição da inadimplência no país também é esperada pela maior fatia dos
entrevistados. Cerca de 45% acreditam que os índices devem cair, enquanto 35%
apostam na estabilidade e 20% em um possível crescimento dessa taxa.
Mesmo com a perspectiva
de queda no endividamento das empresas, há entre os entrevistados, refletindo a
alta das taxas de juros, a intenção de não tomar crédito em 2022. Apenas 33%
têm planos de solicitar de crédito neste ano, enquanto cerca de 42% declararam
a mesma intenção em 2020. O principal objetivo dos empresários que irão
precisar de crédito é garantir o capital de giro – 45% – e pagar dívidas já
contraídas. “Algumas empresas vão precisar de recursos para ter fôlego
financeiro, mesmo com perspectiva de contratarem crédito por taxas maiores que
as praticadas em 2021”, explica o economista.
Metodologia
A pesquisa realizada
pela Boa Vista foi baseada em um questionário estruturado, aplicado ao longo do
4 trimestre de 2021, entre 500 empresários, na sua maioria representantes dos setores
de serviços, comércio e da indústria, em nível nacional. O índice de confiança
é de 90% e a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.
Boa
Vista
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