Fonoaudióloga
ressalta que o volume muito alto dos fones pode causar perda de audição permanente;
prevenir ainda é a melhor solução. É preciso cuidados na utilização dos fones de
ouvido
Divulgação
Seja para caminhar, correr, trabalhar
ou simplesmente escutar algo, como uma música ou um podcast por exemplo, os
fones de ouvido definitivamente fazem parte do nosso dia a dia. Mas, essa
“febre” pode ser bastante prejudicial à saúde se os aparelhos forem utilizados
de forma inadequada, ou seja, na maioria das vezes numa altura acima do
indicado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) -- que é de não ultrapassar 85
decibéis.
O
alerta é da fonoaudióloga Vanessa Mantovani, diretora técnica da Soeclin
Saúde-- clínica especializada em Medicina do Trabalho em São José dos
Campos/SP, que mantém um departamento exclusivo para cuidar das perdas
auditivas. “Não é o tipo de som que pode causar a perda da audição, e sim a
altura somada ao tempo de exposição. Essa perda é irreversível, e quanto mais
nos expomos ao som elevado, maior a perda auditiva”, ressalta.
De
acordo com a OMS, adolescentes e jovens de 12 a 35 anos, são os mais afetados
por alta exposição a ruídos. “Os erros mais comuns no dia a dia são: uso
excessivo de fones de ouvido em volume muito alto, ficar muito próximo a caixas
de som nas baladas e jogar vídeo game por muito tempo”, afirma a fonoaudióloga.
É
importante ainda, acrescenta ela, não retirar os protetores auditivos dentro
dos locais onde eles são obrigatórios e evitar ficar exposto a sons elevados
sem a proteção adequada.
Vanessa
explica que, ouvir música sem fones ou optar pelos modelos “concha” são opções
mais indicadas do que os fones que ficam dento do canal auditivo. “Utilizar
fones de ouvido com volume alto enquanto caminhamos pode causar sérios
acidentes, já que deixamos de utilizar um dos nossos sentidos (audição)”,
enfatiza.
NA
ALTURA CERTA -- Para
saber se o som emitido pelo fone está adequado, Vanessa recomenda colocar numa
altura em que seja possível ouvir as pessoas ao redor ou o barulho externo.
“Fique atento ainda se as pessoas ao seu redor conseguem escutar o som que está
saindo do seu fone, isso certamente indica que o volume está acima do
recomendado”.
Ela
indica ainda que “faça pausas de 30 minutos a cada duas horas de uso e não
utilize o fone em apenas uma orelha.”
NO
TRABALHO -
Atualmente, segundo Vanessa, existem legislações e Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho que auxiliam as empresas e os colaboradores a cuidarem
da audição. “As empresas com risco físico ruído são obrigadas a realizarem
medições nos locais de trabalho para identificar o nível de ruído a que os colaboradores
estão expostos e trabalharem sempre na tentativa de uma redução coletiva, assim
como fornecerem e substituírem quando necessário, os protetores auditivos (EPI)
capazes de reduzir o nível individualmente.”
Os
colaboradores, afirma ela, precisam entender que têm o direito de utilizarem os
protetores auriculares. “Devem ter consciência e que esses equipamentos podem
evitar as perdas auditivas. Além disso, precisam cuidar da higienização e da
troca”.
No
caso da perda auditiva causada pela exposição a sons intensos, a especialista
esclarece que é praticamente imperceptível. “Não há sinais e sintomas no início
que demostrem essa perda. O que podemos fazer, é realizar o exame de
audiometria”, diz.
A
fonoaudióloga esclarece que, dependendo do motivo da perda auditiva, existem
cirurgias, implantes cocleares e aparelhos auditivos que podem amenizar o
problema. “Mas por melhor que seja um aparelho auditivo, ele nunca substituirá
o nosso sistema auditivo. Então, a dica é simples: utilize os fones de ouvido de
maneira adequada para você possa ouvir música com a mesma qualidade por muitos
anos”, finaliza.
SOECLIN SAÚDE
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