A situação em
relação aos cartões de créditos é alarmante, dados do Banco Central apontam que
as concessões de empréstimos por meio do cartão de crédito rotativo para
pessoas físicas foram recordes em 2021, com o maior patamar em 10 anos. Assim,
o cartão de crédito rotativo somou R$
224,7 bilhões em 2021, uma média mensal de R$ 18,7 bilhões. Um crescimento de 23% na comparação com o ano
anterior.
Assim, quando o
assunto são finanças pessoais, sem dúvida, o cartão de crédito é considerado um
dos maiores vilões. Os jovens, principalmente, o utilizam com mais frequência,
já que ele oferece grande facilidade com o pagamento de serviços através de
aplicativos de celular, por exemplo. Além disso, existe a nova modalidade do
crediário no cartão de crédito, que também tem juros altíssimos e a
possibilidade de parcelamento maior, consequentemente maiores chances de se
endividar quando não há planejamento.
Mas muitos acabam
condenando o cartão de crédito por acreditar que ele é o único culpado pelas
dívidas, mas na verdade ele pode ser um grande aliado na hora das compras. Para
não ter que correr atrás do prejuízo todos os meses e se apertar nas contas, a
melhor forma é se educar financeiramente, assim resolvendo o problema na raiz.
Para que todos
possam se programar para utilizar essa modalidade de forma mais sustentável,
preparei algumas orientações.
• É preciso ficar atento
para que o limite do cartão de crédito não ultrapasse 30% do salário ou ganho
mensal, evitando assim gastar mais do que se ganha. Além disso, se tiver apenas
uma fonte de renda, o ideal é ter apenas um cartão.
• Cuidado com o
parcelamento. Com essa grande facilidade, o endividamento, infelizmente, acaba
se tornando uma realidade. Nesse caso, é preciso ter o comprometimento para
arcar com essa despesa durate os meses futuros.
• Um dos maiores
erros cometidos em relação ao cartão de crédito é pagar a parcela mínima. As
taxas de juros cobradas são uma das maiores, o que acaba levando à
inadimplência. Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de
crédito que não ultrapasse 2,5% ao mês;
• Negocie com a
operadora a anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não
cobram nenhuma taxa de manutenção. Também nunca empreste o cartão de crédito à
outra pessoa, mesmo que seja conhecida;
• Uma forma educada
financeiramente de utilizar o cartão é saber aproveitar os benefícios que ele
pode oferecer, sejam milhagens ou prêmios. Mas lembre-se que essas vantagens
têm data de validade, portanto é preciso ficar atento para não perder os
prazos.
• Caso não consiga
pagar a fatura total do cartão no vencimento, faça, imediatamente, um
diagnóstico financeiro e descobrir o verdadeiro problema. Além disso, busque
uma linha de crédito com taxas de juros mais baixos;
• Evite compras por
impulso. Com o bombardeiro diário de ofertas e oportunidades na mídia, muitas
vezes os jovens se deixam levar e adquirem um serviço ou produto que nem sempre
é necessário. Para que isso não aconteça, é preciso se perguntar antes de
qualquer compra: "Eu realmente preciso disso?" "Eu terei como
pagar a fatura no mês seguinte?" "Estou comprando por vontade própria
ou me deixando levar pelas propagandas ou terceiros?"
Reinaldo
Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista
.
É PhD em Educação Financeira, presidente da
Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação
Financeira.
Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira
.
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