Dia 5 de
fevereiro é o dia nacional desse exame que se realizado rotineiramente pela
mulher, diminui o risco de falecer por um câncer de mama
O
tumor de mama é o câncer mais frequente entre as mulheres. É também a primeira
causa de morte por câncer no Brasil e no mundo. Dados de países com alta renda
demostram uma queda de mortalidade atribuída aos programas de rastreamento e
terapias mais efetivas. Já no Brasil, não é observado essa queda, segundo a
oncologista Susana Ramalho, do Grupo SOnHe – Oncologia e Hematologia e do
CAISM/Unicamp. “No Brasil não notamos diminuição da mortalidade por câncer de
mama. A dificuldade de acesso aos tratamentos e o diagnóstico tardio podem ser
as causas. A mamografia é o único exame que, quando realizado rotineiramente
pela mulher a partir dos 40 anos, na ausência de quaisquer sintomas nas mamas,
diminui o risco de falecer por um câncer de mama”, afirma.
De
acordo com a médica, grandes estudos realizados em mais de 500 mil mulheres,
mostraram a redução da mortalidade entre 10% e 35% no grupo de mulheres que
faziam mamografias regularmente comparada às que não faziam. “A
ultrassonografia e a ressonância magnética podem complementar o rastreamento,
especialmente em mulheres de alto risco ou com mamas densas”, explica Susana
que é mestre em Oncologia Mamária e doutora em Oncologia Ginecológica
pelo CAISM/Unicamp.
No
Brasil, as sociedades médicas recomendam o rastreamento mamográfico anual para
as mulheres entre 40 a 75 anos. “Temos uma proporção maior de
diagnósticos em pacientes jovens do que em outros países, como Alemanha e
Estados Unidos, com 41% de pacientes com diagnóstico de câncer de mama em idade
inferior a 50 anos. Já o Ministério da Saúde indica a mamografia de
rastreamento para mulheres de 50 a 69 anos sem sinais e
sintomas de câncer de mama, a cada dois anos. A mamografia diagnóstica,
diferente da mamografia de rastreamento, é indicada para avaliar lesões
mamárias suspeitas e pode ser realizada em qualquer idade, inclusive em homens.
A mamografia de rastreamento é para mulheres
assintomáticas, já a mamografia diagnóstica é indicada quando há uma lesão
mamária suspeita”, explica a oncologista.
Nenhum
teste de rastreamento é perfeito e a mamografia não é exceção, afirma Dra
Susana, que explica que fatores como a densidade mamária e a idade influenciam
a efetividade da mamografia, dificultando a detecção dos tumores. “A mamografia
de rastreamento é menos efetiva em mulheres mais jovens por possuírem mamas
mais densas. Em torno de 25% dos cânceres de mama em mulheres entre 40-49 anos
não são detectados pela mamografia. Em mulheres com lesões suspeitas e
especialmente com nódulos palpáveis, a investigação rápida com avaliação,
mamografia, ultrassonografia e, se indicado biopsia, são primordiais para um
diagnóstico precoce”, indica.
Em que idade parar o
rastreamento?
Como
recomendação, a mamografia de rastreamento em mulheres com mais de 75 anos
deveria ser interrompida. “Os benefícios do rastreamento mamográfico com
diminuição de risco de morte nesta faixa etária não foi demonstrado em
importantes estudos. A maioria dos tumores em mulheres idosas tem crescimento
lento, podendo não afetar a expectativa de vida e, assim, não impactar na
mortalidade. O recomendado, em casos selecionados, é uma avaliação individual,
se possível de acordo com a saúde e doenças existentes que impactam na
expectativa de vida de cada mulher”, afirma a oncologista.
Segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando e a das mulheres é 80,3
anos. “Temos, portanto, uma população cada vez mais idosa e com melhor
expectativa de vida. Assim, o seguimento com mamografia de rastreamento deveria
ser descontinuado em mulheres com expectativa de vida menor que 5 anos e
avaliada individualmente em mulheres acima de 75 anos”, finaliza a
especialista.
Susana Ramalho - especialista em
Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de
Oncologia. É mestre em Oncologia Mamária e doutora em Oncologia Ginecológica
pelo CAISM/Unicamp. Susana também é preceptora dos residentes de Oncologia
Clínica do CAISM/Unicamp. Susana faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe –
Oncologia e Hematologia e atua no Radium – Instituto de Oncologia, no Hospital
Santa Tereza e Santa Casa de Valinhos.
@gruposonhe
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