O sócio-diretor do Grupo Ultra e especialista em franquias, Marcel Gandra, traz dicas baseadas em suas vivências para expandir um negócio
Após muitos negócios terem sido afetados pela pandemia, crescer se tornou algo
mais do que urgente. Segundo Marcel Gandra, sócio-diretor do Grupo Ultra, muita
gente não sabe por onde começar.
No entanto, existem algumas variáveis que devem ser levadas em conta quando um
empresário decide apostar na escalabilidade de seu negócio. A primeira delas é
entender o seu conceito. “É a capacidade de um negócio crescer e atender a mais
demandas internas e externas sem perder os elementos que agregam valor e sem
elevar os custos na mesma proporção”, define Gandra.
Ou seja, é preciso encontrar a fórmula para
expandir em volume, faturamento, vendas, número de clientes, mas as despesas
não podem seguir no mesmo compasso. Para Marcel, muitos foram os aprendizados
com a pandemia. “Aprendemos a ter mais austeridade, enxergar realmente quais
são os custos necessários para conseguir escalar e sobre a combinação do mundo
híbrido -- virtual e presencial -- e que temos a capacidade de acompanharmos a
jornada do cliente nos dois universos”.
Outro ponto abordado pelo sócio-diretor é que a
escalabilidade nem sempre é adequada para um negócio. “É preciso entender a
fundo a sua essência, funcionamento e estrutura, para checar se é viável
expandi-lo, seja por um crescimento orgânico, por fusões ou aquisições, ou por
franquias”.
Por isso, Gandra traz alguns conselhos e
elucidações importantes sobre a escalabilidade, adquiridos ao longo de algumas
décadas de atuação no mercado. Confira alguns pontos importantes que podem ser
adequados a qualquer ramo de atuação.
- Comece
pequeno, pense grande e cresça rápido. Em
primeiro lugar é preciso pensar quais são os recursos necessários para fazer
o projeto nascer, mas sem exageros. Tenha austeridade nos custos. Ao mesmo
tempo, é preciso ter a visão de onde se pode chegar, estudando todas as
oportunidades ainda não ocupadas nesse mercado. Por fim, para se ter
escalabilidade é necessário crescer rápido. O mercado é muito dinâmico e a
concorrência está ou brevemente estará presente em todos os lugares.
- Defina
o diferencial do seu negócio. Ter um diferencial
possibilita que o consumidor consiga perceber as suas qualidades, optar
pelo seu serviço e permanecer por mais tempo. Muitas vezes saber
claramente qual problema do consumidor se deseja resolver e fazê-lo com
excelência já te coloca em posição de vantagem.
- Ofereça
consistência e segurança ao seu público-alvo.
Nada mais seguro que garantir ao seu cliente que encontre o mesmo serviço
em qualquer loja/unidade da rede. “Quando você consegue criar essa
padronização, a chance de o cliente buscar o seu negócio é maior”.
- Inovar
é preciso. Não é porque o seu negócio atende bem o
cliente e obtém bom faturamento que a inovação deve ser deixada de lado --
ela faz parte do processo de escalabilidade. “A inovação tem que ser algo
perseguido constantemente, pois o mercado e as necessidades dos
consumidores mudam em uma velocidade muito rápida.
- Tecnologia
é fundamental. Seja na jornada do cliente, seja na gestão do
negócio. Hoje existem sistemas com todas as soluções tecnológicas
necessárias tanto para mapear a jornada do usuário, quanto para controlar
um negócio. “Desde a entrada dos clientes, características do consumo
(produto mais consumido, tempo de permanência na loja, etc), receitas,
despesas, entre outros. Quando se utiliza a tecnologia a favor da
experiência do usuário e da gestão, é possível permanecer na vanguarda e
pronto para escalar.
- Simplicidade
nos processos e clareza na comunicação. Com
a chegada de novas unidades do negócio, todos os processos precisam estar
bem definidos para que o foco seja replicar e atender cada vez melhor o
consumidor. Além disso, com as regras claras para clientes e colaboradores
não há atrito por divergência de interpretação.
Por fim, Gandra deixa três importantes reflexões
sobre a possibilidade de escalar seu negócio;
- Pense
com cuidado nas razões que levam à expansão da empresa.
Sobreviver em um mercado competitivo? Aumentar a geração de lucro? Ampliar
o market share? Alcançar maior valor de mercado? Ou tudo isso? “Crescer
também faz parte do processo de sobrevivência de uma empresa no mercado.
Em alguns casos, a empresa passa a ser uma companhia com bom valor somente
quando escala”, reforça Marcel.
- Elabore
uma estratégia futura. Gandra aponta algumas
perguntas que também devem ser feitas para guiar a construção desses
passos, seguindo esta ordem de questionamentos: Onde queremos chegar?
Quais caminhos devemos tomar? O que devemos atingir? O que temos que
fazer?
- Escolha
um caminho para escalar: crescimento orgânico, M&As (fusões e
aquisições, na sigla em inglês) ou franquias. Algumas
empresas crescem organicamente utilizando o seu resultado para reinvestir.
Outras escolhem comprar empresas relativamente maduras, pois isso encurta
o tempo para atingir a meta de quantidade de unidades. Há ainda quem opte
pelo sistema de franquias, pois na maioria dos casos já se tem um modelo
testado, o que traz maior segurança para alguns perfis de investidores.
Perguntas
para serem feitas na hora de colocar a mão na massa. Seu
modelo de negócio é facilmente replicável? É possível manter o seu diferencial
sendo 10 vezes maior do que a empresa é hoje? O que é preciso mudar com o
crescimento? Quais são os principais gargalos que podem ocorrer com o
crescimento -- capital, pessoas, fornecedores? Coloque no papel três ações para
aumentar a escalabilidade do seu negócio e comece!
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