Especialista explica quais são os principais fatores de risco associados ao distúrbio e dá dicas para controlar a síndrome
Considerada a doença
do século, a síndrome metabólica é a resposta do organismo a uma vida de
sedentarismo e alimentação inadequadas, tendo como principal desencadeador o
sobrepeso e as alterações hormonais. A síndrome também está diretamente
relacionada com os principais fatores de risco para o desenvolvimento de
diabetes e problemas cardiovasculares, tornando-se uma questão de saúde
pública, segundo a nutróloga e especialista em medicina integrativa, Dra.
Esthela Oliveira.
"A síndrome
metabólica tem afetado os brasileiros cada vez mais cedo e isso é muito
preocupante. Estamos falando de uma doença que tem como base a resistência à
ação da insulina, o que obriga o pâncreas a produzir mais desse hormônio, um
risco para o diabetes. E se levarmos em consideração que o país já conta com
mais 18 milhões de pessoas diabéticas, entenderemos o tamanho deste problema, especialmente
depois do contexto da pandemia", afirma a nutróloga.
De acordo com a
especialista em medicina integrativa, os principais fatores de risco que levam
ao diagnóstico da síndrome metabólica são: intolerância à glicose, hipertensão
arterial, níveis altos de colesterol ruim (LDL) e baixos do colesterol bom
(HDL), aumento dos níveis de triglicérides e obesidade, associada diretamente à
presença de gordura visceral.
"Um dos critérios
mais importantes para o diagnóstico dessa síndrome é a circunferência
abdominal, que segundo o novo guia da Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) deve medir no máximo 90cm em homens
e 80cm em mulheres. A presença de pelo menos dois dos fatores de risco citados
e os sinais de que a cintura está maior que o permitido já são indicadores para
o diagnóstico da síndrome", orienta a especialista.
Esthela explica ainda
que os pacientes portadores da síndrome podem ser assintomáticos e que os
indicadores da doença são os próprios fatores de risco, que também são vilões
para a saúde do coração, portanto, requerem atenção dobrada. "Os indícios
da doença geralmente começam na idade adulta e aumentam com o passar dos anos,
sendo de duas a três vezes maior as chances de se adquirir a síndrome
pós-menopausa ou após os 40 anos para os homens. No entanto, com o cenário
pandêmico percebemos cada vez mais jovens desenvolvendo sinais do
distúrbio", conta a médica.
A nutróloga ressalta
que para se prevenir ou mesmo tratar a doença é preciso controlar os fatores de
risco pré-existentes e manter uma alimentação equilibrada desde cedo, rica em
ômega 3, sementes e cereais, verduras, frutas e legumes, além de apostar em
condimentos mais naturais e evitar industrializados de qualquer espécie. Cuidar
do sono e praticar exercícios físicos rotineiramente também são fundamentais,
segundo Esthela Oliveira. "Como as alterações hormonais são comuns em
pacientes com a síndrome, a reposição hormonal pode ser uma opção complementar
aos tratamentos clínicos", conclui.
Dra. Esthela Oliveira
- Médica do esporte (RQE 76855), pós-graduada em
nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), pós-graduada em
Medicina Integrativa pelo Albert Einstein, conexão mente-corpo (Harvard). CEO
and Founder da Side Clinic, espaço que busca trazer uma visão mais ampla no
cuidado com os pacientes, acompanhando-os em todas as etapas da vida e em todas
as suas esferas: físico, emocional e mental, por meio da associação de técnicas
integrativas, como ferramenta para complementar a medicina tradicional.
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