Nossa
atuação tanto na vida profissional como pessoal ganhou novos contornos desde
que fomos surpreendidos pela pandemia global. E, com isso, tivemos que enfrentar
desafios para nos manter cada vez mais ativos e, mais do que nunca,
ressignificar tudo à nossa volta. E na área de tecnologia da informação, por
exemplo, os esforços não param. Que o digam os CIOs, que estão lidando com os
picos de sobrecarga nas estruturas de aplicações e infraestrutura, após a
migração maciça das empresas para o trabalho remoto.
A tecnologia é um elemento bastante importante na atividade dos profissionais
que estão nessa linha de frente, mas realmente quem executa, cria e constrói
são as pessoas, que estão passando por um momento de transição e reflexão. Além
dos desafios com o colaborador, precisamos nos preocupar com as famílias do
colaborador, como balancear a vida em casa correspondendo com a empresa e ao
mesmo tempo dar atenção para a família?
É fato que tivemos que acelerar e replanejar os projetos com o desafio de
buscar resultados mais ágeis e aumento de receita com redução de custo e, para
tanto, o foco tem sido os projetos de inovação, de transformação digital, para
cuidar de toda a questão operacional da empresa. Registrou-se uma mudança neste
último ano. E vemos empresas hoje que ainda estão trabalhando 80% em home
office tendo que buscar novas tecnologias para melhorar e aperfeiçoar a
comunicação, que tem sido cada vez maior.
Houve também a necessidade de priorizar projetos com resultados rápidos, que,
muitas vezes, foram acordados por questão de custos, mas que agora alguns deles
têm que ser acelerados e quem tem a árdua missão de fazer isso acontecer. Cabe
ao CIO buscar esses projetos de governança, transformação digital e mudança
operacional e colocar em prática no menor tempo, levando em conta todos os
cenários avaliados.
A perspectiva e missão da área de TI estão voltadas para outros interesses. Não
está mais restrito ao suporte operacional do negócio, mas passa a ser
componente essencial deste core business. Toda e qualquer organização será
empresa de tecnologia digital, mesmo que não comercialize produtos de
tecnologia.
O ecossistema de fornecedores muda. O hábito de recorrer aos mesmos grandes
fornecedores passa a dar lugar a um olhar mais voltado também para outros
parceiros, especialmente as startups, que tendem naturalmente a serem mais
criativas e inovadoras que as grandes corporações. As tradicionais empresas de
tecnologia continuam seu árduo trabalho para se transformarem e conseguirem
sobreviver no novo cenário digital.
O CIO deve ser inovador. Tem que monitorar constantemente as tecnologias
emergentes, não apenas como curiosidades tecnológicas, mas identificar
oportunidades para redefinir mercados e criar novos modelos de negócios. Não
deve ficar em stand by aguardando o que a empresa vai desenhar como estratégia.
Afinal, a tecnologia é parte integrante e indissociável de qualquer estratégia
de negócios no mundo digital. O papel do CIO, portanto, é o de embutir o
‘digital’ na estratégia do negócio.
Esdras Cândido - VP de Produtos e Serviços da ORYS,
consultoria especializada em inteligência de dados.
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