Ansiolíticos, hipnóticos, tranquilizantes, indutores de sono, e por aí vai. Os transtornos mais comuns da atualidade ajudaram a deixar os medicamentos para estes fins no primeiro lugar no ranking dos mais vendidos. Essas medicações agem rapidamente e em minutos são capazes de deixar qualquer um em um estado de alívio - o que explica serem os mais vendidos. E não há problemas neste uso, a grande questão é quando são usados para casos que não têm indicação psiquiátrica.
"O uso de
medicamentos ansiolíticos e antidepressivos podem criar dependência após alguns
meses de uso, além disso, a pessoa vai precisar de doses cada vez maiores para
obter o mesmo efeito e, a própria abstinência destas medicações causam
ansiedade intensa, insônia e inquietação", alerta o farmacêutico homeopata
Jamar Tejada, da capital paulista, que avisa: "O uso de medicamentos
fitoterápicos, que são feitos com plantas e agem e forma semelhante às drogas
sintéticas, sem tantos efeitos colaterais podem ser a saída".
Os fitoterápicos, como
todo medicamento, passam por uma série de pesquisas para comprovar sua
eficácia. Já as plantas medicinais podem ser usadas de outras maneiras, como no
preparo de chás, para casos não tão graves.
Jamar revelou então,
as cinco principais plantas utilizadas para tratamento da ansiedade e
depressão, assim como a posologia para o preparo da infusão. Quanto às cápsulas
de pó ou extrato seco, por serem mais concentrados com seus princípios ativos,
devem ter uma dosagem específica a cada paciente. Por isso que, toda medicação,
por mais natural que seja, deve ser orientada por um médico ou farmacêutico.
1. Melissa, Erva
Cidreira ou Melissa officinalis
- Indicações e Ação
Farmacológica: o ácido rosmarínico da Melissa officinalis é um dos principais
componentes que devem a sua resposta farmacológica. É indicada na inapetência
(ausência do apetite), na gastrite, nos espasmos gastrintestinais, nas
disquinesias hepatobiliares, meteorismo (presença exacerbada de gases no trato
gastrointestinal), nas coleocistites, nas diarréias, na ansiedade, na insônia,
na hipertensão arterial, na taquicardia, na enxaqueca, na asma, na
dismenorréia, em feridas, no hipertiroidismo e herpes simples. Também apresenta
efeito sedativo e ligeiramente hipnótico, e antioxidante.
-
Toxicidade/Contraindicações: o óleo essencial de Melissa se comporta como
neurotóxico e mutagênico em doses elevadas. O linalol e o terpineol produzem um
efeito depressor do sistema nervoso central e em altas doses provocam quadros
narcóticos. Ocasionalmente pode produzir hipertensão arterial em doses normais
por vasodilatação periférica.
É contraindicado o uso
de óleo essencial de Melissa durante a gravidez, lactação, para crianças
menores de seis anos de idade, pacientes com gastrite, úlceras gastroduodenais,
síndrome do cólon irritável, colite ulcerativa, doença de Crohn, epilepsia,
afecções hepáticas, doença de Parkinson ou outra enfermidade neurológica. Não
fazer uso tópico em crianças menores de seis anos e pessoas com alergia
conhecida a óleos essenciais.
- Modo de usar: uma
colher de sobremesa da rasura de melissa por xícara, infundindo por 10 minutos.
Tomar 3 ou mais xícaras por dia.
2. Camomila ou
Matricaria recutita
- Indicações e Ação
Farmacológica: o óleo essencial e os flavonóides da camomila são os
responsáveis por praticamente todos os efeitos farmacológicos conhecidos. O
efeito ansiolítico que a camomila apresenta está relacionado com o flavonóide
apigenina, o qual, é capaz de se ligar a receptores GABA- A cerebrais de
maneira similar aos benzodiazepínicos.
A apigenina provoca um
bom efeito ansiolítico capaz de diminuir a ansiedade sem provocar depressão do
sistema nervoso central. A atividade antiespasmódica que essa planta apresenta
é de exclusiva ação da apigenina, mas estudos recentes confirmam que essa
atividade depende tanto dos componentes do óleo essencial como dos flavonóides
e cumarinas.
-
Toxicidade/Contraindicações: ela é contraindicada na gravidez e para lactantes.
Não há causas que apontem em estudos intoxicação pelo uso da camomila.
- Modo de Usar:
infusão: 2-3 xícaras, depois das refeições.
3. Erva de São João ou
Hipérico (Hypericum perforatum)
- Indicações e Ação
Farmacológica: o Hipérico está indicado para o tratamento de pacientes afligidos
por depressão leve a moderadamente severa e desordens psico-vegetativas
acompanhadas de ansiedade. Nos testes clínicos de duplo desconhecimento
utilizando o Hipérico, comparado a um grupo placebo, observou-se,
primeiramente, para a droga verdadeira, melhoria significativas nos problemas
vegetativos relacionados à depressão, tais como distúrbios do sono, exaustão,
dores musculares, cefaléia e consciência cardíaca e posteriormente, alívio dos
sintomas subjetivos específicos, como melancolia, sentimento de culpa e
ansiedade.
Hipérico, ao contrário
do que ocorre na utilização da maioria dos agentes antidepressivos, não
apresentam distúrbios na capacidade de concentração, na coordenação motora, na
memória e na reatividade frente a estímulos neurossensoriais. Isto sugere que
não apenas está isento de efeitos sedativos, como ainda atenua os problemas de
atenção e reação que normalmente compõem o quadro depressivo.
Também tem ação
adstringente, antidiarreico, anti-inflamatório, vulnerário, diurético leve, colagogo,
cicatrizante, antisséptico e vermífugo.
-
Toxicidade/Contraindicações: hipérico é contraindicado em pacientes diabéticos,
na gravidez e lactação, e também em crianças com idade inferior a 12 anos até
que se obtenha dados confiáveis da segurança nestes períodos. É incompatível
com alimentos e plantas que contenham tiramina (a associação pode produzir
elevação da pressão arterial). Não é recomendado para pacientes com depressão
crônica.
- Modo de Usar:
infusão: 15-30 g/L. Tomar 2-3 copos ao dia.
4. Maracujá
(Passiflora alata Dryand)
- Indicações e Ação
Farmacológica: é indicado em casos de dores de cabeça de origem nervosa,
ansiedade, perturbações nervosa da menopausa, insônia, taquicardia nervosa,
doenças espasmódicas e nevralgias. Devido aos alcaloides e flavonóides, age
como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resultando em uma ação
sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa.
O maracujá também tem
atividade cardiovascular devido ao fato de diminuir por instantes a pressão
arterial e ativa a respiração, deprimindo a porção matriz da medula. A
passiflorina (princípio ativo) é similar a morfina e é um medicamento de grande
valor terapêutico como sedativo e que, apesar de narcótico, não deprime o
sistema nervoso central. E também possui efeitos analgésicos, o que justifica o
seu uso nas nevralgias.
-
Toxicidade/Contraindicações: é contraindicado em pessoas de hipotensão. Deve-se
controlar o uso das folhas na forma de chá, pois existem riscos de intoxicação
cianídrica consequente ao uso de doses exageradas. Não há relatos de risco
durante a gestação/lactação.
- Modo de Usar:
infusão da rasura das folhas , 1-2 g em 150 mL de água fervente, tomar 1-4
vezes por dia (10 a 15 minutos após o preparo).
5. Valeriana (Valeriana
officinalis)
- Indicações e Ação
Farmacológica: a Valeriana é indicada na ansiedade, na insônia, na taquicardia,
na hipertensão arterial, nas cefaléias, na síndrome do cólon irritável, nos
espasmos gastrintestinais, nas parasitoses, como coadjuvante em tratamentos de
epilepsia, em contusões, em dermatoses, no stress, na asma e broncoespasmos de
origem nervosa.
A atividade
terapêutica da Valeriana corresponde fundamentalmente com dois aspectos:
antiespasmódico e sedante. Os efeitos sedativos esperados com relação à
potência farmacológica são menores que os proporcionados pelos
benzodiazepínicos e outros compostos similares. Várias experiências
demonstraram que a raiz da Valeriana é um excelente indutor do sono em
pacientes que não haviam se submetido a outros tratamentos. Assim sendo, um
ácido volátil, a valeranona (princípio ativo) se comporta como um modulador do
sono.
Estudos bioquímicos
têm demonstrado que o ácido valerênico (princípio ativo) inibe o sistema
enzimático central do GABA. O aumento deste se associa a uma diminuição da
atividade do SNC. No entanto, a ação sedativa dos extratos totais da raiz de
Valeriana sobre os receptores GABA.
-
Toxicidade/Contraindicações: as doses orais são bem toleradas em geral. Nas
doses usuais. Devido a sua ação sobre o sistema nervoso central, não se
recomenda seu uso prolongado já que pode provocar dependência. Alguns estudos
expressaram atividade citotóxica dos valepotriatos (princípio ativo). Esta
citotoxicidade foi demonstrada in vitro, mas não in vivo, em doses de 1350
mg/kg. É contraindicado o uso durante a gravidez e lactação (devido ao óleo
essencial). Não deve ser tomado junto a outros depressores do sistema nervoso
central, pois o efeito pode se potencializar.
- Modo de Usar -
Infusão (Rasura): 1,5g para cada 200 mL de água. Tomar até três vezes ao dia.
Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e
Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em
Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP
(Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES),
Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação
para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de
Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação
em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde.
Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de
manipulação e homeopatia desde agosto 2008. https://www.tejardiando.com.br
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