Força excessiva e
uso de escovas mais duras podem causar sérios prejuízos à saúde bucal
Escovar os dentes três vezes ao dia é um hábito essencial
para garantir uma melhor saúde bucal. Mas, além da quantidade de vezes que a
boca deve ser higienizada, é preciso se atentar à qualidade da escovação, ou
seja, se ela é feita de forma correta ou não. Escovar os dentes com muita
força, embora possa dar a ideia de que ajuda na limpeza e remoção de restos de
alimentos, pode prejudicá-los mais do que beneficiá-los.
“Ao higienizar os dentes, o importante é
desorganizar e eliminar a comunidade microbiana que está na superfície
dentária, isto é, a placa bacteriana. Qualquer escovação mecânica tem força e
energia suficiente para desorganizá-la e removê-la. Portanto, não há a
necessidade de utilizarmos força excessiva para essa remoção”, explica o Dr.
Ricardo Schmitutz Jahn, membro da Câmara Técnica de Periodontia do
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
Quando é utilizada muita força durante a escovação,
a boca pode sofrer lesões em seu interior, como na gengiva, nas bochechas, na
língua ou embaixo dela, além do desgaste dental, o que pode levar à abrasão dos
dentes. Esses fatores podem resultar na sensibilidade dentária, já que a base
do dente fica exposta e sem a proteção do esmalte, além do risco de
aparecimento de doenças bucais, como a cárie e o bruxismo.
Suavidade e calma na hora da escovação
A orientação para uma boa escovação bucal, segundo
Ricardo, é que o processo de limpeza seja feito com cuidado e sem pressa. “A
higienização com escova dentária deve ser realizada com calma e com bastante
atenção para que a escova alcance a área entre os dentes e a gengiva e não
machuque nenhuma estrutura. Lembre-se, o que deve ser escovado é o dente. A
gengiva não precisa ser escovada. Gengiva gosta de dente limpo. Isso é o
suficiente para ela”, diz o cirurgião-dentista.
A escovação também possui técnicas que variam
conforme a idade, formato da arcada dentária, tamanho e posição dos dentes, mas
a aplicação deve se basear na orientação de um profissional em saúde bucal que
indique a técnica mais adequada para um melhor resultado. “De um modo geral, movimentos
vibratórios das pontas das cerdas da escova sobre as coroas dos dentes, junto à
gengiva, são efetivos para a remoção da placa”, comenta o Dr. Jahn.
Dê preferência a escovas com cerdas mais macias
Outro fator importante são as escovas utilizadas na
hora da limpeza dos dentes. Há diversos modelos que são feitos para os mais
variados casos, como idade, diferenças no tamanho do arco dental, tipo de
gengiva e casos específicos, como aparelhos ortodônticos.
No caso de escovas com cerdas mais duras, sua utilização
é indicada para a higienização de próteses dentárias removíveis. Porém, são
contraindicadas para uso em geral, pois podem trazer lesões à cavidade bucal.
“As escovas mais duras, ao invés de apenas remover a placa bacteriana, vão
ajudar a desgastar as superfícies dentais, principalmente quando o indivíduo já
tem retrações na sua gengiva”, detalha o Dr. Jahn.
O cirurgião-dentista explica que, para o uso
diário, as escovas mais indicadas são as que possuem cerdas mais macias, o que
não compromete a limpeza e diminui o risco de lesões. “Escovas macias são
firmes o suficiente para remover o biofilme e diminuem o risco de abrasão
dentária e ferimentos nas gengivas e outros tecidos da boca, uma vez que
transferem menos força para a ponta das cerdas”.
Portanto, a escova ideal é aquela que se adequa
melhor às condições e particularidades da boca de cada pessoa, mas o
cirurgião-dentista ressalta: “O ruim mesmo é não usar escova. Em alguns
lugares, o acesso a uma “boa” escova de dentes pode ser difícil. Nessas
situações é melhor que se use uma escova fora de padrões do que não usar”.
Conselho Regional de Odontologia de São Paulo -
CROSP
Nenhum comentário:
Postar um comentário