Reservas dos
planos de previdência aumentaram 7% em dezembro de 2020, se comparadas com o
mesmo período do ano anterior
Os valores investidos em previdência privada
cresceram 7% em dezembro de 2020, se comparados com o mesmo período do ano
anterior. O dado da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e
Vida) indica que a crise provocada pela pandemia trouxe insegurança, fazendo
com que muitas pessoas passassem a se preocupar mais com o futuro. A
previdência complementar tem a função de servir como uma renda adicional à da
previdência pública quando a pessoa finalmente conseguir sua aposentadoria.
O professor de Finanças da FAE Centro
Universitário, Jorge Prado, explica que esse aumento começou a ser notado já em
2019, com a Reforma da Previdência. A partir daí, outros fatores fizeram com
que o crescimento na procura continuasse, como uma maior democratização no
acesso às formas de investimento, por exemplo. “Antes, a pessoa precisava ter
um aporte elevado para conseguir investir em uma previdência privada. Agora,
com R$ 100, por exemplo, ela já consegue”, orienta o professor.
No entanto, a pandemia também ajudou nesse
recrudescimento, uma vez que durante a crise as pessoas passaram a fazer mais
transações via internet (usando aplicativos financeiros, principalmente),
perdendo o medo de investir, mesmo que pouco. “As pessoas passaram a refletir
mais na pandemia e começaram a economizar. Muita gente está aprendendo a
cultura de poupar agora. E aconselho: não é uma decisão fácil, mas todo cidadão
deve ter uma previdência privada”, afirma Prado.
Somado à democratização, ao acesso à internet, à
preocupação maior com o futuro e à insegurança, está o baixo rendimento da
poupança, o investimento mais comum entre os brasileiros. Isso também fez com
que as pessoas pensassem mais sobre onde guardar seu dinheiro: se há alguns
anos a poupança rendia 8% ao ano, hoje não passa de 2%.
O professor aconselha: mesmo que o salário ou a
renda sejam baixos, é preciso reservar uma quantia. E alerta: reserva de
emergência não é sinônimo de cheque especial ou cartão de crédito. “Para você
ter uma ideia, quase 90% dos investidores de CDB, poupança, LCI e LCA não
possuem mais do que R$ 5 mil guardados”, ressalta ele, citando dados do Fundo
Garantidor de Crédito.
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e
a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são dois tipos de investimento
em renda fixa isentos de Imposto de Renda, que costumam garantir retornos
superiores ao da caderneta de poupança.
E para quem não tem o hábito de poupar, uma dica
é pensar no objetivo daquele dinheiro: ele será para curto, médio ou longo
prazo? Para que e quando eu vou utilizá-lo? “Se for para a aposentadoria, não é
possível utilizá-lo numa emergência. Ele precisa ficar guardado, sem mexer,
senão o objetivo estará fracassado”, observa o professor.
Fundos e planos de previdência privada
Os fundos de previdência são veículos de
investimento com o objetivo de guardar dinheiro para a aposentadoria. Já os
planos de previdência são produtos adquiridos pelos investidores, que
correspondem a uma espécie de “pacote” para a aposentadoria. Nesse caso, as instituições
financeiras atuam na gestão dos valores e dos prazos para que, mais tarde, o
investidor obtenha uma determinada renda.
Tipos mais comuns de planos e fundos de
previdência
Basicamente, existem dois tipos de previdência
privada: a VGBL e a PGBL. Na PGBL é possível deduzir valores no Imposto de
Renda e, na ocasião do saque, a “mordida” é sobre o imposto daquilo que está
guardado. Na VGBL, o imposto a sacar é deduzido sobre o lucro.
Revisão periódica
Outro ponto delicado se refere à revisão da
previdência privada – para aqueles que já a possuem. “Essa revisão deve ser
feita de seis em seis meses, pois os planos mudam e pode acontecer de o
investidor ter que pagar mais imposto”, exemplifica. A portabilidade dos
investimentos entre instituições financeiras também pode ser feita sem prejuízo
ao investidor.
Grupo Educacional Bom Jesus
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