Terapeuta afirma que a escrita expressiva pode ajudar a aliviar a dor da perda de um ente querido
A pandemia vitimou mais de meio milhão de pessoas no Brasil.
Passando pelas redes sociais, tornou-se cada vez mais frequente um post
lamentando a perda de um ente querido. A dor é algo individual, cada um sente
de uma forma. Contudo, pesquisas sugerem que externar sentimentos profundos,
por meio da escrita, pode aumentar a função imunológica.
Na avaliação da terapeuta e escritora Lella Malta, a escrita
pode melhorar o humor e o bem-estar. “Escrever é um poderoso exercício de
autoexpressão, nos ajuda a organizar sentimentos e ideias, manifesta emoções
reprimidas e faz uso da catarse como ferramenta para uma mudança terapêutica
positiva.”, explica
Além disso, a especialista afirma que a escrita pode
aliviar o estresse “Ao organizar ideias e pensamentos é possível enfrentar a
ansiedade e facilitar a dolorosa experiência do luto. É um recurso poderoso,
mas também simples e democrático, no longo e árduo processo que é o
autoconhecimento”, afirma Lella.
Uma das dicas da terapeuta que podem auxiliar no processo de
aceitação do luto é escrever uma carta direcionada à pessoa que morreu.
“Registre em um papel suas memórias, agradecimentos, desculpas e qualquer
palavra que desejaria dizer para a pessoa amada que já não está presente. Outra
possibilidade seria escrever uma carta diferente, agora apontando o que
acredita que aquele alguém gostaria de falar para você hoje”, aconselha.
“Por permitir a releitura, a escrita possui maior caráter
reflexivo, quando comparada ao discurso falado”, explica Lella. Apesar de
parecer complicado nas primeiras tentativas e, às vezes, até vergonhoso, o
exercício da escrita pode ser aliviante. “A pessoa pode
começar com o hábito de escrever um diário, que tem se mostrado bastante
benéfico para a saúde e para o bem-estar, tendo um efeito positivo a longo
prazo na disposição e autoconfiança, já que o adepto fica com uma maior e
melhor noção dos seus sentimentos e da forma como estes interferem na sua
rotina. Faz uso da catarse como ferramenta para uma mudança terapêutica
positiva”, afirma Malta.
Lella Malta - cientista social,
escritora, preparadora literária, educadora e terapeuta de escrita expressiva.
Focada na saúde mental das mulheres, se dedica ao estudo da psicanálise e da
psicologia positiva. Autora de três livros, os romances: “Qual é o nome da
vez?” e “Você tem fama de quê?”. Além de uma obra autobiográfica que retrata a
realidade de pessoas que lidam com a ansiedade: “Prazer, Paniquenta:
Desventuras Tragicômicas de Uma Ansiosa”,
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