Mas Débora Garcia, professora de meditação, alerta que é preciso compreender o público infantil para levar a ele práticas meditativas adequadas que realmente ajudem no entendimento das emoções do momento atual
A pandemia
alterou o comportamento de todas as pessoas, independente da idade. Crianças
foram afetadas com a falta de aulas presenciais, brincadeiras no recreio
escolar, atividades ao ar livre, festas de aniversário, enfim, o distanciamento
social elevou os níveis de estresse, ansiedade, medo, frustração e tédio.
A meditação tem
sido apontada como uma maneira de aliviar essas emoções, mas é necessário
entender o público infantil para oferecer práticas meditativas que gerem
resultados positivos e contribuam para que os pequenos consigam lidar com suas
emoções.
A observação é
da professora de meditação Débora
Garcia. “Meditar traz benefícios sim para o desenvolvimento emocional, no
entanto, temos que analisar que a meditação voltada para as crianças deve
acontecer em curta duração, com elementos lúdicos e de forma natural”.
A meditação
consiste em concentração e relaxamento da lógica por um tempo determinado,
destaca Débora. “Para aplicar essa técnica em crianças são precisos outros
artifícios. Hoje, os pequenos têm ao seu redor excesso de distrações e
estímulos, visuais principalmente, dificultando que elas foquem em um ponto”,
explica.
Débora explica
que controlar a respiração é fundamental para manter a concentração por 15
minutos, por exemplo. “Mas na realidade da criança de hoje esse tempo será
insuportável”, qualifica. Para iniciar os pequenos no exercício de meditar, o
tempo é importante. “Começar com dois a cinco minutos é uma boa opção”.
Como estimular a criança a focar em apenas em um ponto para favorecer a
concentração? A sugestão da professora é usar um estímulo visual como a chama
de uma vela ou aditivo, um áudio.
O envolvimento
de pais, responsáveis ou cuidadores nesse momento também é relevante,
principalmente quando eles expõem com naturalidade sentimentos, pensamentos e
emoções. “A vivência contribui para o desenvolvimento da inteligência
emocional e habilidades das crianças, que aprendem por exemplos”, afirma
Débora.
“Quando se
aplica técnicas adequadas os resultados são muito benéficos para o
desenvolvimento emocional das crianças”, sublinha Débora. Ela que quando se
medita o sistema nervoso central libera neurotransmissores e hormônios que
favorecem a manutenção da saúde mental, contribuindo para o controle das
emoções.
Débora Garcia - palestrante, professora de meditação, escritora e mentora, atua
no mercado corporativo e para autogestão pessoal. Formada em Educação Física
pela UMESP, especializada em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP, atua também
na área de educação corporal por mais de 14 anos, identificando que as
habilidades ou inabilidades internas são pontos limitantes tanto no desempenho
esportivo como na vida.
MF Press Global
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