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terça-feira, 11 de maio de 2021

Relações abusivas: coautora de livro sobre o tema explica como identificar esse tipo de situação

 

A psicóloga Cristine Lima dos Santos, que assina um dos capítulos do livro “Mulheres Invisíveis, traça os diversos perfis dos agressores e mostra como proceder diante dessas situações

 

 

Não é incomum nos depararmos com reportagens nos noticiários televisivos ou lermos reportagens sobre violência doméstica e feminicídio.

 

Para se ter uma ideia, segundo a Rede de Observatório da Segurança, em 2020 a violência contra a mulher (o que inclui o feminicídio), entrou na terceira posição do ranking de eventos do País, com ao menos cinco mulheres vítimas por dia.


 

Mas, afinal, o que é uma relação abusiva?

 

Entenda como relação abusiva qualquer ato ou palavreado que ofenda, agrida, que aponte seus defeitos, critica o tempo todo, diz ter vergonha de você, tem uma postura hostil com o intuito de degradar, inferiorizar, humilhar ou aterrorizar para dominar a mulher.

 

Algumas delas são:

 

Emocional: quando o outro minimiza seus sonhos e conquistas, diz que você não é nada ou ninguém sem ele. Quando usa álcool ou drogas, utiliza destes artifícios para utilizar-se do abuso, faz ameaças caso saia do relacionamento se colocando como vítima. Passa horas te ignorando de forma injustificada em caráter punitivo. Faz você sentir que mereceu a agressão;

 

Sexual: quando você é forçada a manter uma relação sexual sem vontade, sem prazer. Ele a procura no meio da noite para fazer sexo e lhe força a se entregar. Usa de chantagem emocional para satisfazer seu desejo. Nunca se esqueça: sexo sem consentimento é estupro;

 

Psicológica: por meio de palavras hostis, isolamento, ameaças, frieza com o intuito de suscitar insegurança e ciúmes. Perseguição ou aparição inesperada, como quem não quer nada ou está fazendo uma “surpresa”. Utiliza termos do tipo: “Nunca ninguém vai lhe querer” ou “Olha para você, dê graças a Deus que eu ainda te quero”. Tenta isolar você somente para ele, controlando com quem você pode falar, com quem pode sair, faz parecer que suas amigas lhe menosprezam ou não são amigas de verdade. Acessa seu celular quando quer e controla suas roupas. Ele joga coisas, chuta, soca para lhe intimidar;

 

Física: quando ocorrem lesões ou agressões menores, como puxões de cabelo, empurrões, socos, beliscões, entre outros. Cuidado, pois as coisas vão se agravando, podendo chegar ao ato de feminicídio; 

 

Moral: ao depor contra a sua reputação, difamando, levantando falso testemunho e caluniando;

 

Patrimonial: quando o patrimônio do casal é destruído deliberadamente, por excesso no controle financeiro, deixando-a totalmente dependente ou ainda com ocultação dos bens.

 


Sim, você tem opção!

 

Gostaria de esclarecer que em meu consultório recebo muitas mulheres nessa situação e algumas até conseguem perceber a realidade, entretanto, vêm com um discurso de que “agora é tarde, pois estou velha”, “já tenho 50 anos de casada”, “eu sou dependente financeiramente e não tenho o que fazer” e por aí vai.

 

Estão tão acostumadas a ser submissas, que anulam as suas vontades e desejos, deixando de pensar em si e vivem para o outro.

 

Primeiramente, saia da crença que ele vai mudar, vai melhorar, vai passar. Se ele não for psicótico, podemos até tentar um tratamento psicológico com o casal, mas o maior problema é que como ele faz de forma muito consciente, esbarramos em duas possibilidades.

 

Uma é nunca permitir que você chegue a algum tipo de ajuda, porque ele te manipula. E a segunda é que ele se nega a qualquer tratamento por não se ver como um abusador.

 

Por isso, neste momento, vamos pensar em você, nessa mulher que sofre, que não aparece, que não tem voz.

 

A mudança tem que partir de você, mesmo entendendo que o enfrentamento é muito difícil. Mas se houver o reconhecimento de que você é a vítima, você tem apoio. Por isso, faça uma reflexão sobre o seu relacionamento.

 

Lembre-se: a “lua de mel” cria nas vítimas a sensação de falsa segurança e uma infiel esperança de melhoras.

 


 Procurar ajuda é sempre um ótima opção!

 

Ao identificar o problema, primeiro acredite que não está sozinha. Se tiver alguém íntimo que possa lhe apoiar, um parente ou amigo, pode lhe ajudar a iniciar a jornada.

 

Existem órgãos das prefeituras que oferecem serviço de proteção às mulheres que sofrem violências praticadas por maridos, companheiros ou parentes de maneira eficaz e sigilosa. Recorra a eles sempre que possível.

 

Você ainda pode buscar um profissional. No trabalho de psicologia, por exemplo, damos todo apoio e informação necessária para iniciar essa libertação. Temos vários caminhos para trabalhar seu emocional:

 

Psicólogo: pode ajudar e reestruturar seu estado emocional, elevando sua autoestima, fortalecendo seu comportamento, auxiliando a empoderá-la para que perceba o ciclo da violência e retomando o poder de sua vida;

 

Terapia Floral: os florais são essências de flores que trabalham os desequilíbrios emocional e físico, pois a doença é uma desarmonia emocional que altera o campo energético das pessoas. É totalmente natural e sem efeitos colaterais. Os florais, na prática, trazem de dentro de você características que estão sufocadas e equilibram aquele comportamento que pode estar atrapalhando a seguir em frente;

 

Constelação Familiar: é um método psicoterapêutico que estuda os padrões de comportamento de grupos familiares através de suas gerações. 

 



 

Cristine Lima dos Santos -  Psicóloga clínica há 27 anos e escritora, é coautora da obra Mulheres Invisíveis (2021), publicado pela Editora Conquista, que aborda a questão da violência doméstica contra as mulheres.  Também é empresária da Clínica Eubiose Integração em Saúde Ltda., levando informação, conscientização, palestras, tratamento e qualidade de vida há 14 anos para pessoas, desde crianças até idosos.

 

@cristine.psicologia e @clinica.eubiose


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