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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Porque é essencial se falar sobre o comprometimento da saúde mental das mães durante a pandemia?

 Ser mãe exige habilidades que, por uma questão muitas vezes apenas cultural, impõe sobre a mulher uma carga que é exclusividade do papel que exerce. Ela acaba assumindo a responsabilidade pelas tarefas domésticas, de trabalhar e de cuidar dos filhos. E quando se trata dos filhos, é importante pensar de uma maneira mais abrangente: não só em alimentá-los e dar-lhes garantia de necessidades básicas como também de acompanhá-los de perto na educação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já apontou que as mulheres como as mais suscetíveis a problemas mentais no período de pandemia da Covid-19. E em tempos de isolamento social, todos esses papéis se concentraram dentro de casa, tornando as tarefas mais indigestas. O resultado é que os riscos de apresentar sintomas de ansiedade e depressão aumentaram nas mães, gestantes e puérperas.

Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG revela que, no período da pandemia, a maior parte das mães tem se dedicado a assistir televisão com os filhos (94%), brincar (77%) ou cantar com eles (65%). No entanto, uma pequena parcela tem lido (27%) ou feito alguma atividade física junto com a criança (22%).

Outra pesquisa, desenvolvida na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, aponta que 63% das mães tiveram sintomas depressivos durante a pandemia. Desse universo, 78% revelaram que tiveram sentimentos de desconforto em relação ao vírus e 34% tiveram sentimentos negativos, que, em intensidade mais elevada, são característicos da depressão, como medo, angústia e insegurança.

Todos esses dados têm suscitado a necessidade de atenção com as mães, como avalia a gerente de marketing da operadora de planos de saúde You Saúde, Camilla Bastos. “Não há dúvida de que a pandemia vem causando transtornos em diversas categorias sociais, e todas elas merecem cuidados devidos. Mas as mães estão no epicentro dos problemas causados pelo isolamento, até pelos papéis diversos que a mulher assume”, explica. Nesse sentido, completa, é necessário também promover uma conscientização preventiva. “Conversar com as mães, orientá-las a tomar um tempo para si e investir na própria saúde mental. Esses cuidados são fundamentais para que algo talvez tão grave quanto a própria Covid-19 não ganhe corpo dentro de casa”, conclui.


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