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segunda-feira, 17 de maio de 2021

Medo x ansiedade: a especialista Debora Garcia diferencia esses sentimentos e explica o por quê a população brasileira está mais ansiosa

Os dados podem ser assustadores, mas o recente estudo da Universidade de Ohio, dos Estados Unidos, em parceria com mais 11 Universidades espalhadas pelo mundo, apontou que o Brasil lidera o ranking dos países com mais ansiosos. Isso já era de se esperar, porque, antes mesmo da pandemia, o país já apresentava maiores números de incidências, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Aliado à ansiedade, o medo também está presente nas vidas dos brasileiros. Um estudo da Behup - startup que cria tecnologias para analisar e entender o comportamento humano -, entrevistou pessoas semanalmente, desde março de 2020 a março de 2021, fazendo a seguinte pergunta: "Pensando na última semana e em todos os acontecimentos, quais emoções e sentimentos você vivenciou? O que você sentiu?”. E a palavra medo foi a mais dita.

Ma

s como eu consigo identificar se estou sentindo medo ou ansiedade?

 

Embora ambos os sentimentos tenham características em comum, como tensão, angústia e inquietude, as diferenças são perceptíveis. A especialista em fisiologia e meditadora Debora Garcia, diz que o medo é o sentimento gerado em algo que já está acontecendo e a ansiedade é a imaginação de uma possibilidade de algo negativo acontecer. Como ela exemplifica:

 

"Saímos de casa para trabalhar, mas de repente aparece um assaltante batendo na janela do seu carro, nos assustamos e sentimos um pavor, esse é o medo, porque está acontecendo uma coisa. Já a ansiedade é quando mesmo antes de sairmos de casa, já começamos a imaginar a possibilidade de haver um assaltante em nosso caminho, ficamos apreensivos. A ansiedade também surge quando vamos fazer algo novo, seja uma viagem ou iniciar um trabalho", explica a especialista.

 

Vivendo de incertezas em relação ao futuro, eficácia da vacina, situação financeira e desemprego, ainda de acordo com Debora o sentimento atual é o da ansiedade, embora, sim, existam pessoas convivendo com o medo. "A maioria está ansiosa porque não estão contaminadas, mas elas sabem que se saírem de casa podem se contaminar ou até mesmo dentro de casa, ao receber uma visita. Já outras pessoas, estão sentindo medo porque já estão doentes, mas entendo que a maioria está ansioso e tem motivos reais para isso", pondera a especialista.

 

Como tratar o medo e a ansiedade?

 

Sendo emoções respostas internas, a meditadora diz que as emoções podem ser conduzidas por nós mesmos a favor do nosso crescimento e até do nosso bem estar. Ela explica que quando pensamos e enfatizamos um determinado assunto, o nosso cérebro vai ter aquilo como importante e vai sempre nos fazer dar atenção naquilo.

 

"Passamos a ficar mais aguçados aos detalhes que remetem a nossa insegurança e não é que a pessoa deseja ser assaltada ou sofrer algum tipo de violência, mas vamos ficar mais atentos nessas situações. O grande problema da ansiedade é que pode ser que ela aconteça, como também pode ser que não e na maioria das vezes não vai", disse.

 

O bom é que podemos fazer uma reprogramação mental e suavizar nossas emoções. A meditação, nesses momentos, é uma boa válvula de escape porque a técnica vai atuar diretamente no nosso cérebro, proporcionando a autonomia e o autocontrole das nossas emoções.

 

"A meditação vai trabalhar a inteligência emocional, no desenvolvimento da clareza e percepção interna. Além disso, ela também atua em cima do controle emocional, até pela regulação de neurotransmissores e hormônios que atuam positivamente no nosso emocional, e sabemos que as emoções duram um tempo, mas se não cuidar elas podem nos controlar, afetando nossas ações e pensamentos, mas quanto mais tivermos consciência delas, mais poder teremos para conduzi-las", finalizou.

 



 

Debora Garcia - Palestrante, professora de meditação, escritora e mentora, atua no mercado corporativo e para autogestão pessoal. Formada em Educação Física pela UMESP, especializada em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP, atua também na área de educação corporal por mais de 14 anos, identificando que as habilidades ou inabilidades internas são pontos limitantes tanto no desempenho esportivo como na vida.

 


Créditos de: Divulgação / MF Press Global 


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