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terça-feira, 13 de abril de 2021

Procedimentos não invasivos tratam doenças crônicas e favorecem melhor gestão de leitos hospitalares

 Técnicas e protocolos eliminam necessidade de internação e oferecem recuperação mais rápida e segura. Indicação depende da avaliação dos especialistas

 

A qualificação de equipes médicas para a realização de procedimentos minimamente invasivos e guiados por imagens demonstra uma tendência da medicina moderna. Alternativas com menores riscos e breve recuperação favorecem a maior disponibilidade de leitos e, consequentemente, o acesso para aqueles que mais precisam. Com a pandemia de COVID-19, essa necessidade se acentuou e cada vez mais, médicos e pacientes tem encontrado nesses procedimentos o equilíbrio entre tratar uma condição que não pode esperar e otimizar a gestão de leitos hospitalares.

A depender da doença, condição de saúde e tratamento necessário, é possível optar por procedimentos pouco invasivos que, na maioria das vezes, não requerem anestesia, cortes ou ambiente cirúrgico. Nesses casos, o paciente é submetido ao procedimento e no mesmo dia vai para casa, sem a necessidade de internação. "Para aqueles que não têm essa opção, é muito importante checar se o serviço de saúde conta com fluxos separados. Nesses casos, os pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, ao chegar no hospital, são separados dos demais e encaminhados para uma ala onde os equipamentos, profissionais e infraestrutura são exclusivos, diminuindo as chances de transmissão do vírus para os demais", diz Dr. Fernando Ganem, diretor de governança clínica do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Um exemplo de procedimento minimamente invasivo é a radioterapia funcional, também conhecida como radiocirurgia funcional. Essa modalidade de tratamento pode ser indicada para pacientes que convivem com doenças neurológicas, como a epilepsia, neuralgia trigeminal, distonia, desordens do comportamento, de humor e pacientes que convivem com a dor crônica. "Os tratamentos padrões dessas doenças continuam os mesmos. No entanto, por conta da condição de saúde, muitos pacientes não têm boa resposta aos tratamentos, sofrendo com impactos na saúde e qualidade de vida. Muitos sequer são elegíveis e acabam ficando sem saída. Para essas pessoas, a radioterapia funcional se tornou uma opção segura e eficiente", conta Dr. Samir Hanna, radio-oncologista do Hospital Sírio-Libanês.

"A técnica consiste em entregar uma alta dose de radiação em determinado local no cérebro, responsável pela condição de saúde. Para isso, o paciente é submetido a um procedimento em ambulatório, onde não há cortes e picadas, mas sim o uso de imagem para determinar o local exato que deve receber a dose", conta Dr. Gustavo Nader, radioterapeuta do Hospital Sírio-Libanês. Até pouco tempo, o tratamento era realizado exclusivamente em um equipamento específico que demandava o uso de um suporte parafusado na cabeça do paciente. Uma parceria ente o Hospital Sírio-Libanês e a Universidade do Alabama proporcionou a capacitação do time de radioterapia e neurologia, tornando o hospital um dos três centros no país que eliminou a necessidade desse suporte e otimizou o uso do acelerador linear, um equipamento mais acessível e versátil. Segundo os especialistas, estudos indicam que a técnica tem uma taxa de sucesso entre 60 e 70% no controle da dor trigeminal, uma das piores dores que o indivíduo pode sentir.


Tratamento de tumores renais

O tratamento padrão de tumores renais envolve cirurgia e, dependendo do caso, demais intervenções e tratamentos, como a quimioterapia. No entanto, um estudo conduzido pelo Dr. Marcos Menezes, radiologista intervencionista do Hospital Sírio-Libanês, indica que procedimentos minimamente invasivos, como a crioblação e ablação por radiofrequência, têm os mesmos resultados de uma cirurgia tradicional.

Desenvolvido em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o estudo avaliou 85 pacientes entre 2008 e 2016, que tinham determinadas características, entre elas, tumores menores do que quatro centímetros. Além do menor risco e impacto na qualidade de vida do paciente, os procedimentos têm menos chances de complicações e melhor tempo de recuperação. "O estudo indica que a parcela de pacientes com tumores renais inferiores a 4 centímetros, que têm somente um dos dois órgãos, rins com funcionalidade comprometida ou que apresentam doenças genéticas também podem ter indicação para o procedimento", explica o Dr. Marcos Menezes, radiologista intervencionista do Hospital Sírio-Libanês. "São justamente esses pacientes, cuja saúde é fragilizada, que devem redobrar os cuidados contra a COVID-19, mas não podem esperar para tratar o câncer."

 



Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês

 www.hsl.org.br


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