O varejo como atividade de intermediação entre a produção e o consumo sempre existirá. A tendência é que o setor demande mais inteligência, rapidez e profissionalismo. Tempos difíceis, com grandes incertezas econômicas, fazem com que os padrões sociais preestabelecidos se transformem em uma rapidez descontrolada. Esse processo abre oportunidades para novas ideias, novos comportamentos, e impactam diretamente o hábito do consumo.
Abaixo, conheça sete tendências para o varejo no
período pós-covid-19
Ferramentas digitais
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que, em
2020, houve um aumento de mais de 80% no uso do WhatsApp como meio de
venda. A tecnologia fez do escambo um grande celeiro de ferramentas. Nas
vendas, a tecnologia pode ser usada para tomada de decisão, para divulgação de
produtos, para coletar dados de consumo e para gerar novas formas de
vender.
Encontre o perfil do cliente
Achar o tipo ideal de consumidor ficou mais fácil e
barato. Com acesso detalhado aos dados de compra, localização e de mídia
social, a possibilidade de ser mais assertivo nas vendas é maior.. Com as
restrições econômicas esses dados são essenciais para a sobrevivência do
pequeno negócio.
Segmente
Segmentar o pequeno negócio é a chave do varejo no
pós-covid-19. Entender o consumo geográfico, demográfico, e comportamental
passam a ter a mesma importância que estoque, limpeza e capital de giro. Quase
todas as mídias sociais têm alguma forma de análise de tráfego e os grandes
players, como o Google e HSM Experience, concorrem em cursos do Sebrae.
Facilitar a compra
No varejo, os meios de pagamento devem ter pouco
atrito. O Pix e o QRCode cabem em qualquer tamanho de negócio. A oferta
proativa demanda conhecer o cliente, e isso é importante. Por exemplo,
acrescentar biscoitos para pet ou barras de cereal para um nicho de consumo
estimula a compra por impulso. Facilitar o ato de compra é a nova ideia. Levar
e pagar depois faz da compra mais afetiva e impulsiva - basta uma análise de
crédito e meios de pagamentos ágeis. Receber pedidos pelo WhatsApp e pagamentos
pelos smartphones ou cartões com tecnologia por aproximação será cada vez mais
habitual.
Consumo local
Valorizar o consumidor local demanda menos estoque
e menor logística de entrega. Focar em uma área territorial e nas pessoas dessa
região é uma boa estratégia. Plataformas de reuniões, home office e o movimento
“faça você mesmo” são irreversíveis.
Novo espaço
A loja não é só um imóvel. A loja está em todo o
lugar e, por isso, pode ser menor. O estabelecimento pode ter menos área de
estoque, pode ser meramente expositiva, coletiva e colaborativa. Recentemente,
houve a divulgação que franqueadoras têm mudado seu modelo de negócio e
diminuído em 30% o tamanho da loja física.
Anticonsumo e consumo crítico
Devemos entender que a pandemia aumentou o consumo
crítico e fez com que o consumidor entendesse a essencialidade do consumo, o
minimalismo e o anticonsumo. O pequeno negócio no pós-covid-19 terá que
informar os fornecedores, suas práticas éticas, descartes de materiais, e o que
fará com as informações. O pequeno negócio tem que agregar à venda o seu
propósito. Pesquisa realizada pelo Instituto de Inteligência de Mercado, aponta
que 55% dos consumidores dizem que irão priorizar marcas e produtos
sustentáveis.
Não podemos afastar que o varejo sempre foi um
setor tecnológico. Desde o uso da calculadora até o mapeamento de comportamento
do consumidor. Mas, neste momento, enquanto o pequeno empresário habituava-se
ao consumidor 4.0 - que opina, indica e interage diretamente com a marca e o
físico e virtual, a pandemia mudou a velocidade das coisas e esse é nosso novo
desafio: mudar rapidamente nosso jeito de fazer comércio.
Alexandre Damasio Coelho - presidente da CDL São Caetano do Sul e advogado.
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