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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Seconci-SP explica o que fazer para evitar o câncer de pele, o recordista de casos no Brasil

 Prevenção e conscientização são as melhores armas contra esse tipo de câncer, que registra a cada ano cerca de 185 mil novos casos

 

 

Com a chegada do verão e maior exposição ao sol, é importante saber se prevenir do câncer de pele. Ele ocupa o primeiro lugar entre os tipos de câncer, representando 33% de todos os diagnósticos dessa doença no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Anualmente, são registrados cerca de 185 mil novos casos, destes, 177 mil são carcinomas basocelulares e espinocelulares, menos letais. O temido melanoma, o mais agressivo, contabiliza 8,4 mil novos casos. 

A dermatologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dra. Jussara Marchesano Gasparotto, explica que a doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele e se dispõem formando camadas. Os tipos de câncer de pele são definidos de acordo com as camadas afetadas. 

O carcinoma basocelular é o mais comum e surge nas células basais, localizadas na camada mais profunda da epiderme, que forma a parte superior da pele. “A boa notícia é que ele tem baixa letalidade e pode ser totalmente curado em caso de detecção precoce. O mesmo acontece com o carcinoma espinocelular, que é o segundo mais prevalente. Esse tipo se manifesta nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele”, descreve a especialista. 

Segundo ela, o grande problema está no melanoma, responsável pelo maior índice de mortalidade. Se não for detectado no início, pode provocar metástase, atingindo outros órgãos, como gânglios linfáticos, pulmão, fígado, cérebro e ossos.

Na opinião da dra. Jussara, a maior arma para evitar quaisquer tipos de câncer de pele é a educação de saúde da população, que envolve seguir corretamente e regularmente as medidas de prevenção. “As principais são usar protetor solar diariamente com fator acima de 30, evitar se expor ao sol no período das 10 às 16 horas, quando a radiação atinge seus picos mais altos. Usar camiseta, óculos de sol e chapéu de tecido, palha ou fibra, além de preferir as áreas de sombra, como árvores e marquises. Na praia, optar por ficar sob o guarda-sol e barracas de lona ou as feitas com tecido de algodão. As de nylon não são recomendadas, pois esse material permite a passagem de mais de 90% dos raios solares”, alerta. 

No caso dos trabalhadores da construção que muitas vezes não têm como evitar a exposição ao sol nos períodos mais críticos e o fazem por muitas horas, as orientações são usar os equipamentos de proteção individual, dar preferência às roupas que cubram os braços e, claro, o protetor solar. “Dadas as características do trabalho, eles devem fazer uso do protetor solar físico e não o químico, indicado para a maioria da população. O físico é composto por dióxido de titânio ou óxido de zinco, o que o torna mais pastoso e reflete a radiação solar”, informa dra. Jussara. 

A especialista reforça que o protetor solar tem de ser usado diariamente e por todos, mesmo as pessoas de pele negra. Para quem está exposto ao sol por longos períodos, como os trabalhadores da construção, o ideal é reaplicá-lo a cada duas horas, especialmente se a pessoa suar muito. “Mesmo seguindo as medidas de prevenção, é recomendável ir ao dermatologista uma vez por ano, pois uma lesão na pele que pode parecer normal para um leigo, pode ser suspeita para um médico e precisar ser melhor investigada”. 

Os que têm histórico familiar de câncer de pele, assim como as pessoas loiras, de olhos claros, as de pele bem clara, as que têm muitas pintas e aquelas que tiveram episódios de queimaduras solares, devem procurar o dermatologista a cada semestre. “Quando o  melanoma for diagnosticado no início, as chances de cura são superiores a 90%. Em geral, ele tem aparência de uma pinta em tons acastanhados ou enegrecidos, porém com formato irregular e que aumenta de tamanho. Por isso, é fundamental se observar e, no primeiro sinal de alerta, procurar um médico para um diagnóstico preciso”. 

A dra. Jussara ressalta que o Seconci-SP dispõe de equipe de dermatologistas e ainda conta com o serviço de pequenas cirurgias, para onde são encaminhados os pacientes com carcinoma basocelular, cuja remoção pode ser feita em ambulatório. “Embora tenhamos esses recursos, minha melhor recomendação é sempre a prevenção e esse trabalho de conscientização deve começar com as crianças, só assim vamos conseguir reduzir os casos de câncer de pele de forma significativa nos próximos anos”.


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