A iluminação pública vai além de tornar as cidades mais agradáveis, confortáveis e seguras. Transcendendo a valorização do patrimônio urbano, histórico e cultural, as concessões de iluminação pública permitem aos municípios a implantação de modernas plataformas para o desenvolvimento de soluções de gestão inteligente das cidades, abrindo caminhos para a redução da poluição ambiental, gerenciamento do tráfego de veículos e de pessoas, monitoramento de áreas de risco, de sistemas de drenagem, da segurança pública, e outras tecnologias que incluem soluções para os mais diversos desafios existentes nas metrópoles.
Conectada a
um sistema de telegestão, a iluminação inteligente funciona como uma plataforma
de captura e transmissão de dados para uma série de tecnologias de gestão, de
captação de imagens e sensoriamento de dados relativos aos pontos de luz, ao
movimento de tráfego e de pessoas, à segurança pública, estacionamento,
qualidade do ar, clima, poluição sonora, pluviometria, condições da via,
eventuais sinistros (acidentes), com possibilidade de integração imediata com
órgãos da defesa civil, polícia, bombeiros, hospitais, controle do tráfego etc.
Ao
permitir, por exemplo, o monitoramento e controle em tempo real do parque
luminotécnico, o sistema garante, principalmente, um ganho adicional de 20% a
30% no consumo de energia, já que é possível em alguns horários do dia, por
exemplo, reduzir a iluminação nas principais vias da cidade, o que,
consequentemente, também impacta na redução das emissões de carbono.
Dessa
forma, associado à redução de consumo de energia propiciada pelas luminárias
LED, um sistema de iluminação inteligente permitirá redução do consumo de
energia na ordem de 80% e, assim, as cidades conseguem facilmente atingir o
tripé de benefícios ambientais, sociais e econômicos.
Percebendo
a importância do segmento na transição para cidades inteligentes, os
investimentos por parte das concessionárias de iluminação pública vêm se
ampliando no Brasil. Nos últimos 12 meses, o número de concessões municipais
saltou de 19 para 43 contratos, incluindo nove capitais. E em 2021 esse
portfólio deve se ampliar substancialmente, impulsionado principalmente pelos
projetos liderados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar do
acelerado crescimento, as concessões de iluminação pública no Brasil ainda são
incipientes, representando menos de 10% do parque instalado. No entanto, assim
como ocorreu nos setores elétrico e de telecomunicações, cujo atendimento está
praticamente universalizado no país, há expectativas de que o setor de
iluminação pública atraia grandes investimentos nos próximos anos tendo em
vista a necessária expansão dos serviços em regiões ainda não atendidas e uma
maior eficiência energética dos atuais parques luminotécnicos.
É
fundamental que os gestores públicos municipais percebam e se conscientizem
sobre o imenso potencial de redução de custos decorrente da eficiência
energética, bem como dos benefícios intrínsecos a uma boa iluminação. O caminho
a seguir é o do planejamento de longo prazo através de um adequado plano
diretor de iluminação, a realização de inventários do parque IP e a
modernização dos equipamentos, a qual deve ser precedida de projetos para todas
as vias do município.
O resultado
imediato será a valorização do patrimônio histórico e cultural dos municípios e
o pleno reconhecimento da população, com forte percepção de maior conforto e
segurança. Uma PPP pode ser o melhor caminho.
Pedro
Vicente Iacovino - Diretor Presidente da ABCIP – Associação Brasileira das
Concessionárias Privadas de Iluminação Pública.
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