Quem nunca teve terçol, levante a mão! Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, vai desenvolver aquela bolinha vermelha e incômoda na pálpebra. O terçol costuma doer, deixando a região vermelha e mais quente, sinais comuns em inflamações e infecções.
Com a ajuda da oftalmologista, Dra. Tatiana Nahas, especialista em doenças das
pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa
de São Paulo, listamos as principais dúvidas sobre o terçol. Confira.
1- O que é terçol?
O terçol, também chamado de hordéolo, é uma infecção bacteriana aguda que
atinge as pálpebras.
2- Como ele se manifesta?
A lesão do terçol se parece com uma bolinha, que na verdade é um abscesso. Em
seu interior, o terçol pode conter secreção purulenta devido à infecção. Essa
infecção é causada, na maioria dos casos, pela bactéria Staphylococcus
aureus.
3- Como ocorre o desenvolvimento da infecção que leva ao terçol?
Para entender o terçol, é preciso falarmos sobre as glândulas presentes nas
pálpebras e suas funções.
Nas pálpebras estão localizadas as glândulas de Zeis e de Meibômio. A Zeis
secreta uma substância oleosa, com propriedades antissépticas, que ajuda a
impedir o crescimento das bactérias. Já a glândula de Meibônio produz outras
substâncias, essenciais para defesa imunológica dos olhos contra bactérias.
As altas temperaturas e a umidade podem fazer com que essas glândulas não
funcionem adequadamente. Com isso, a defesa dos olhos cai, abrindo as portas
para micro-organismos, como o Staphylococcus aureus. E assim
surge o terçol.
4- Por que o terçol é mais prevalente no verão?
Temos diversas bactérias em nosso corpo, que na medida certa, nos protegem de
várias condições e cumprem funções em nosso metabolismo.
Entretanto, em certas ocasiões, dependo das condições climáticas, como o calor
e a umidade, essas bactérias podem se proliferar, resultando em condições como
o terçol.
5- Há outros fatores de risco para o terçol?
Sim. Pessoas com blefarite (inflamação crônica nas pálpebras), dermatite
seborreica, rosácea, diabetes e com colesterol aumentado têm um risco maior de
desenvolver um terçol.
6- Como é feito o diagnóstico do terçol?
O diagnóstico do terçol é clínico e deve ser feito por um oftalmologista.
Normalmente, não é necessário realizar exames.
Porém, se houver suspeita de que a infecção se espalhou, é preciso atenção,
pois o terçol pode evoluir para um quadro de celulite ocular. Esse quadro
precisa de tratamento imediato.
7- Quanto tempo demora para o terçol desaparecer?
O terçol, na maioria dos casos, se resolve sozinho e desaparece dentro de duas
semanas.
8- Qual é o tratamento para o terçol?
Em geral, o tratamento é simples e envolve uso de antibiótico tópico e de
compressas mornas. Em alguns casos, é preciso fazer uma drenagem do abscesso.
9- É possível prevenir um terçol?
Nos pacientes com blefarite, rosácea e outras condições que aumentam o risco de
desenvolver um terçol, a dica é realizar regularmente a higiene das pálpebras.
Veja o passo a passo abaixo:
- Compressa morna: O aquecimento com compressa morna serve
para liquefazer as secreções endurecidas, evitando que a pele fique
machucada. O ideal é manter a compressa sobre as pálpebras por cerca de 5
minutos.
- Massagem: O próximo passo é massageá-las com o
dedo indicador – levemente, claro – de fora para dentro e paralelamente à
borda da pálpebra, onde ficam os cílios. Traga os dedos das sobrancelhas
em direção aos cílios superiores. Na pálpebra inferior, massageie trazendo
o dedo em direção aos cílios, sempre com os olhos fechados. A ideia é
expulsar as secreções gordurosas das glândulas, depois que elas foram
aquecidas. Repita a massagem em ambas as pálpebras por 10 vezes.
- Limpeza: Por fim, limpe a borda das pálpebras
gentilmente com uma compressa feita de gaze.
Quem
quer se prevenir pode ter uma rotina mais espaçada, de ao menos três vezes por
semana. A limpeza pode ser feita com xampu infantil neutro diluído em água
morna ou ainda com produtos específicos para a limpeza das pálpebras que podem
ser encontrados em farmácias e drogarias.
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