A doença deve atingir mais de 16 mil mulheres até o final desse ano. A boa notícia é que o tumor pode ser facilmente detectado em exames de rotina e, se encontrado em fase inicial, pode garantir o sucesso da delicada jornada de tratamento das pacientes
A apresentadora da TV
Globo, Fátima Bernardes usou suas redes sociais para anunciar aos seus
seguidores que foi diagnosticada com câncer de colo útero. Na publicação, a
jornalista de 58 anos informou que a doença foi detectada em fase inicial e nos
próximos dias será submetida à uma cirurgia para retirada do tumor, encontrado
durante check ups de rotina.
O caso de Fátima se
soma aos outros milhares de novos casos registrados todos os anos no Brasil.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o câncer de colo de útero é o quarto
mais comum entre as mulheres no país e a estimativa é que até o final de 2020
cerca de 16 mil novos pacientes recebam diagnóstico da doença. Uma realidade
que aponta para um alerta "não abrir mão da rotina de atenção preventiva
com a saúde", orienta o médico ginecologista e obstetra do Grupo Sabin, Dr
Fernando Boldrin Soares.
O especialista destaca
como exames colpocitológicos, exames de imagem e vacinas contra o HPV são
aliados da mulher e devem fazer parte dos cuidados com a saúde. "Eles
ajudam a diagnosticar tumores e doenças ainda em estágios iniciais. Assim a
delicada jornada de tratamento dos pacientes é menos difícil e a experiência
mais positiva, já que se diagnosticado de precocemente, a maioria dos tumores
ginecológicos são curáveis", esclarece.
O médico explica ainda
que é fundamental estar atento aos fatores que aumentam a exposição aos riscos
da doença. "O fator de risco para câncer de colo uterino indiscutível é a
infecção por HPV. A principal prevenção primária seria uso de camisinha e
vacinação para HPV. Em um segundo plano, a prevenção seria os exames de
colpocitologia oncológica (papanicolau) e colposcopia, associados ou não à
captura híbrida para detecção de material genético do HPV e subsequente
estimativa do subtipo de HPV (alguns subtipos são piores do que outros). O que
precisamos deixar muito claro é que esses são considerados pela medicina os
principais fatores de risco, mas a doença é silenciosa e por isso, nunca é
demais lembrar: não deixe de lado os cuidados preventivos. Muitos casos são
detectados em exames de rotina. No Papanicolau, por exemplo, é possível
descobrir alterações antes de virarem câncer. No caso de tumor, também é
possível detectar o grau de evolução da doença e iniciar o tratamento mais
adequado e eficaz", conclui.
Cenário global da
doença:
De acordo com dados da
Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo, há mais de 570.000 novos casos
da doença, que todos os anos causa a morte de mais de 311.000 mulheres. Em
62,7% dos casos, a doença acomete mulheres não brancas e com baixo grau de
escolaridade.
Para acender o alerta
à importância de conter o avanço de caso no mundo, a OMS lançou o programa
"Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero,
como um Problema de Saúde Pública". Estruturado sob três pilares, a
iniciativa prevê que 90% das meninas com até 15 anos de idade, recebam a vacina
contra o papilomavírus humano e que 70% das mulheres façam o exame de
rastreamento com teste efetivo até os 35 anos e um novo exame até os 45 anos.
Outro pilar atua para que 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras
ou câncer invasivo recebam tratamento imediato na rede pública de saúde. São
medidas que podem reduzir em um terço o índice mortalidade feminina pela doença,
segundo a entidade.
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