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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Densitometria óssea: porque e para quem

 Quebrando achismos, especialista em reumatologia explica tudo sobre o exame para diagnóstico de doenças como osteoporose e até fraturas por tosse ou espirro


Popularmente conhecido por ser usado como diagnóstico para osteoporose, o estudo da massa óssea do indivíduo, o exame de Densitometria Óssea, é um procedimento que analisa densidade mineral dos ossos e possíveis perdas de massa óssea.

O exame é indicado para homens e mulheres acima dos 50 anos, nos casos de sintomas como fraturas ocorridas pelo ato de tossir e espirrar ou por quedas da própria altura; aquelas decorrentes de escorregões durante atividades simples e cotidianas por exemplo. Também deve ser realizado quando há evidencia da perda de altura acentuada (>=4cm nas mulheres ou >=6cm em relação à altura aos 25 anos de idade). Essa perda de altura acentuada sugere a presença de fratura vertebral por osteoporose.

A Dra. Jaqueline Barros Lopes, especialista na Cobra Reumatologia – referência há mais de 75 anos no tratamento de doenças reumáticas no Brasil e que investe em um futuro Centro de Estudos para aprimorar o exame, explica que o intervalo recomendado para a realização da Densitometria Óssea está relacionado com o estado clínico de cada paciente.

A frequência da realização, a especialista indica para mulheres acima de 65 anos e homens acima de 70 anos, se o primeiro resultado não detectou nenhuma alteração, a cada 2 ou 3 anos. Já para as pessoas que apresentaram alterações, dependendo do efeito terapêutico, pode ser feito a cada 1 ano, ou intervalos mais longos estabelecidos pelo médico. Em condições associadas a perda de massa óssea acelerada, como ocorre em pacientes em uso de altas doses de corticoide, é recomendada a realização da densitometria com maior frequência.

Abaixo, a Dra. Jaqueline expõe alguns tópicos importantes que podem ajudar a esclarecer dúvidas frequentes sobre o exame.


Quando o exame se torna periódico?

- Em casos de acompanhamento no tratamento de osteoporose para monitorar a eficácia. Da mesma forma, pessoas com uso prévio de medicamentos para osteoporose e que suspenderam o tratamento por algum motivo, devem realizar densitometria óssea de rotina para monitorar a perda de massa óssea.


Se uma pessoa tem história de osteoporose na família é natural eu fazer um exame de densitometria por prevenção, já que cerca de 70 a 80% da variação da densidade mineral óssea pode ser atribuída a fatores genéticos?

- Não é necessário solicitar o exame de forma preventiva para filhos de pessoas com osteoporose ou doença reumática. As indicações para a solicitação de densitometria para adultos jovens, crianças e adolescentes dependem da evidencia clínica de fragilidade óssea, que são: duas ou mais fraturas de ossos longos a partir dos 10 anos de idade; três ou mais fraturas de ossos longos em qualquer idade até os 19 anos; crianças, adolescentes ou adultos jovens que apresentem doenças ou uma condição de risco para osteoporose como artrite reumatoide ou uso crônico de corticoide.


 O que pode causar alterações nos resultados, além de comprimidos contendo cálcio, pílulas de vitaminas ou suplementos minerais ou contraste utilizado em exames de imagem?

- Presença de clipes ou pinos metálicos utilizados em cirurgias, especialmente em cirurgias da coluna.


O exame não é recomendado para pessoas acima do peso. Nestes casos, como se faz o diagnóstico de osteoporose?

- Não é que o exame não seja recomendado. O problema é que a grande maioria dos aparelhos de densitometria mais antigos possuem limite de peso de 120kg. Hoje já temos aparelhos de densitometria para obesos capazes de realizar exames seguramente em pacientes com até 200kg.


O exame é mais recomendado para atletas e praticantes de exercícios físicos?

- Não só que se diz respeito a investigação exclusiva da massa óssea, mas também quando falamos em avaliação da composição corporal. Os aparelhos de densitometria óssea constituem o padrão outro para a avaliação da composição corporal, detectando não só a quantidade de massa óssea, assim como a quantidade de massa magra (músculos) e de massa gorda. Aparelhos mais modernos conseguem inclusive detectar a quantidade de gordura visceral.


 Qual a importância do exame para a Medicina esportiva? Há algum esporte para qual o exame seja mais indicado?

- Como mencionado acima através do aparelho de densitometria óssea é possível fazer a avaliação da composição corporal. A partir desta avaliação é possível saber com exatidão quanto do peso de cada pessoa corresponde a massa muscular, gordurosa ou óssea. Assim, pode-se calcular o gasto energético de repouso para, depois analisar a estimativa do gasto em atividades desportivas e com mais precisão um possível déficit de ingestão alimentar.  Todos atletas de alta performance são mais suscetíveis a perda de massa óssea acentuada especialmente em mulheres, pois o organismo pode reduzir drasticamente a produção de estrogênio, imprescindível para a saúde óssea.




Dra. Jaqueline Barros Lopes - Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Mato Grosso (2001), Jaqueline Barros Lopes tem residência em Clínica Médica (HUJM), residência em Reumatologia (FMUSP), é especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e Doutora em Reumatologia com ênfase em Osteoporose (FMUSP). Hoje, é sócia-diretora, liderando o corpo médico da renomada Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão.


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