Eles passam a vida toda
lutando contra a balança, mas a maioria das pessoas que se submetem à cirurgia
bariátrica, só se vê magra após realizar a cirurgia plástica de remodelamento
corporal. De acordo com a Dra. Maieve Corralo, membro titular da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgery, o excesso
de pele pós-emagrecimento faz com que os pacientes se sintam pior que antes de
emagrecer. “Somente depois da redefinição do contorno do corpo, eles vivenciam
a grande mudança positiva que ocorreu em suas formas”, afirma a médica.
Segundo a cirurgiã, a gravidade da
flacidez aumenta com a idade e o percentual de peso perdido, o que nesses
pacientes leva a uma flacidez generalizada, incluindo face, braços, pernas,
mamas, tórax, abdômen, glúteos e trocânteres. “Períodos longos de obesidade com
variação de peso favorecem o rompimento das fibras elásticas da pele, que fica
como se fosse um elástico velho. Com isto, as fibras não contraem, resultando
na flacidez associada à degradação de colágeno que ocorre com a idade e com a
subnutrição”, explica.
Para estar apto à plástica depois de uma
cirurgia bariátrica, em geral, o paciente precisa esperar um pouco mais de um
ano e ter, pelo menos, 4 meses de estabilidade de peso, com IMC (Índice de
Massa Corporal) abaixo de 30. “Os exames pré-operatórios devem estar dentro da
normalidade e o cirurgião bariátrico precisa fazer uma autorização por
escrito”, alerta a médica.
Depois disso, se pelos exames realizados
não houver nenhuma contraindicação, é possível agendar o remodelamento corporal
em duas ou três idas ao centro cirúrgico, que devem ter intervalos de 4-6
meses, no mínimo. “Iniciamos pela região que mais incomoda o paciente e
usualmente, associamos duas ou mais partes corporais em uma intervenção, como:
mamas, braços e tórax, abdômen com coxa, abdômen com bumbum e/ou mamas com
abdômen”, explica.
No
caso da administradora Tatiana Ribeiro, de 41 anos, tudo foi resolvido em um
único ato cirúrgico, no qual ela realizou abdominoplastia, torsoplastia,
enxerto com retalhos glúteos, lipoaspiração nos culotes e colocou silicone nos
seios. A decisão de se submeter à plástica veio com o incômodo da sobra de
pele, a dificuldade de mobilidade, e claro, por vaidade, após ter perdido 50
quilos, um ano e meio depois da bariátrica. “Vi que mesmo com musculação, atividade
física e tratamentos estéticos, eu não conseguiria resolver o problema. E no
meu caso, os seios eram uma questão especialmente delicada, porque eu nunca
tive muita mama. Depois de perder gordura, fiquei sem nada”, afirma.
Segundo
Tatiana, os resultados foram além da sua expectativa. “Estou muito satisfeita
com o meu corpo. É maravilhoso poder escolher uma roupa e não ‘ser escolhida’
por ela, porque não há outras opções. Da época do sobrepeso, eu só guardei uma
peça. Apenas para que eu olhe e lembre que não quero mais voltar a ser como
antes”, conta Tatiana.
A
experiência da personal trainer Luciana Figueira, de 40 anos, foi um
pouco mais complexa, mas não menos recompensadora. Foram necessários dois atos
cirúrgicos, para que se submetesse, respectivamente a um lifting de coxa,
torsoplastia e implante de prótese mamária, e após um ano, uma abdominoplastia.
No
caso de Luciana, o remodelamento corporal permitiu que ela voltasse a exercer
sua atividade profissional nas academias, de onde ficou afastada por anos. “É
um processo. Precisei ter disciplina, determinação e fazer repouso longo para
prevenir o alargamento das cicatrizes. Mas tudo valeu a pena. No dia em que
tirei os curativos, foi quando me reconheci no espelho novamente. Hoje vou à
praia sem vergonha de usar um biquini, e na intimidade, me sinto, segura,
desejada e poderosa”, conta.
Para
quem fez ou vai fazer a bariátrica já pensando na nova forma do corpo, Luciana
dá dicas. “Não fique ansioso e perca todo o peso necessário para que tenha os
melhores resultados. Faça a cirurgia plástica assim que estiver liberado para
isso, porque essa etapa é essencial para concluir o tratamento, não só de
reconstrução do corpo, mas da autoestima”, afirma.
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