Especialista
fala dos avanços nas pesquisas genéticas contra a doença que compromete a
fertilidade de mulheres jovens
A Insuficiência Ovariana Primária (IOP)é uma patologia
devastadora que atinge de 1% a 5% das mulheres, com foco clínico antes dos
40 anos. Elas param de menstruar e têm a fertilidade seriamente comprometida.
Quem sofre da Falência Ovariana Precoce ou Menopausa
Precoce, como é popularmente conhecida, sabe bem como é enfrentar a doença.
Enquanto isso, os especialistas buscam encontrar caminhos para o
diagnóstico e condução melhor do tratamento.
"Hoje a forma mais comum de identificar a doença é por meio
de uma avaliação hormonal que inclui o hormônio anti-mulleriano
(AMH) e contagem de folículos ovarianos num início de
ciclo (contagem de folículos antrais) em pacientes com histórico
familiar de menopausa precoce da mãe ou de outras parentes. O objetivo é, por
meio dos exames, detectar esta possibilidade numa mulher jovem e mesmo
excluir causas genéticas, que vem sendo exaustivamente pesquisadas.
Desta forma impõe-se a realização de um cariótipo (contagem dos
cromossomos), além de um teste para verificar
a presença da mutação do cromossomo X, o chamado "X
frágil", explica a Presidente da Rede Latino-Americana de Reprodução
Assistida (REDELARA), Maria do Carmo Borges de Souza, também diretora
da Fertipraxis - Centro de Reprodução Humana.
A especialista acabou de participar do XXVII Congresso Mundial
sobre Controvérsias em Obstetrícia, Ginecologia e Infertilidade (COGI), em
Paris, onde foram apresentados diversos estudos que mostram a evolução das
pesquisas genéticas em relação às práticas médicas, especialmente na área da
Reprodução Humana e sobretudo no tratamento da IOP.
"Na França já se permite no serviço público um
sequenciamento de genoma buscando mutações presentes nas mulheres com este
diagnóstico clínico, que podem ser correlacionadas à alterações
ainda na puberdade - como atrasos -, ou, principalmente, relacionado ao
envelhecimento ovariano, assim como riscos cardiovasculares", explica
a Dra. Maria do Carmo.
Mais de 60 genes foram descritos com mutações, entre os milhares
que nós temos. "Quanto mais essas mutações são identificadas mais as
pesquisas genéticas vão auxiliar nas terapias de controle gênico, para
identificar e corrigir a causa, seja num embrião e quem
sabe no futuro em crianças jovens. Definitivamente, vivemos o século dos
avanços genéticos", conclui a médica.
http://www.fertipraxis.com.br
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