Há
quatro meses eu não tinha ideia do que estava por vir. Eu só pensava em como
ajudar as empresas a construir um ambiente de trabalho mais leve, tranquilo, criativo
e bem-humorado, indo na contramão do que o mercado estava acostumado e entendia
(entende-se) como normal. Quebrar regras, rótulos e paradigmas que por anos
aprisionam a essência do ser humano e o que de mais bonito ele carrega que é a
esperança.
Inspirar
a liderança para inspirar seus liderados. Espalhar alegria e humor para
espalhar otimismo. Motivar quem está desanimado. Altas doses de alegria e
humor, podem contagiar o mundo, o vizinho, sua família e mais ranzinza colega
de trabalho. Tudo isso tudo sem perder o foco nos resultados, pois já sabemos
que ambientes leves e inspiradores animam e encorajam as pessoas a buscarem o
melhor de si.
Quando
eu falava em fazer humor no corporativo, muito ouvi: “As empresas só estão
pensando em resultado”, “Como você vai mensurar o ROI dessa alegria?” Na época
em que encarei de frente a depressão, isso há uns dois anos atrás, vi muitos
amigos, assim como eu, que não se afastaram, continuaram trabalhando em
empresas que não davam suporte emocional ou que mal sabiam que existiam pessoas
trabalhando doentes.
Será
que o RH, com tantas responsabilidades e demandas de contratação diariamente,
de fato, conseguem perceber as dificuldades s os dramas pessoais e
profissionais dos funcionários? Feedbacks de fato são dados
periodicamente? Humanamente é uma tarefa difícil, que exige observação,
sensibilidade e que os robôs ainda não são capazes de fazer.
Há
um número de afastados, mas nenhuma empresa contabiliza quem trabalha doente,
com ansiedade, depressão ou síndrome do pânico, por exemplo. No Brasil, em
2016, cerca de 75,3 mil profissionais, com depressão, foram afastados pela
Previdência Social. Hoje, o País é considerado o campeão de casos na América
Latina, com 5,8% da população com o problema.
Decidi,
então, que se eu ficasse quieta, sem fazer nada, seria cúmplice deste cenário
de dor e pressão constante. Então, um dia após uma apresentação minha de stand-up
comedy, numa casa em São Paulo eu pensei: por que não levar esse tipo de
conexão para as empresas? Pesquisei e descobri que os principais gaps
de desenvolvimento nas empresas que são: AUTOCONHECIMENTO, COMUNICAÇÃO,
CRIATIVIDADE e LIDERANÇA. E fui estudar como aplicá-los com humor.
Após
quatro meses, já capacitei mais de 500 líderes e já falei para mais de 10 mil
pessoas em palestras e eventos. Dentre os públicos, líderes de tecnologia,
tiveram melhor aderência e transformação. Com informalidade e falando no tempo
deles, consegui engajar mudanças importantes de conexão com as equipes,
trazendo uma sensação maior de pertencimento que gera um ambiente seguro ao
erro e a sensação de bem-estar e inovação.
Foi
tamanha a mudança que um destes líderes, mudou o nome do cargo para “Head
& Heart of Data Analysis”. Com tudo isso, meu dia a dia mudou também. Percebi
que ensinamos o que mais precisamos aprender. Eu levo uma vida bem leve, sou
bem-humorada e, na maior parte do tempo, estou de bom humor. Não queremos criar
um exército de piadistas de plantão, mas, sim, gerar uma sensação de bem-estar
comum, com mais otimismo e incentivadores nas organizações.
E
você, o que acha disso? Vamos praticar?
Maryana
Rodrigues - fundadora da HumorLab. Trabalhou como instrutora recreativa na
Disney e foi estudar mais sobre Stand-up comedy para entender como roteirizar o
humor, com conteúdo, e levar para as empresas. Especializou-se no tema de
inteligência emocional (Vale do Silício, Califórnia). Instragran: maryanacomy
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