Oncologista
reforça a importância de observar as mudanças nas pintas da pele e o auxílio
dos profissionais de estética na luta contra este tipo de câncer
O
câncer de pele é o tumor de maior incidência no Brasil e no mundo, em ambos os
sexos, com a previsão de mais de 171 mil casos para o biênio 2018-2019, segundo
dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)[1]. A maior incidência
é o tumor do tipo carcinoma (basocelular e espinocelular) com mais de 85 mil
casos em homens e 80 mil casos nas mulheres[2].
Apesar do melanoma ter menor incidência, representando cerca de 5% dos
diagnósticos de câncer de pele, este tipo de câncer de pele é o mais agressivo e perigoso, pois tem grandes chances de
produzir metástases e, por isso, mais letal.
As
regiões do Brasil com mais casos e óbitos por câncer de pele notificados é a
Região Sul, seguida pela Sudeste e Centro-Oeste, inclusive nos diagnósticos de
melanoma – a doença é mais comum em indivíduos brancos
de olhos claros, característica da população sulista[3].
Entretanto, mais raramente, os negros também podem
desenvolver um tipo especial de melanoma que surge em áreas incomuns da pele,
como debaixo das unhas ou na planta dos pés e palmas das mãos - o chamado de
melanoma acral, com maior incidência em estados onde a população negra é
maior, como na Bahia.
O melanoma tem origem nos melanócitos, células que dão cor à
nossa pele, e
pode surgir em qualquer faixa etária, porém tem aparecido cada vez mais em
adultos jovens. A exposição ao sol sem proteção é o fator de risco evitável que
mais contribui para o desenvolvimento deste tipo de câncer de pele, entretanto
são conhecidos outros fatores de risco, como a presença de várias pintas pelo
corpo, tipo de pele clara, sardas e cabelos claros. Deste modo, como os
melanomas geralmente se desenvolvem a partir de uma pinta na pele, medidas como
o autoexame da pele podem ajudar no diagnóstico precoce. A técnica do ABCDE é a
mais difundida, em que o próprio paciente pode fazer em frente ao espelho,
observando alterações nas pintas como assimetria, as bordas irregulares,
múltiplas cores, o diâmetro maior do que seis mm e evolução, ou seja, qualquer
mudança observada na pinta, como o seu crescimento, sangramento ou coceira.
Já
no consultório, o dermatologista tem à disposição exames específicos que
auxiliam na análise da alteração suspeita da pele, como a dermatoscopia - lente
de aumento com luz polarizada que oferece uma visão mais nítida da área
analisada. “É um exame, assim como outros mais específicos, que vai auxiliar
o especialista a confirmar a suspeita deste tipo de câncer e indicar a remoção
da lesão suspeita. Quanto mais cedo for feita a confirmação da doença,
maiores são as chances de cura e sucesso do tratamento. O melanoma é um tipo de
lesão cutânea de cor escura e formato irregular, que pode aparecer em qualquer
área do corpo, inclusive em áreas bastante incomuns, como debaixo de unhas, pés
e palmas das mãos, costas, pescoço e couro cabeludo”, comenta Rodrigo
Guedes, oncologista da Oncologia D’Or em Salvador, Bahia.
Aliás,
as lesões nessas áreas costumam ser as de piores prognósticos, devido à
dificuldade de localização e diagnóstico tardio. Neste casos, amigos e
familiares podem ajudar na observação de manchas suspeitas, assim como os
profissionais de estética, podólogos, cabelereiros e tatuadores. “Eles podem
ser nossos aliados no diagnóstico precoce, pois estão constantemente em contato
com a pele dos clientes e conseguem notar alguma mancha que surgiu ou mudou de
tamanho. Eles não estão aptos a fazer o diagnóstico, mas podem alertar e
incentivar as pessoas a consultarem o dermatologista”, reforça Guedes.
Visitas
regulares ao especialista podem fazer a diferença na detecção precoce deste tipo
de câncer, principalmente na população de maior risco. Com abordagens e exames
específicos, o dermatologista poderá ter a confirmação do tumor e encaminhar
para o oncologista que irá determinar a melhor opção terapêutica.
BMS
Referências:
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