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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Doenças cardiovasculares são as principais complicações decorrentes do diabetes


Pacientes com diabetes tipo 2 são mais propensos ao comprometimento cardiovascular


Que o mau controle do diabetes pode favorecer algumas complicações não é novidade. Mas você sabia que a doença é um dos principais fatores de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC), entupimento de artérias e dilatação de vasos sanguíneos? E é justamente por isso que novembro azul marca o mês como de conscientização sobre a doença que atinge mais de 14 milhões de brasileiros. O Brasil, hoje, é o 4º país no mundo com maior número de pessoas com diabetes e quase sete milhões não sabem que têm a doença.

Dados da International Diabetes Federation (IDF) apontam que 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem em decorrência de problemas cardiovasculares. Os índices são superiores aos óbitos relacionados ao HIV, tuberculose e ao câncer de mama. Os níveis desregulados de açúcar no sangue, juntamente ao colesterol e à pressão arterial possibilitam a formação de placas de colesterol que entopem as artérias. De acordo com o Dr. Marcello Bertoluci, endocrinologista e coordenador do Departamento Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o aumento excessivo da glicose no sangue favorece a maior produção de coágulos que também podem obstruir as artérias: “Quando uma artéria sofre uma obstrução, o coração entra em sofrimento pela falta de oxigênio e o tecido sadio morre sendo substituído por cicatriz. Dependendo do tamanho da área afetada pode ser fatal ou deixar sequelas irreversíveis, como a insuficiência cardíaca”, ressalta.


A falta de sinais

Algumas complicações podem não manifestar sintomas claros. No caso do infarto agudo, os sinais clássicos como a dor forte no peito, irradiando para o braço, podem não ser muito evidentes. Alguns pacientes com diabetes podem apresentar falta de ar, sensação de mal-estar, náuseas e vômitos, desmaio inexplicado e até mesmo uma descompensação sem explicação do controle da glicemia.

“Isso acontece devido a neuropatia autonômica, uma disfunção que afeta o sistema nervoso simpático e para-simpático, fazendo com que os pacientes com diabetes sintam menos dor e mascarando o quadro clínico do infarto”, explica.

Outra complicação que merece atenção é o AVC. Os sinais comuns incluem a perda ou diminuição súbita da força ou dormência em apenas um lado do corpo. O surgimento de fala arrastada, confusão mental com troca de palavras ou até mesmo desvio na boca também indicam a necessidade de buscar ajuda médica.
A insuficiência vascular periférica é uma complicação que merece atenção. Quando as artérias que nutrem os membros inferiores são obstruídas, os pacientes com diabetes podem apresentar casos de gangrena e em alguns casos, é necessário que seja feita a amputação dos membros inferiores.

Ainda segundo Dr. Marcello Bertoluci, as complicações vasculares geralmente afetam mais os homens do que as mulheres, entretanto, quando se trata de diabetes essas diferenças desaparecem: “Homens e mulheres têm incidências semelhantes de infarto agudo do miocárdio e AVC, mas representam o dobro quando comparados a pessoas sem diabetes. É importante ressaltar que, quando acontece em mulheres, tende a ser mais grave, com maior número de mortalidade”, afirma.


Manter atenção ao coração não deve ser um desafio

A prevenção de doenças cardiovasculares em pacientes com diabetes envolve uma rotina de alimentação saudável associada a prática de atividades físicas e controle dos fatores de risco, como hipertensão, glicemia, tabagismo, obesidade e colesterol, mas acima de tudo, é essencial consultar um cardiologista e realizar exames periódicos que podem indicar a necessidade de utilizar medicações preventivas.


Novembro Azul

A SBD realiza várias ações em todo o país pelo Novembro Diabetes Azul e algumas se destacam, como a Iluminação do Cristo Redentor: no Dia Mundial do Diabetes14 de novembro, o Cristo Redentor, monumento considerado uma das sete maravilhas do mundo moderno, será o catalizador da SBD para a atenção e ampliação da conscientização sobre Diabetes. A partir das 19h, será iluminado de azul, definida pelas Nações Unidas como a cor do movimento mundial para alertar sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença.

“A ação faz parte do Novembro Diabetes Azul, reinserido em 2018 pela seção de Advocacy da Gestão da Sociedade Brasileira de Diabetes 2018-2019 no calendário oficial do Ministério da Saúde e que representou uma grande vitória dos profissionais de saúde e associações de pessoas com Diabetes, mas requer, ainda, um grande esforço para que a visibilidade seja oficial por parte dos gestores da saúde no nosso país – a prevenção é a estratégia para reduzir os casos da doença”, explica a atual Presidente da SBD, Dra. Hermelinda Pedrosa.






Sobre a SBD

Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil.Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br


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