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terça-feira, 16 de abril de 2019

Vacina da gripe: o que muda em 2019



Em 2019, comemoram-se os 20 anos do início das campanhas de vacinação contra o vírus da gripe (influenza), realizadas pelo Ministério da Saúde. Ao longo das duas décadas, muita coisa mudou: a quantidade de pessoas que integram o público-alvo da vacina só cresceu, bem como o número de doses oferecidas e as cepas de vírus utilizadas na fabricação do produto. De acordo com o informe técnico publicado pelo Governo Federal, a campanha deste ano vai de 10 de abril a 31 de maio.

O Dia D, em que a vacinação se intensifica e há uma grande mobilização nacional, está marcada para dia 4 de maio, um sábado.

Se você faz parte de algum grupo de risco (veja a lista completa abaixo) ou conhece alguém que precisa se vacinar, anote na agenda e se planeje para visitar o posto de saúde em breve. É rápido, fácil e gratuito. Você se protege e ainda reduz o risco de transmitir o vírus da gripe para seus familiares e amigos.

Aliás, as autoridades resolveram antecipar em 15 dias o início da campanha em comparação com os anos anteriores — no Amazonas, inclusive, a estratégia começou no dia 20 de março de 2019 em razão de um aumento súbito do número de casos.

A principal mudança em relação a 2018 é a ampliação do limite de idade no público infantil. Até o ano passado, o imunizante era aplicado apenas nas crianças de 6 meses a 5 anos incompletos. Agora, aquelas com até 6 anos incompletos podem tomar sua dose nos postos de saúde. Veja abaixo a lista dos grupos prioritários:
  • Indivíduos com mais de 60 anos
  • Crianças de 6 meses até 6 anos incompletos (5 anos, 11 meses e 29 dias de idade)
  • Gestantes
  • Mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias (puérperas)
  • Trabalhadores da área da saúde
  • Professores de escolas públicas e privadas
  • Povos indígenas
  • Portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas (leia mais abaixo)
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas
  • População privada de liberdade
  • Funcionários do sistema prisional

Seguem as doenças crônicas e condições especiais que credenciam o paciente a receber a vacina:
  • Doenças respiratórias crônicas (asmaDPOC, fibrose cística...)
  • Doenças cardíacas crônicas (hipertensão, insuficiência cardíaca...)
  • Doenças neurológicas crônicas (AVC, paralisia cerebral, esclerose múltipla...)
  • Doenças hepáticas crônicas (hepatites, cirrose...)
  • Doenças renais crônicas (paciente em diálise, síndrome nefrótica...)
  • Diabetes
  • Obesidade
  • Imunossupressão (indivíduos que estão com o sistema imune abalado por doenças ou medicamentos)
  • Trissomias (síndromes de Down, de Klinefelter, de Wakany...)
  • Transplantes (órgãos sólidos e medula óssea)

Num primeiro momento, as doses estarão disponíveis apenas para os grupos mencionados acima. As outras pessoas podem se proteger na rede privada. O preço sai entre 100 e 200 reais, a depender da cidade.
Nas clínicas particulares, é possível receber uma vacina quadrivalente. Ou seja, que protege contra os subtipos do influenza que já citamos e contra mais um, batizado de Yamagata.

No final de 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou uma versão do imunizante específica para quem já passou dos 65 anos. Disponibilizada apenas nas clínicas particulares, ela possui uma maior quantidade de antígenos (fragmentos inativados do vírus influenza). Isso aumenta sua eficácia em 24% quando comparada ao tipo tradicional.

Apesar da liberação, esse novo produto não chegou a tempo e não será comercializado ao longo de 2019. A expectativa é que ele esteja disponível no Brasil a partir de 2020.

Todos os anos, a OMS define quais cepas de influenza vão entrar na composição dela. Com a ajuda de diversas instituições (algumas aqui no Brasil), os experts monitoram quais tipos do vírus da gripe estão circulando e provocam os maiores estragos. Em 2019, os agentes escalados para a vacina trivalente, disponível na rede pública, foram:
  • A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09
  • A/Switzerland/8060/2017 (H3N2)
  • B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87)

O vírus H1N1 se manteve o mesmo de 2018. Mas o H3N2 e o tipo B foram alterados em relação à versão anterior.

A vacina é insubstituível. Mas outras estratégias podem ajudar:
Não compartilhe alimentos ou objetos pessoais como copos, talheres e toalhas
Lave as mãos com água e sabonete com frequência, principalmente ao sair ou chegar em casa

Cubra a boca e o nariz com um lenço descartável ao tossir ou espirrar
Não há nenhuma condição que proíba sua aplicação. Até indivíduos alérgicos ao ovo estão liberados para tomá-la. Sobre os eventos adversos, a picada pode causar, no máximo, uma pequena alergia no local de injeção.

Aquela história de que a vacina leva a um quadro de gripe é pura mentira. Os pedaços de vírus utilizados na fabricação estão inativados e não conseguem causar mal algum.

Mas e os relatos de gente que fica com os sintomas clássicos (febre, dor no corpo, coriza, cansaço...) logo após a picadinha? A explicação é simples: o imunizante demora de duas a três semanas para surtir efeito. Nesse meio-tempo, o risco de infecção se mantém em alta – daí por que aplicar a vacina antes de o frio se instalar de vez. Além disso, esses incômodos podem ser culpa de outros agentes microscópicos, como aqueles que causam o resfriado comum.

A gripe é coisa séria: afeta 3 a 5 milhões de pessoas e mata até 650 mil delas todos os anos. O objetivo da campanha de 2019 é proteger 59,1 milhões de brasileiros que integram aqueles grupos de risco que elencamos lá em cima.

Em 2018, infelizmente o público infantil e as grávidas não atingiram a meta de 90% de vacinação. "Sabemos que o imunizante não protege só a gestante, mas também o recém-nascido. Os estudos mostram que as crianças cuja mãe foi vacinada durante os nove meses apresentam menos casos de infecções respiratórias no primeiro ano de vida", diz Silvia






Silvia Maria de Souza Silva - Coordenadora e Docente dos Cursos Técnicos de Enfermagem, Cuidadores de Idosos do Instituto Cimas.




Instituto Cimas de Ensino


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