Estudo ‘Global Talent Trends’ do LinkedIn foi feito
com mais de 5 mil recrutadores e gestores de diversos países , incluindo
profissionais do Brasil
O
LinkedIn, maior rede social profissional do mundo, publicou nesta segunda-feira
(28) a versão 2019 de seu relatório sobre Tendências Globais de Talento (em inglês, Global Talent Trends). O estudo revela
as maiores tendências, desafios e soluções que estão moldando o relacionamento
entre funcionários e empregadores nos dias atuais.
As quatro
tendências mapeadas para este ano são: uma procura maior pelas soft skills
(ou habilidades comportamentais), possibilidades de trabalho flexível, transparência
nos salários e políticas anti-assédio nas empresas. A pesquisa foi
feita com mais de 5 mil profissionais de recrutamentos e talentos de 35
países¹, incluindo respondentes do Brasil.
O auge das
soft skills
O relatório deste ano mostra que, apesar das chamadas hard skills (ou habilidades técnicas) ainda serem importantes, há uma procura cada vez maior por empregadores pelas habilidades comportamentais para identificar os candidatos mais alinhados à vaga. Como aponta o levantamento, uma linguagem de programação pode deixar de ser utilizada em anos, no entanto, a capacidade de trabalhar em equipe ou uma boa comunicação serão sempre valiosas na escolha de um candidato.
Segundo o
estudo, 95% dos profissionais de recursos humanos entrevistados veem a
importância das soft skills para o futuro do recrutamento, ficando atrás
apenas do México (96%) e lado de Índia, Itália, sudeste da Ásia e Espanha. Além
disso, 80% dos respondentes do todo mundo acreditam que as habilidades
comportamentais são importantes para o sucesso de uma empresa.
O estudo
ainda apontou quais são as soft skills que as companhias precisam, mas
têm dificuldade em encontrar. A primeira é a criatividade, seguida de
persuasão, colaboração, adaptabilidade e gerenciamento de tempo.
Trabalho
flexível: não mais um privilégio, uma necessidade
As
empresas parecem estar acordando para exigir dos funcionários e candidatos que
trabalhem de forma mais flexível em diferentes locais e em momentos diferentes
– não por requisitos, mas porque as companhias já entenderam que a
flexibilidade é uma necessidade para o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional.
De 2016 a
2018, o LinkedIn registrou em sua base um aumento de 78% em postagens que
mencionam flexibilidade no trabalho. No caso das mulheres, a flexibilidade é
vista com um pouco mais de importância ao considerar um emprego, com 36% das
respondentes. A faixa etária de 36 a 45 anos é com mais representatividade
entre as mulheres, por estar associada em muitos casos, ao período da
maternidade. Já para os homens, 29% dos entrevistados afirma considerar
flexibilidade como um fator importante.
Quando
questionados sobre a importância do trabalho flexível no futuro do
recrutamento, os profissionais de talento do Norte da Europa são os que mais
acreditam na tendência, com 85% dos respondentes. O Brasil registrou o
percentual de 66%, na frente apenas do Norte da África e Oriente Médio (65%),
México (64%) e China (52%).
Políticas
e cultura anti-assédio
Em uma
análise no conteúdo compartilhado no LinkedIn, o estudo percebeu um aumento de
71% de publicações sobre assédio no local de trabalho em 2018, em relação ao
ano anterior. Os empregadores estão cada vez mais preocupados com a questão e
por isso, já perceberam que é preciso ter políticas anti-assédio e acima disso,
uma cultura que garanta cada vez que episódios do tipo não aconteçam.
A maioria
dos profissionais de talento (75%) observou alguma mudança de comportamento nos
funcionários nos últimos dois anos. Eles se tornaram mais vocais e abertos
sobre questões de assédio e menos tolerantes com o mau comportamento. O Brasil
é o terceiro país (78%) com recrutadores que veem mais importância em políticas
anti-assédio na contratação de talentos, ficando apenas atrás do México (81%) e
da Índia (87%).
Quando
questionados sobre as políticas anti-assédio adotadas no último ano em suas empresas,
os profissionais de talento citaram, entre as mais comuns, "destacar as
políticas existentes" (37%), "promover formas para reportar com
segurança" (37%), "adicionar ou melhorar políticas" (35%) e
"estabelecer política de zero tolerância” (34%).
Transparência
com salários
Salário
sempre foi um assunto confidencial no local de trabalho. Alguns empregadores
temem que a divulgação de informações a respeito possa causar disputas
salariais, limitar sua capacidade de negociar e incentivar os concorrentes a
levar seus talentos.
Atualmente,
27% dos profissionais de talento afirmam que sua empresa é transparente quanto
ao pagamento. Desses 27%, 67% deles compartilham faixas salariais com os
candidatos no início do processo de contratação, 59% compartilha faixas
salariais entre os empregados e 48% compartilha faixas salariais em anúncios de
vagas. No Brasil, 55% dos recrutadores entrevistados já vê a importância da
transparência de pagamentos no futuro.
A
tendência da transparência ganha impulso e ainda é esperado que os números
cresçam mais, já que 22% dos entrevistados disseram não divulgar informações de
salários, mas gostariam. Cerca de 51% dos profissionais de talentos afirmaram
que não compartilham tais dados em suas companhias, e têm pouca probabilidade
de começar a divulgar.
“O profissional de recursos humanos de uma organização tem papel essencial neste cenário, seja para propor essas tendências em sua organização, ou ainda, aprimorar políticas e culturas já existentes”, comenta Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para a América Latina. “Do lado do candidato, o relatório serve também como termômetro, tanto para saber o que as empresas já estão esperando de um talento, como as soft skills; ou ainda, que tipo de mudanças cobrar das organizações”, completa o executivo.
“O profissional de recursos humanos de uma organização tem papel essencial neste cenário, seja para propor essas tendências em sua organização, ou ainda, aprimorar políticas e culturas já existentes”, comenta Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para a América Latina. “Do lado do candidato, o relatório serve também como termômetro, tanto para saber o que as empresas já estão esperando de um talento, como as soft skills; ou ainda, que tipo de mudanças cobrar das organizações”, completa o executivo.
¹ A
pesquisa Global Talent Trends 2019 foi feita com 5.164 profissionais de
recrutamento e talento que trabalham em empresas de RH ou departamentos, além
de gerentes que possuem algum tipo de autoridade na contratação, em 35 países do
mundo. O estudo foi conduzido entre setembro e outubro de 2018, por
questionário via e-mail.
LinkedIn
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