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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Pílula do dia seguinte: método não é abortivo, explica especialista


Distribuído gratuitamente na rede pública, o contraceptivo é a única maneira de evitar uma gravidez após uma relação sexual desprotegida


Na última segunda-feira, 3 de fevereiro, um projeto de lei protocolado pelo deputado Márcio Labre (PSL-RJ) chamou a atenção da imprensa e de profissionais de saúde de todo o país. O PL 261/2019 visava a proibição do comércio, propaganda, distribuição e implantação pela Rede Pública de Saúde de diversos métodos contraceptivos usados por mulheres, entre eles a pílula do dia seguinte e o DIU (Dispositivo Intrauterino).
Segundo o projeto, os métodos citados seriam abortivos, provocando 'a morte do ser humano já concebido', colocando em risco a vida das mulheres.
Após a grande repercussão da notícia, na quarta-feira, 6 de fevereiro, a assessoria de comunicação do deputado informou, em nota, que o congressista havia solicitado a retirada do projeto.
Na nota, o deputado afirma que o projeto foi protocolado por engano, pois o texto ainda não estava finalizado, mas que será apresentado futuramente, 'informando os efeitos dos medicamentos usados como contraceptivos que, na verdade, são micro abortivos'.
Para o ginecologista Dr. Thomaz Gollop, coordenador do Grupo de Estudos sobre Aborto (GEA), considerar a pílula do dia seguinte e os demais métodos contraceptivos citados no PL abortivos são um absoluto desconhecimento de como eles funcionam. A proibição de sua comercialização é ainda mais grave.
"Criar restrições ao acesso a métodos contraceptivos tira da mulher o direito de não engravidar, inclusive em casos de estupro, nos quais somente a pílula do dia seguinte pode evitar a gravidez."


A pílula do dia seguinte
O contraceptivo de emergência, ou pílula do dia seguinte, tem como mecanismo principal a alteração do muco cervical, tornando-o hostil à passagem do espermatozoide, bem como a alteração do endométrio. Em algumas mulheres, há também a inibição da ovulação, explica o especialista. 
"A pílula do dia seguinte só deve ser usada após uma relação sexual sem proteção, a fim de evitar uma gravidez indesejada", explica o especialista.
Vale destacar que, quanto mais cedo for tomada, maiores as chances de evitar a gravidez. O ideal é seja tomada em até 72 horas, mas sempre o mais próximo possível da relação sexual desprotegida.
 

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