O colapso da
barragem de Brumadinho (MG) e a queda do viaduto da Marginal Pinheiros são
exemplos que mostram os desafios da Engenharia Civil no gerenciamento de riscos
Muito se tem falado sobre a importância da
manutenção em obras de engenharia, principalmente pela inexistência de práticas
sistemáticas que garantam a segurança dos usuários e das comunidades vizinhas.
O conceito de manutenção, aqui no seu sentido mais restrito, deve privilegiar o
sensoriamento e o monitoramento contínuo, e não somente as inspeções visuais
esporádicas sem planejamento, e às vezes sem critério.
O trágico fato ocorrido com a barragem de minérios
de Brumadinho (MG) no final de janeiro, por exemplo, trouxe mais um alerta
sobre o estado de conservação de grandes obras de engenharia. Outro caso
recente foi o da complexa operação para elevação do tabuleiro do viaduto da
Marginal Pinheiros, em São Paulo, que evidenciou que é possível e necessário
monitorar o comportamento de estruturas usando um conjunto de sensores
automatizados que coletem dados continuamente para análise em tempo real.
É neste sentido, de realizar trabalhos de inovação
na Engenharia Civil e de ajudar na prevenção de riscos, que o Centro
Universitário FEI criou em 2017 uma Equipe de Pesquisa e Inovação em Construção
Civil (EPIC), que propicia aos alunos de graduação atuar em problemas reais de
engenharia.
A equipe é composta por alunos de graduação da FEI
e coordenados pelo Professor Rui Barbosa de Souza, engenheiro especialista em
materiais de construção. Cada time se dedica aos propósitos específicos de
linhas de pesquisas como Concreto Têxtil, Impressão 3D de Compósito Cimentício,
e, mais recentemente, Smart Structures (Estruturas Inteligentes) e
Monitoramento, com o viés e direcionamento para os casos como apresentados
acima.
Atualmente, esses grupos atuam em conjunto com
algumas empresas, investigando dificuldades pontuais e resolvendo-as de maneira
inovadora e criativa. Como exemplo, tem-se a utilização de reforços têxteis em
placas de drywall para solucionar problemas de retração (redução de
volume da massa de concreto). Além disso, também podemos citar os estudos e o
uso do concreto na impressão 3D, técnica que pode revolucionar o futuro da
Engenharia Civil e o modo como as obras são projetadas e construídas.
Seguindo a mesma linha de monitoramento de
problemas estruturais, em 2015, o Centro Universitário da FEI criou também um
grupo de pesquisa em Licença Social Operar (LSO) no setor de mineração, que
através de suas pesquisas ajuda a conscientizar comunidades que vivem em
regiões próximas de mineradora.
Estas preocupações devem guiar
os trabalhos dos engenheiros do futuro, que projetarão obras cada vez mais
eficientes, seguras e sem causar danos ao meio ambiente ou à sociedade.
Fernando Ribeiro - professor de Engenharia Civil do Centro Universitário
FEI e Especialista em Monitoramento de Estruturas
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