Especialista esclarece as principais causas do abandono e destaca a
importância da conscientização
A Organização Mundial da Saúde estima que só
no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões
de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes
há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.
Julia
Camargo de Oliveira, médica veterinária do Hospital Veterinário Dog Saúde, localizado em Jundiaí-SP, aponta que entre as principais causas de
abandono estão os problemas de saúde, que têm um aumento significativo quando a
idade dos pets avança, a falta de orientação em relação a castração e o mau
comportamento dos animais.
Problemas
de saúde em animais idosos
A
veterinária afirma que é muito comum os animais idosos começarem a ter
problemas de saúde, acarretando em gastos maiores para os seus tutores “É um
momento em que os pets requerem cuidados extras e, infelizmente, nem todo mundo
está disposto a investir mais tempo e dinheiro para cuidar dos animais.”
Falta
de orientação sobre a castração
Julia
conta que a falta de informações e esclarecimentos sobre a castração, como
forma de prevenção de doenças e procriação indesejada, também é um dos fatores
que contribuem para o aumento do número de pets abandonados.
“As
pessoas se esquecem que há um grande risco das gatas e cadelas ficarem prenhas
e gerarem por volta de seis a oito filhotes.” Quando eles nascem, nem sempre é
fácil conseguir a doação de todos.
Mau
comportamento dos pets
Os animais precisam de
espaço, passeios diários, afeto e brincadeiras. “Há tutores que não entendem
essas necessidades ou, devido as demandas diárias no trabalho, não têm tempo
para todos esses cuidados”, esclarece a especialista.
A energia acumulada e a
falta de carinho podem fazer com que os animais fiquem agitados. Sem espaço e
rotina adequados, é comum que eles aprontem, comam móveis ou tenham outros
comportamentos que acabam deixando seus tutores irritados. “Infelizmente
algumas pessoas sentem que isso já é uma justificativa para abandonar o
animal”, lamenta a veterinária.
Animais hiperativos
precisam gastar mais energia; por isso, é preciso investir em passeios diários
e levá-los para espaços amplos, onde eles possam estar em contato com a
natureza, brincar e ao mesmo tempo se acalmar.
Assim, quando chegam em
casa, estão cansados e não aprontam tanto. Em alguns casos, o adestramento
feito por profissionais especializados em comportamento animal se torna
indispensável. “Quando o adestrador pode contar com o proprietário, a melhora é
rápida e extremamente positiva!”
Conscientização
e educação
A veterinária
destaca que o abandono de animais é crime e que a conscientização e educação
são fundamentais para mudar esse cenário. É preciso fazer escolhas
responsáveis, já que os animais não se cuidam sozinhos e ter em mente que a
vida média de um animal é de cerca de 15 anos. “O animal é como um filho, um
membro da família, por isso deve ser cuidado até o último dia de vida”, conclui.
Julia Oliveira
de Camargo (CRMV 38.373) - Médica Veterinária pela Universidade Anhembi Morumbi
e proprietária do Hospital Veterinário Dog Saude (http://dogsaudejundiai.com.br).
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