Médico
esclarece quem pode ser doador e como é a recuperação do procedimento
A doação de rins é um assunto que ainda
gera muitas dúvidas e receios em torno da doação intervivos. Porém, é de
extrema importância dizer que esse procedimento, quando todos os cuidados
prévios são tomados, é seguro. Quem afirma isso é o médico nefrologista Dr.
Marcos Vieira, da Fundação Pró-Rim, referência nacional em tratamento e
transplantes renais.
“Hoje em dia a doação de órgãos é
segura. Ao doar um rim, o organismo irá rapidamente se adaptar à nova
realidade. Isso quer dizer que apenas um rim fará a função dos dois e isso é
perfeitamente possível. Porém, isto não quer dizer que não existam possíveis
riscos e complicações”, diz.
O médico explica os principais
questionamentos sobre a doação de rins em vida e garante que esse é mais um ato
de amor que uma pessoa pode realizar. Confira!
Quem pode ser doador?
Normalmente, qualquer pessoa adulta que
esteja saudável pode ser doadora. O primeiro requisito é demonstrar o desejo
espontâneo de doar o órgão. Depois, é necessário que se comprove, através de
análises, a compatibilidade sanguínea com o receptor.
A segunda etapa é a avaliação clínica
que mede se a função renal do doador está normal e não apresenta evidências de
risco de doença renal ou de outros órgãos vitais.
Além disso, o doador passa pela
avaliação de um psicólogo, onde o profissional vai indicar se o doador está
preparado para essa intervenção cirúrgica e para as consequências que podem
ocorrer com a doação.
“A pessoa deve estar preparada e
consciente do seu ato. A doação não pode ocorrer por influência, pressão
familiar ou troca de ‘favores’. Como toda cirurgia, o transplante envolve
riscos e deve seguir uma rotina de cuidados para o resto da vida, tanto o
doador quanto o receptor do órgão”, explica o médico.
Pessoas que, mesmo que apresentem 100%
de compatibilidade, tenham distúrbios psiquiátricos, façam o consumo excessivo de álcool, fumo, usem drogas, ou ainda,
pessoas de idade muito avançada, ou portadores de câncer não estão recomendadas
para realizar o procedimento.
Pela Lei, parentes até o quarto grau e
cônjuges podem ser doadores. Amigos e conhecidos só podem ser doadores mediante
autorização judicial, onde devem comprovar o vínculo com o receptor. Esse
processo impede que haja qualquer comércio ilegal de venda de órgãos, conforme
estabelece a Lei Federal 9.434/9.
Quais são os riscos da cirurgia de
doação renal?
A cirurgia do doador é feita com muito
cuidado. Sob anestesia geral e todos os cuidados são tomados para preservar a
saúde do doador. Pode ser feita por videolaparoscopia, evitando cicatrizes e
propiciando um tempo de recuperação menor.
Como é a recuperação do doador após a
cirurgia?
Nas primeiras 24 horas após a cirurgia,
poderá ocorrer dores. Mas, com a medicação adequada isso é rapidamente
contornado. No dia seguinte a operação, o doador pode começar a caminhar e em
torno de uma semana serão retirados os pontos. Segundo o médico, a alta
geralmente ocorre três dias após a cirurgia. Toda cirurgia envolve riscos como
infecções, sangramento e complicações das mais simples até grandes, porém estas
normalmente não costumam ocorrer.
Futuro com apenas um rim
Após a doação, o paciente doador com um
só rim, deve se cuidar mais, sempre buscando uma vida com saúde.
O médico relata que o doador deverá
testar sua função renal por meio de exames ao menos uma vez por ano. Isso é
feito por meio de exames de urina e sangue. Além disso, é recomendado, assim
como para qualquer pessoa, que cuide da pressão arterial e tenha hábitos de
vida saudáveis.
E ainda alerta que sempre que possível
deve se dar preferência pelo transplante com doador falecido evitando assim
risco ao doador vivo mesmo que sejam pequenos.
Fundação
Pró-Rim
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