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sexta-feira, 11 de maio de 2018

Coração de mãe merece muito carinho e atenção


A gravidez aumenta a velocidade da circulação e o volume de sangue. Por isso, gestantes portadoras de doenças cardiovasculares merecem atenção médica especial. Em contrapartida, o aleitamento faz muito bem ao coração das mães!

Neste Dia das Mães, 211 mil mulheres estarão dando à luz em todo o mundo, segundo dados da ONU, sendo 7.640 no Brasil, de acordo com números de 2016 do IBGE. "Tais estatísticas relativas ao número diário de nascimentos no Planeta e em nosso país, analisadas juntamente com estudos indicativos de que uma em cada cinco brasileiras tem risco de sofrer um infarto, reforçam a importância da adoção de cuidados especiais com as gestantes, pois a gravidez provoca uma sobrecarga do coração", salienta o médico José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp - Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

O cardiologista explica que mulheres sem qualquer histórico de doença cardiovascular costumam apresentar alterações, principalmente o chamado sopro, um ruído associado aos batimentos cardíacos, que desaparece, na maior parte dos casos, cerca de sete dias após o parto. Porém, quando a gestante é portadora de alguma doença cardiovascular, os cuidados devem ser redobrados, a começar pelo relato do fato ao ginecologista-obstetra logo no início da gravidez, para que sejam adotadas as medidas preventivas adequadas, em conjunto com o cardiologista.

Os dois riscos mais importantes para a gestante com doença cardiovascular são o agravamento da insuficiência cardíaca, devido ao aumento do esforço imposto ao coração, e o surgimento de uma infecção (endocardite), que pode atingir válvulas do coração que já apresentem alguma lesão. O primeiro caso é mais recorrente e menos grave e o segundo, mais raro e com maior gravidade. "A boa notícia para as jovens mamães é que nas duas situações há medidas preventivas e controles eficientes. Por isso, é muito importante o acompanhamento médico frequente durante toda a gravidez e a adoção dos cuidados e recomendações do ginecologista e do cardiologista", enfatiza Saraiva.

Durante a gestação, também podem aparecer outros sintomas em mulheres sem histórico de doença cardiovascular, cuja ocorrência também exige cuidados especiais no caso das grávidas cardiopatas. Uma dessas alterações é a arritmia, com aceleração ou redução da frequência cardíaca. "Em qualquer situação, é importante verificar as causas e, se necessário, realizar o tratamento mais indicado", explica o médico. Outro fator que merece atenção é o aumento da pressão arterial, que costuma atingir de 5% a 7% das gestantes. 

"Tenha ou não histórico de doença cardiovascular, é necessário que a gestante mantenha dieta e rotina saudáveis, sempre com orientação médica. O sedentarismo, consumo excessivo de sal, ingestão de álcool, tabagismo e excesso de peso, que já são nocivos para todas as pessoas, representam prioridade absoluta para as mulheres grávidas", ressalta o presidente, observando: "A sua alimentação deve ser boa, na medida certa para sua saúde e o desenvolvimento do bebê, mas sem exageros".


Aleitamento
Distintos estudos demonstram que a amamentação, além dos comprovados benefícios para o bebê, também é muito benéfica para a saúde cardíaca das mães, favorecendo a perda de peso após o parto, a redução dos níveis de colesterol, glicose e a normalização da pressão arterial.

Trabalho mais recente, realizado por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, concluiu que o aleitamento diminui os riscos de doenças cardíacas. A pesquisa, publicada no Journal of American Heart Association, abrangeu 300 mil mulheres chinesas, acompanhadas durante dez anos. Os resultados apontaram que aquelas que amamentaram apresentaram risco 9% menor de desenvolver doenças cardiovasculares. O índice alcançou 18% no grupo das que tinham mais de um filho e amamentaram cada bebê por dois anos ou mais.

"Os dados são reveladores", frisa Saraiva, indicando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento materno deve ser mantido de modo exclusivo no mínimo até os seis meses, seguido de amamentação complementar até os dois anos de idade da criança.

Entre os dias 31 de maio e 2 de junho acontecerá no Transamérica Expo Center o Congresso 39º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e uma mesa específica sobre Cardiopatias e Gravidez, que discutirá complicações, tratamentos e controle da frequência cardíaca na gravidez.


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