Especialista reforça
importância dos pais na prevenção de acidentes e ensina o que fazer em casos
graves
Todos os anos, cerca de 250 mil crianças com
menos de 15 anos sofrem algum tipo de acidente envolvendo os olhos –
principalmente durante o período de férias escolares e feriados prolongados. De
acordo com a Academia Americana de Oftalmologia, 41% dessas ocorrências
acontecem entre 10 e 14 anos – como resultado de brincadeiras com armas de
brinquedo, flechas, bastões e bolas. “Qualquer coisa que puder atingir os
olhos, certamente vai atingir os olhos. Não dá para obrigarmos as crianças a
usar capacetes de motociclista o tempo todo”, diz David Hunter, médico
oftalmologista e porta-voz da instituição.
O médico comenta que até mesmo uma
aparentemente simples brincadeira de “guerra de toalhas” pode resultar numa
catástrofe se uma das pontas atingir a córnea. Acidentes envolvendo espadas,
tacos e bastões também ocorrem bastante. Apesar de graves, esses exemplos nem
são os mais comuns quando comparados aos acidentes com produtos de limpeza –
que queimam, ardem, agridem, irritam e cortam os olhos das crianças. Hunter diz
que nas salas de emergência ocular é muito comum encontrar como causa do
acidente lençóis, garrafas, cintos, livros, vassouras, pauzinhos, luzes de
árvore de Natal, lápis, chaves, clipes, grampeadores, zíperes etc.
De acordo com Renato Neves,
cirurgião-oftalmologista e presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em
São Paulo, é preciso que os pais estejam mais bem informados sobre os riscos
escondidos dentro de casa e imponham limites de acordo com a faixa etária da
criança. “O bom senso é o melhor dos professores. Ou seja, se acha que
determinada brincadeira pode acabar mal, é porque pode mesmo. Os brinquedos de
propulsão, como as armas de ar, de água ou até mesmo aquelas de jato de tinta,
oferecem risco grande de dar errado. Abrasão da córnea, aumento da pressão
ocular e até mesmo uma catarata traumática podem resultar desse tipo de
acidente”, diz o médico.
O especialista afirma que a própria
agressividade de crianças entre seis e dez anos de idade pode elevar a
ocorrência de acidentes. Nestes casos, os pais devem procurar com urgência um
serviço especializado, a fim de que os olhos da criança sejam examinados com
mais detalhes e tratados sem perda de tempo – o que, em alguns casos, pode
significar a preservação do sentido. “Enquanto o paciente é levado ao médico, é
recomendável usar compressas geladas no local contundido, sem massagear ou
esfregar. Já em caso de perfurações, o ideal é colocar uma proteção ao redor
dos olhos, como um copo plástico, sem fazer pressão no olho afetado”.
Neves alerta, também, que os olhos costumam
ser muito afetados nos acidentes com aerossol, quando a criança está tentando
utilizar ou brincar com desodorantes, perfumes, protetor solar, repelente,
produtos de limpeza, tintas etc. “Quando a criança aponta o spray em sua
própria direção, as irritações são as consequências mais frequentes, seguidas de
queimaduras químicas, arranhões e ferimentos no globo ocular provocados por
coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos olhos. Por isso, dependendo
da gravidade, é importante enxaguar bem os olhos da vítima e seguir sem demora
até uma clínica oftalmológica, tomando o cuidado de levar a embalagem do
produto para que o médico saiba exatamente que medida tomar”.
Fonte:
Dr. Renato Neves - cirurgião
oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos. Mais
informações: www.eyecare.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário