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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Aniversário do maior acidente aéreo no Brasil pode disparar gatilho em pessoas com medo de voar



Pesquisa do IBOPE mostrou que 42% dos brasileiros têm medo de viajar de avião. A média mundial é de 30%

Amanhã, dia 17 de julho, marca exatos 10 anos do que é considerado o maior desastre aéreo no Brasil. Trata-se do trágico acidente da TAM em São Paulo, quando a aeronave do voo JJ 3054 não conseguiu pousar na pista principal do aeroporto de Congonhas e acabou colidindo com um prédio na Avenida Rubem Berta. Todas as pessoas que estavam no avião morreram, além de funcionários da companhia que estavam em solo. Dezenas de pessoas ficaram feridas.

A data não só marca uma década do acidente, como também pode ser um gatilho para quem tem fobia de voar. Segundo Fernanda Queiroz e Paola Caselecchi, psicólogas e fundadoras da Voe Psicologia, empresa especializada no estudo e tratamento da fobia de voo, notícias sobre acidentes aéreos, fatais ou não, dispararam o gatilho do medo, levando quem tem esta fobia a se sentir mais ansioso. “É como se essa pessoa tivesse uma confirmação de suas expectativas geradas pelo medo de voar”, explicam. 


A origem do medo

O medo de voar é chamado de aerofobia e se caracteriza por ser um medo intenso, irracional e contínuo de viajar em aviões. “A aerofobia pode ser muito debilitante, a ponto de fazer a pessoa perder compromissos e até mesmo limitar a vida pessoal e profissional. É por isso que as pessoas nessa situação devem procurar ajuda de um profissional especializado”, explica Paola.

Segundo a psicóloga, um número muito pequeno de pessoas que buscam o tratamento tem histórico de situações emergenciais ou de acidentes em aviões. “A fobia de voar está mais relacionada à ansiedade, tanto que está classificada dentro dos Transtornos de Ansiedade. Outro ponto importante é que dentro do avião a pessoa perde o controle da situação e se sente mais vulnerável”, comenta a especialista.


Chance de morrer em queda de avião é mínima

Segundo dados a Voe, em geral, a chance de morrer em um avião é 1 em 11 milhões. Isso torna o transporte por aeronave muito mais seguro do que andar de carro ou ônibus, por exemplo, já que as chances de morte nesses casos são de 1 em 5 mil.

"Porém, o medo de voar não se resolve com as informações ou probabilidades de um avião cair. Embora importantes, não aliviam o quadro de alguém que sofre de aerofobia, pois o fenômeno está geralmente associado a acontecimentos passados, em que a pessoa experimentou uma situação de grande medo e estresse”, explicam Fernanda e Paola.

“Locais, situações e sensações podem remeter a esses eventos passados e assim disparar o gatilho do medo, ativando mecanismos de alerta, que indicam que o episódio traumático está para acontecer novamente, gerando grande desconforto e até desespero”, acrescentam. Na visão da especialista, dizer, portanto, que a probabilidade de um avião cair é menor do que a de um carro bater em nada sensibiliza quem desenvolveu a aerofobia.


É possível vencer o medo?

Segundo Fernanda e Paola, hoje há tratamentos específicos para quem tem medo de voar. O tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, psiquiatras e profissionais de aviação. São utilizados diversos recursos, como educação, Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), técnicas para controle da ansiedade, simulação de voo e até voo terapêutico, quando o paciente opta por essa modalidade.

A taxa de sucesso terapêutico é alta, ou seja, quando o tratamento é seguido corretamente, a chance de superar o medo é bem grande, segundo as especialistas.



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